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terça-feira, outubro 30, 2007

La Radiolina


O multicultural Manu Chau, referência mundial da música engajada, anunciou ontem no jornal francês Courrier o lançamento oficial de sua mais nova produção artística, o disco La Radiolina, e disse que este será o último de sua carreira. Ele diz que não vai abandonar a música, mas tendo em vista a evolução tecnológica talvez, comenta ele, daqui para frente faça a opção de colocar on line cada canção nova que componha.

De acordo com a reportagem, Mano Chau, diz está cansado do modelo de negócio das gravadoras e que em breve eles vão terminar. “As grandes companhias discográficas estão em dificuldade, é um pouco o fim dos dinossauros. As outras indústrias, em particular aquelas que fabricam leitores de MP3s, aumentaram os seus lucros. Uns perdem, outros ganham. E nós, cantores, temos que encontrar o nosso lugar para continuar”, disse Chau.

A idéia do cantor daqui para frente é utilizar o seu website na Internet como uma estação de rádio. Ele vai continuar a enviar cartões postais sonoros através do site, disponibilizar as canções após outra, sem pensar sistematicamente em ter um “álbum”. E arremata: “Que as pessoas pirateiem os “grandes” como eu, isso não me faz grande. Mas, que elas façam o esforço de comprar a música das pequenas labels“.

E seguindo a instrução de Mano Chau, que já tive o prazer de ver um show ao vivo e conhecê-lo na praia da Pipa (RN), baixei do seu site o novo disco “La Radiolina”. Por sinal um bom disco, com destaque para faixa 2 “Tristeza Maleza”, um recado ao mais famoso psicopata fundamentalista do planeta, Senhor George Bush.

Adriana Crisanto
Repórter
adriana@jornalonorte.com.br
adrianacrisanto@gmail.com
Fotos: http://www.manuchao.net/radiolina

segunda-feira, outubro 29, 2007

Pontos de cultura se encontram na Teia 2007

Onze pontos de cultura do Estado da Paraíba participam esta semana do maior encontro da cultura brasileira. Trata-se do “Teia 2007”, que esse ano tem como tema “Tudo de Todos”, e acontecerá no período de 7 a 11 de novembro em Belo Horizonte (MG) e pretende reunir mais de 600 pontos de cultura do país.
A Paraíba estará sendo representada pelo Espaço Cuca - Centro Universitário de Cultura e Arte (CG), Rede Viva: Rede de Culturas Populares Empreendedoras (CG), Sertão Cultural: Ações Cidadãs no Projeto Xiquexique (Catolé do Rocha), Centro de Cultura Popular Piollin (JP), Folia Cidadã (JP), Multivisual.NET (Bananeiras), Para'iwa - Multivisual Net (JP), Patrimônio Histórico Cultural (JP), Rede de Pontos de Cultura da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Urbe Aludiovisual (JP) e Passos Cidadãos (Serra Branca).

Os Pontos de Cultura são organizações espontâneas da sociedade que promovem cultura, educação e economia solidária em suas comunidades. Hoje, de acordo com o Ministério da Cultura, 650 Pontos de Cultura participam do Cultura Viva - Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania. São núcleos de expressão cultural tão diversos quanto a Ciranda do Thiangá, de Boa Vista (RR), os Índios On-Line, de Pau Brasil (BA), o Cinema Meninos de Araçuaí, de Belo Horizonte (MG), a Rede Comunitária de Produção Audiovisual, de Brasília (DF), a Orquestra de Violinos, do Rio de Janeiro (RJ), o Laboratório de Poéticas, de Diadema (SP) e o Anima Bonecos, de Rio do Sul (SC).

