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sexta-feira, janeiro 13, 2006

Armando Macêdo e voz do Bandolim

Adriana Crisanto
adriana@jornalonorte.com.br
O guitarrista baiano Armando Macedo (Armandinho) lançou este mês o terceiro disco solo de sua carreira. O CD é um instrumental para bandolim intitulado de Armandinho – A Voz do Bandolim, produzido pela gravadora Visom Digital. O repertório do disco é todo composto por músicas de Caetano Veloso e Gilberto Gil, que fizeram sucesso nas décadas de 70 e 80. Para os apreciadores da boa música instrumental contemporânea A Voz do Bandolim é um deleite para os ouvidos. Armandinho desliza nas cordas do bandolim e da guitarra baiana, ao mesmo tempo em que dar vida às canções de Gil e Caetano. Quem está acostumado a associar sua imagem a do trio elétrico vai se surpreender ao ouvir este novo trabalho.
Em entrevista por telefone ele comentou que a idéia do CD foi de sua mulher. De acordo com Armandinho, o projeto estava guardado há pelo menos cinco anos. Neste CD ele fez uma cuidadosa seleção musical e as executa como se tivessem sendo cantadas pelo instrumento. Para este projeto o músico contou com a participação do tecladista Fernando Moura, o percussionista Ary Dias e o baixista Eduardo Magalhães (Dadi). Os dois últimos ex-integrantes, junto com Armandinho, do grupo A Cor do Som.
Dentre as canções que fizeram maior sucesso nas vozes de Caetano e Gil estão: Expresso 222, Trilhos Urbanos, Se eu quiser falar com Deus, Você é linda, Procissão, Domingo no Parque, Luz do Sol, Drão, London, London, Qualquer Coisa, além de um pot-pourri de frevos rasgados na última faixa, a exemplo de A Filha da Chiquita Bacana, Atrás do Trio Elétrico, Chuva, Suor e Cerveja, Toda a Eletricidade, entre outras. Sobre os arranjos das músicas ele diz que para compor ficou imaginando Gal Costa cantando Luz do Sol e procurou reproduzir a voz dela para o bandolim e guitarra baiana. O resultado disso tudo é uma bela seleção de músicas bem conhecidas do público. Conforme Armandinho este disco é dedicado as mulheres, por ser romântico e trazer toda um arranjo melódico em cima das canções. Armandinho esta em fase de produção de mais disco instrumental, desta vez para guitarra baiana. Na informalidade ele comentou que gosta muito da Paraíba, não apenas pelo ritmo característico da região (o forró), mas, também pelos excelentes instrumentistas. O guitarrista contou que conhece em particular o trabalho do guitarrista Washington Espínola. “Eu tenho uns dois discos que ele me deu quando estive num show no teatro Santa Roza”, lembrou.
Quem é? – Armando da Costa Macedo, 49 anos, sempre foi rápido nas cordas, seja nas guitarras ou no bandolim. Ele começou sua carreira com apenas 10 de idade, ao se apresentar no Trio Elétrico criado por seu pai, Osmar Macedo. Suas bases musicais estão no frevo, no baião e no choro. Tudo que sabe sobre música aprendeu sozinho, intuitivamente, de ouvido. Segundo Armandinho, o velho Osmar brincava de fazer desafios com as músicas de Lupércio Miranda e Jacob do Bandolim. Armandinho é natural de Salvador, casado com Ângela Nou, sua empresária, com quem tem três filhos, Suzana, do primeiro casamento, Daniel e João, que são filhos de Ângela.
Armandinho Macedo foi integrante, por quase oito anos, da banda A Cor do Som, grupo que o tornou conhecido por sua versatilidade com as guitarras. É difícil não associar a imagem dele ao grupo que abalou toda uma geração de jovens adolescentes. Em entrevista para Revista Contigo de 1988, ele comentou sobre sua saída da banda dizendo que o trio elétrico sempre fez parte de sua vida e que A Cor do Som era um bom conjunto. “O trio elétrico é um estilo musical, isso contribuiu para a minha decisão. Acredito que agora A Cor do Som esteja mais feliz”, comentou. Feliz que nada. Verdade seja dita, mas, desde de sua saída a banda não foi mais a mesma. Hoje ele ventilou a possibilidade de um novo trabalho do grupo. Segundo Armandinho a banda está projetando um CD acústico. No entanto, alguns ajustes precisam ser realizados, como por exemplo, o contrato com uma grande gravadora. “O problema da dissolução da Cor do Som foi porque o grupo na época quebrou a unidade, a corrente musical”, comentou.
A discografia deste guitarrista é extensa. Com trio elétrico de sua família ele gravou 16 discos (entre vinil e CD), de 1974 a 2000. Com o cantor e compositor Moraes Moreira gravou mais seis, entre os anos de 1978 a 1983. Na Cor do Som gravou sete Lp’s e mais um CD A Cor do Som ao vivo no Circo. A primeira investida na música instrumental foi em 1997, logo que saiu do grupo, em que gravou pela Movie Play o disco Brasileirô, depois investiu seu momento solo num CD editado junto ao projeto musical do Banco do Brasil, em 1999, que se chama Retocando o Choro. Um instrumental para chorinho, com edição limitada, que é disputado a tapas pelos amantes do gênero. Sem contar com as participações especiais e convites para gravação em discos dos amigos.
Serviço:
Lançamento: Armandinho – A voz do bandolim
Gravadora: Visom Digital
Gênero: Instrumental (bandolim e guitarra)
Contato: MBC Assessoria - Marília Cheola – (21) 9977-1214 e Nanda Dias 9764-0655 - E-mail: mbc_promo@osite.com.br
## Matéria publicada no Jornal O NORTE - Caderno Show - João Pessoa - Paraíba - Data: 18 de fevereiro de 2003.