O evento “Teia 2007” foi criado com o objetivo de estimular a participação de todos, privilegiando-se a espontaneidade e a pluralidade. O foco, de acordo com os organizadores, é dar mais visibilidade aos Pontos de Cultura, favorecer sua articulação e intercâmbio de experiências, de modo que a sociedade brasileira participe de forma cada vez mais atuante na definição das políticas públicas de cultura. As atividades, de acordo com a organização, abrigarão vários espaços culturais da Capital mineira, um próximo do outro, formando um verdadeiro corredor cultural repleto de ações no Parque Municipal e seus entornos. A Teia 2007 ocupará o Palácio das Artes, o Teatro Francisco Nunes, a Serraria Souza Pinto, o Museu de Artes e Ofícios, a Praça da Estação, o Centro Cultural UFMG, a Estação do Conde e a Funarte Casa do Conde. A programação deste ano tem como foco a relação entre Cultura e Educação, além da forte presença da Economia Solidária.

A programação foi planejada com o intuito de oferecer maior visibilidade ao trabalho de agentes culturais, arte-educadores, educadores de rua, artistas, professores e cidadãos que entendem a cultura no seu sentido mais amplo, a exemplo do direito, comportamento e economia.

O evento contará ainda com Plenária Virtual, Fórum Nacional dos Pontos de Cultura. De acordo com o secretário de programas e projetos culturais do MinC, Célio Turino, a intenção é cada vez mais passar a gestão da Teia para os próprios Pontos de Cultura.

Oficina de Jornalismo Cultural e Agência de Notícias 100canais

O evento também realiza uma série de oficinas. Uma delas é a Oficina Cultural que acontecerá no Espaço Conversê, nos dias 3 e 4 de novembro. A oficina é aberta a movimentos sociais, comunicadores populares, estudantes, professores e profissionais de jornalismo. Serão abordadas questões como uso de software livre, conceito de web 2.0, blogs, vlogs, fotologs, políticas públicas de cultura, cobertura em rede com reportagem compartilhada e prática da cobertura jornalística, particularmente no que se refere às pautas culturais esquecidas pela grande mídia.

As reportagens poderão alimentar a Agência de Notícias 100canais, que produzirá conteúdo livre para a Imprensa, com o trabalho dos profissionais de jornalismo do Núcleo de Jornalismo Independente 100canais. Haverá, também, uma equipe da Fábrica do Futuro, Ponto de Cultura envolvido na produção da TV Teia.

O conjunto destas abordagens será apresentada em forma de reportagens e notas escritas e audiovisuais, disponibilizadas para a imprensa e para o público em geral, com atualização contínua durante os cinco dias do encontro. As inscrições e todas as informações sobre a Teia 2007 podem ser obtidas através do endereço eletrônico: www.100canais.org.br ou então www.teia2007.com.br.


Adriana Crisanto
Repórter
adriana@jornalonorte.com.br
adrianacrisanto@gmail.com
Fotos: Divulgação.
*Matéria publicada no Jornal O Norte (Diários Associados Paraíba) em outubro de 2007.

Público atende o chamado das Muriçocas e comparece na I Mostra de Cultura Popular


A I Mostra de Cultura Popular reuniu artistas populares da Paraíba, Pernambuco e Ceará nas praças dos bairros de Mangabeira, Funcionário e Bancários.

Durante os dias 19, 20 e 21 de outubro a cidade de João Pessoa reuniu os mais importantes grupos de cultura popular dos estados da Paraíba, Pernambuco e Ceará. A “I Mostra de Cultura Popular – O Nordeste mostra a sua arte” foi promovida pela “Muriçocas Eventos Culturais” fazendo parte das ações culturais do bloco carnavalesco que anima o pré-carnaval de João Pessoa.
O que se viu nessa primeira edição foi à confirmação do que os organizadores esperavam, um evento saudado como um marco na cultura regional mais autêntica e mostrou-se de inestimável valor na difusão e propagação da cultura popular lotando as três praças durante a Mostra.

A I Mostra de Cultura Popular teve o patrocínio da Eletrobrás através da Lei Rouanet do Ministério da Cultura com o apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa e do Sebrae Paraíba.

Apresentaram-se nas praças grupos de coco, reizado, repentistas, emboladores, maracatus, cirandas, cavalo marinho, mostrando o universo de suas brincadeiras e tradições. As apresentações aconteceram em três praças públicas da cidade de João Pessoa: Praça da Paz, do Conjunto dos Bancários, Praça Coqueiral, localizada no bairro de Mangabeira, e na Praça Bela do bairro Funcionários II.

Entre as atrações desta primeira mostra apresentaram-se a dupla de repentistas Bebé de Natécio e Daudete Bandeira (PB), Chico do Canolino (CE), Maracatu Leão da Fortaleza (PE), Coral de Aboiadores (PE), as emboladoras Terezinha e Lindalva (PB), o grupo Caiana dos Criolos (PB), Cavalo Marinho do Mestre Zequinha (PB), Selma do Coco (PE), Reisado de Zabelê (PB), Pandeiro do Mestre (PE), Marzuca do Mestre Zé Preto (PB) e Lia de Itamaracá (PE).

O diretor executivo das Muriçocas do Miramar, Marconi Serpa, ficou satisfeito com a presença do público no evento. “Isso mostra que estamos no caminho certo e somos capazes de conduzir à divulgação da cultura popular no nosso Estado, as manifestações mais arraigadas na alma de nosso povo”, comentou.

Os espetáculos foram assistidos por um público bem diverso, sobretudo pelos jovens. A estudante Isabela Gurgel, 18 anos, acompanhada de mais três colegas, disse que essa foi a primeira vez que assistia a espetáculos tão simples e coloridos.


O atendente comercial Sérgio Cavalcanti levou a família inteira para a Praça dos Bancários. “Eu venho do interior da Paraíba e sei a importância dessas manifestações para nossa cultura e quero mostrar para meus filhos a importância da minha cultura”, disse Sérgio que reside na Capital há mais de cinco anos.

Adriana Crisanto

Repórter

adriana@jornalonorte.com.br

adrianacrisanto@yahoo.com.br

Fotos: Vall Veloso.

Informações: www.muricocas.com.br

sábado, outubro 27, 2007

Banda Ludov toca no Galpão 14


Além dos sucessos que a tornaram conhecida no país, como "Princesa", a banda incluirá no repertório as músicas do novo álbum, "Paralelo"

A banda Ludov será atração neste domingo (28), a partir das 18h, no Galpão 14, localizado no Centro Histórico da Capital. No show a banda apresenta músicas de seu mais recente trabalho, intitulado "Disco Paralelo", gravado pelo Mondo 77. Os ingressos estão sendo vendidos na portaria do local ao preço de R$ 10 (inteira) e R$ 8 (estudante).
A Ludov é uma banda de rock alternativo brasileira. O grupo lançou o EP "Dois a Rodar" (mais conhecido por sua canção "Princesa"), o álbum "O Exercício das Pequenas Coisas", e, em junho deste ano, o álbum "Disco Paralelo". Depois de anos cantando juntos, passando por diversas bandas, o grupo é hoje composto por Vanessa Krongold (vocal), Mauro Motoki (guitarra e teclado), Habacuque Lima (guitarra e baixo) e Paulo "Chapolin" (bateria).
A banda surgiu após o fim dos Maybees, que era composto por todos os componentes do grupo atual, exceto por Paulo "Chapolin", que substituiu o antigo baterista que tinha ido para o exterior. A Maybees cantava em inglês, mas devido à vontade dos integrantes de renovarem a própria obra, acabaram terminando a banda. Após reencontrarem-se novamente em alguns meses, perceberam que a mesma química que havia unido os integrantes no passado ainda existia, além de muita disposição para a criação de um novo grupo de música. Dessa vez, o idioma escolhido foi o português.
No início da carreira, eles começaram a ganhar espaço na MTV Brasil e já colocou dois clipes na parada do Disk MTV. Ganharam um prêmio no Vídeo Music Brasil da MTV de 2004 com o clipe "Princesa". Em 2005, concorreram em três categorias com "Kriptonita".
Para conhecer um pouco da banda Ludov enviei perguntas para o baterista da banda Paulo "Chapolin" que prontamente respondeu. Conheça um pouco do grupo que começa a sair do cenário alternativo para ingressar no mundo do pop rock brasileiro. Leia a entrevista:

Como surgiu a banda? E de onde vocês são? E por que esse nome Ludov?
O Ludov surgiu aqui em São Paulo, na faculdade. O Habacuque, a Vanessa, eu e o Edu, antigo baixista fizemos a mesma faculdade. E a afinidade e o gosto pela música nos uniram nos intervalos das aulas. O único que não fez faculdade com a gente foi o Mauro, mas ele conhece o Habacuque desde pequeno. Os dois são de Brasília e o resto da banda é de São Paulo mesmo. Ludov é uma abreviação de Ludovico, que era uma revista virtual que o Habacuque tinha. Quando precisamos de um nome para a banda ele sugeriu esse e achamos ótimo. Era um nome sem significado nenhum, então não viria carregado de Pré-Conceitos.

De onde vem o título do disco "Paralelo"?
Na verdade o título do disco é "Disco Paralelo". É o nome de uma música. Ficamos um tempão buscando um nome que resumisse tudo que as letras do disco querem dizer, mas isso é impossível. Então achamos que era um bom nome para um disco. E que a própria música "Disco Paralelo" resumia um pouco a idéia do disco.

Como vocês observam o cenário rock pop brasileiro?
Eu acho que o rock pop brasileiro está cada vez mais comprometido, ou seja, as coisas boas são sempre promessas e o que já fez sucesso está aí. Não existe uma renovação considerável. Das novas bandas, as únicas que tem espaço na mídia são as bandas EMO! Não tenho nada contra eles, desde que o som seja feito de coração. Mas nunca se produziu tanta música no Brasil, então acho que o cenário rock pop no Brasil está escondido na internet. Quer conhecer coisas novas, desligue o rádio e aprenda a nadar na internet.


Essa é a primeira vez que a banda se apresenta em João Pessoa ou alguns dos integrantes tocaram aqui em alguma outra oportunidade?
É a primeira vez sim. Estamos bastante ansiosos, pois nossos shows em todo o Nordeste sempre foram excelentes. E acreditamos que em João Pessoa não será diferente.

Como aconteceu essa parceria com Chico Neves?
Foi um pouco surreal, pois ligamos pro Chico completamente desacreditados que poderia rolar alguma coisa. Não o conhecíamos. Já sabíamos que ele era um excelente produtor. A carreira dele já comprova isso. Mas ele poderia ser um chato, e teríamos que aturar isso para podermos trabalhar com ele. Mas desde o 1º telefonema ele já se mostrou extremamente simpático. E ao chegarmos no RJ, vimos que ele era além de muito talentoso, uma pessoa incrível. Podemos agora dizer que somos amigos do Chico Neves, saímos pra jantar com ele na última vez que estivemos no RJ e só temos a agradecer a ele pela simpatia que ele é e pela sua simplicidade.

Serviço:
Banda Ludov
Domingo (28)
Hora: 18h00
Local: Galpão 14, no Centro Histórico
Preço: R$ 10 (inteira) e R$ 8 (estudante)


Adriana Crisanto
Repórter
adrianacrisanto@gmail.com
Fotos: Divulgação.

sexta-feira, outubro 26, 2007

JET/NET promete revolucionar serviços de televisão por assinatura


Com a missão de levar a sociedade produtos e serviços de comunicação digital wireless em banda larga (televisão, dados e voz) de alta tecnologia foi apresentada para imprensa paraibana na manhã desta quarta-feira, em João Pessoa, a mais nova empresa de serviços de televisão por assinatura. É a Jet que entra no mercado trazendo um novo conceito de marca e comunicação. Os serviços da empresa irá, a partir de agora, abranger os municípios de João Pessoa, Santa Rita, Bayeux e Cabedelo.
Com a promessa de ser ágil e moderna a JET, que antes era NET, está localizada, na Avenida Epitácio Pessoa, 1037, bairro dos estados. A equipe formada pelo o diretor geral da empresa, o português Carlos Barreiro, a gerente de mercado, Regina Porfirio e a gerente regional Mariana Filizola falaram na coletiva para mais de 20 profissionais de jornal, rádio, televisão e internet sobre os novos conteúdos da televisão e novas tecnologias que serão empregadas daqui para frente.
Ao comentar sobre as novas tecnologias, o diretor geral Carlos Barreiro afirmou: “O mundo será um mundo sem fio”. Carlos Barreiro, um dos acionistas da Acom Comunicações, explicou que a Acom é uma empresa que é controlada pelo Grupo SGC Telecom, um dos principais grupos de Portugal, que atua no Brasil em diversas atividades empresarias sendo uma delas a Unidas Rent a Car. De acordo com diretores, através da Partel o grupo controla a Acom Comunicações S.A com quase 90% do capital volante.
A Acom, na verdade, está presente em João Pessoa desde 2001, mas só agora passa a ter maior visibilidade no mercado. A empresa está sendo reestruturada para atender, segundo eles, melhor e com mais qualidade o público paraibano.
A empresa espanhola Big Tv é uma das poucas no Estado que disponibilizava um serviço que unia televisão e internet a cabo juntas. “Não oferecemos conteúdos engessados”, disse a gerente de mercado Regina Porfirio. Na Jet, de acordo com os diretores, os produtos (internet e televisão a cabo) podem ser vendidos separadamente, como também oferecerá pacotes promocionais para o consumidor. “Somos uma empresa de Wedless. A diferença de nossa empresa é que nascemos digitais. Nosso concorrente está no século XX e nós estamos no século XXI”, enfatizou Carlos Barreiro.
Para a internet, a empresa estará disponibilizando três tipos de pacotes: Jet Residencial (Jet Light, Jet Surf, Jet Live, Jet Turbo e Jet Extreme) com velocidade que vai de 100k até 2000k; o Jet Comercial que abriga o Jet Soft, Jet Cool, Jet Pro e Jet Max com velocidades de até 1000k e o pacote Jet Empresa que oferecerá o Jet Office 300, Jet Office 600, Jet Office 1000 e Jet Office 2000, também com velocidade de conexão atingindo a marca de 2000k.
A internet banda larga oferecerá ainda jogos on-line, bloqueio de conexões entrantes (VPN), programas Peer to Peer (troca de arquivos entre usuários), abertura de páginas web e soluções de rede.
No item televisão a cabo, a empresa estará oferecendo Jet Executivo que custa R$ 74,99 a assinatura e tem 39 canais de televisão, entre eles a BBC World, GNT, Fox, Sony, E! Entertainment, Peoples+Arts, todos os canais da Tv aberta e ainda canais de música com os mais variados gêneros musicais, com a opção de escolha de canais exclusivos. Tem o Jet 1ª Classe que oferece o Jet Executivo mais 14 canais e ainda canais exclusivos (Cine Premium, Cine Action, Cine Pipoca, Cine Cult e Cine Light) e sua assinatura custa R$ 99,90 e o pacote Jet Piatinum com o Jet Executivo, Jet 1ª Classe, HBO e HBO Plus, com valor de assinatura de R$ 129,00 e ainda o Pacote Mundi, Pay-Per-View e À La Carte.
A interatividade, de acordo com os diretores, é um dos pontos fortes da Jet que oferece um portal interativo, mosaico com 12 canais transmitidos ao vivo simultaneamente além do guia eletrônico de programação que possibilita ao cliente navegar pela grade, localizar programas por horário ou canal e ler as sinopses dos eventos.
A Acom Comunicações é uma empresa com infra-estrutura sem fio que pretende oferecer o que há de melhor em tecnologia digital, através do desenvolvimento e gerenciamento dos serviços de comunicações: TV por Assinatura, Internet Banda Larga, comunicação de dados e telefonia IP (VoiP).
Ela foi fundada em 1997, no Rio de Janeiro. Hoje ela opera em mais de 50 municípios e já investiu mais de 140 milhões de reais. De acordo com o diretor geral Carlos Barreiros, a partir de 2007, estão previstos investimentos na ordem de 160 milhões para o crescimento da base de clientes, desenvolvimento de novas tecnologias e migração de todas as cidades atendidas pela Acom para o produto digital interativo, fazendo da Acom uma empresa sempre à frente do seu tempo.
Outras informações sobre a JET e seus produtos podem ser encontrados na sua página na internet, através do endereço eletrônico http://www.acom.com.br/ ou ainda através da central de atendimento no telefone de número 4004.7880.

Adriana Crisanto
*A repórter foi convidada para coletiva em João Pessoa pela assessoria da Acom.
*Matéria publicada no Jornal O Norte (Grupo Diários Associados Paraíba).

domingo, outubro 21, 2007

Oi Fashion Tour Pernambuco


O escritor paraibano Ariano Suassuna foi o grande homenageado do Oi Fashion Tour Pernambuco, evento de moda que reuniu na antiga Fábrica da Fundição, em Itacuruna, Recife (PE), nos dias 15, 16 e 17 de outubro, a cultura e as tendências da moda verão 2007/2008.

A edição pernambucana apresentou uma grande quantidade de estilistas e marcas do Estado, como as grifes Seaway, Madame Surtô, Maria da Silva, Santa de Roca, Melk Zda, Francisca e Mia. Das marcas nacionais desfilam Cantão, Maria Bonita Extra, Zoomp, TNG, Água de Coco, Blue Man, Blu K, C&A, Soudan & Kaveski.

A abertura oficial do evento foi às 16h00, com a exposição “A Pedra do Reino” com algumas peças do figurino usadas na microsérie que levou o mesmo nome. Em seguida, no palco externo, o escritor, por sua vez, deu sua aula-espetáculo intitulada “Nau”. Falou sobre as culturas indígenas, ibérica e negra, e apresentou cerca de dez artistas e grupos convidados para o evento. O espetáculo faz parte do projeto Cultural Pernambuco-Brasil, “A Onça Malhada, a Favela e o Arraial”, principal ferramenta do escritor em sua gestão como Secretário de Cultura de Pernambuco.

Em entrevista exclusiva, o escritor comentou que o retorno à administração da Secretaria de Cultura de Recife está sendo tão difícil como foi na primeira vez. “Tá sendo uma batalha, mas uma batalha que me dá prazer”, disse. Ariano também disse que as pessoas estranham tudo que ele faz, como, por exemplo, participar de um evento de moda, mas, diz o escritor, costuma dá importância a todos setores. “Um país só vai para frente assim, com todos ganhando em todas as áreas e dando importância a nossas raízes culturais”, comentou.

Em seguida, foi à vez das modelos exibirem seu charme na passarela. O primeiro desfile do dia foi da loja C&A, que trouxe o colorido sintético da década de 1980 em suas roupas. As atrações foram o modelo Sebastian e a top model Daniela Sarahyba. As modelos exibiram uma variedade de roupas esportivas para o dia e trouxeram biquínis com peças diferenciadas em suas cores. A TNG trouxe a miss Natalya Guimarães para abrilhantar o seu desfile. No final, a miss, com pouquíssima maquiagem desfilou dentro de um vestido preto básico de deixar o público de boca aberta.

O segundo desfile da noite foi com os novos estilistas de Pernambuco. Um pessoal muito novo que mostra um total traquejo com as linhas, tesouras e agulhas. O atelier Meketreff abusou do roxo e do amarelo nas roupas e mergulhou no universo dos playing games, mas conhecidos como RPG. Os sapatos femininos, assinados pela grife Schutz, eram todos em verniz. Os masculinos, tipo vans, bem coloridos e com grafismo geométrico e aplicações de metais. Os tecidos, de acordo com a jovem equipe (Caio Vinicius, Barbara Formiga e Daniela Amorim) foram organza de seda, musseline de seda, sarja, algodão e fustão.

A grife Cíclica se inspirou na personagem Amélie, do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. As peças da coleção fazem referências subjetivas ao filme francês de Jean-Pierre Jeunet. Um dos aspectos ressaltados pela jovem grife foram os shorts, os macacões, blusas e principalmente vestidos, o forte de sua coleção. A Cíclica variou suas peças em cores vibrantes, verde, roxo, amarelo, azul e o branco.

A marca Dona Zica homenageou Cartola, um dos ícones da Música Popular Brasileira, que no próximo ano, se fosse vivo, completaria 100 anos. A coleção mostrou o brilho do samba, a simplicidade e a boemia de Cartola. Os estilistas valorizaram o algodão para o verão destacou o amarelo, o rosa e o verde.

Um dos desfiles que mais chamou atenção dos novos talentos da tesoura foi da dona da grife que leva o seu nome, a estilista Flávia Soares, que atua no ramo da moda há vários anos e é proprietária de uma confecção no bairro das Graças, zona norte de Recife, onde atende sob encomenda. Flávia é filha de costureira e neste desfile brincou com as modelagens, abusou do volume e trouxe elementos regionais para passarela, como a palha do Buriti, uma árvore típica da região nordeste que está quase em extinção.

O dia terminou com a entrevista da modelo e apresentadora de televisão Daniela Cicarelle, no hoje melhor e mais conceituado restaurante de Recife, o Six. Lá a modelo foi elogiadíssima pela dona da grife que a trouxe, a Mia. A modelo espalhou sorrisos, brincou com todos os jornalistas presentes, respondeu há poucas perguntas, pousou para fotos e ficou reservada com seus cicerones.

A produtora do Oi Fashion Toure também do Oi Fashion Rio, Eloysa Simão, disse que um evento desse porte é fundamental para o fortalecimento da moda na região. "O Oi Fashion Tour Pernambuco servirá para integrar o setor, permitir a troca de informações entre as marcas ainda divulgar para o Brasil inteiro que o Estado tem estilistas capazes com qualidade suficiente para competir nacionalmente. É um lugar que lança moda, e não apenas produz roupa", finalizou.


Adriana Crisanto
Fotos: Divulgação
*Matéria publicada no caderno de Moda do Jornal O Norte.
*Viajei a convite do Oi Fashion Tour Pernambuco.

sábado, outubro 20, 2007

Selma do Coco canta em Mangabeira


A pernambucana Selma Ferreira da Silva, dona Selma ou Selma do Coco, como é mais conhecida, será a atração de hoje da I Mostra de Cultura Popular, que teve início ontem e prossegue amanhã, na Praça Bela dos Funcionários. As apresentações estão previstas para começar às 20h, na Praça do Coqueiral do bairro de Mangabeira.
Selma do Coco, para quem ainda não conhece, viveu no interior até os dez anos, quando travou contato com as festas juninas e as músicas da região, como o coco de roda. Mudou-se com a família para o Recife, casou-se, teve 14 filhos e ficou viúva aos 30 anos, quando foi viver em Olinda. Lá trabalhava como vendedora de tapioca, e nos horários de folga começou a promover rodas de coco em seu quintal, que ganharam fama e a fizeram viajar para se apresentar em eventos e casas de espetáculos.
Em 1996, participou do badalado festival Abril Pro Rock, que provocou uma guinada radical em sua carreira artística. O "hit" que impulsionou o sucesso foi "A Rolinha", gravada por outros artistas e muito executada no carnaval de 97. Foi convidada a se apresentar em São Paulo e de lá para a Europa, notadamente a Alemanha, onde fez diversos shows. Em 1998 a Paradoxx lançou o disco "Minha História", também lançado na Europa.
Outra atração da noite não menos importante são as emboladeiras, cantoras e compositoras Terezinha e Lindalva de Santa Rita. Elas possuem um estilo satírico. As irmãs paraibanas tornaram-se conhecidas por apresentarem-se ao público no Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro, cantando suas composições e vendendo fitas cassete de suas músicas. Apresentaram-se em outros estados em festas como a de folia-de-reis em Alto Belo, em Minas Gerais. Em 1999, lançaram pela Eldorado/Pequizeiro o CD "Terezinha e Lindalva", na série "Grandes repentistas do Nordeste", onde interpretam, entre outras, as emboladas "Proseado", "Coco da baiana", "O rico e o pobre" e "Coco do seringueiro", todas de autoria da dupla, além de "O macaco e o ferreiro", de Zé Monteiro e Curió. Está programada ainda a apresentação do grupo Caiana dos Crioulos de Alagoa Grande. Eles são integrantes reconhecidos pelos Palmares como um dos 13 legítimos quilombos brasileiros teve os seus primeiros negros (Século XVIII), vindo de Mamanguape, de uma rebelião ocorrida em um navio que aportou em Baía da Traição. Há 20 ou 30 anos atrás usavam roupas coloridas, onde ainda hoje se vê as tradições herdadas dos seus ancestrais africanos.
A Caiana é um pedaço do continente africano nas terras do Paó. Os negros de Caiana já foram exemplo de pureza étnica. Alguns afirmam que Caiana surgiu por esses negros no passado terem fugido de Palmares. Seus instrumentos, suas músicas, danças e costumes, ainda guardam um pouco de sua cultura e de sua história. Até algum tempo atrás, era difícil o contato do povo da cidade com os negros, pois eles tinham medo do homem branco.
O Cavalo-Marinho de Mestre Zequinha se apresenta também neste sábado na Praça do Coqueiral de Mangabeira. O grupo é o único em atividades na Paraíba e dos mais importantes do Nordeste. É reconhecido por diversos pesquisadores como possuidor de um estilo ímpar na apresentação musical dos diversos gêneros que perfazem esse folguedo, como as toadas, abios e baiões.

Saiba Mais

O estilo do Cavalo-Marinho de Mestre Zequinha é bastante diferente do encontrado em grupos semelhantes do Nordeste. Esse folguedo, ou "brincadeira do cavalo-marinho", como é denominado pelos seus membros, representa atualmente a continuidade de uma longa tradição advinda da zona rural e, no passado, encontrada em cidades como Guarabira, Santa Rita, Borborema, Mari, Bayeux e outros. Mestre Zequinha é o que mais diretamente dá continuidade de uma longa tradição dos mestres que o antecederam, como Mestres Paizinho, Raul, Gasosa e Neco. Por esse cavalo-marinho já passaram brincantes que hoje são mestres em folguedos semelhantes, a exemplo de Mestre Pirralinho, do Boi-de Reis Estrela do Norte, e João do Boi, do Cavalo-Marinho Infantil do bairro dos Novais.

Adriana Crisanto
Repórter
Foto: Divulgação
Matéria publicada no caderno Show do Jornal O Norte

Tributo a Gonzaguinha


"Cantar, cantar e cantar" é o que os fãs e admiradores do cantor e compositor Luiz Gonzaga Júnior vão fazer neste sábado (20), a partir das 21h00, no 12o Tributo a Gonzaguinha. O encontro será na Rua Antônio Laurentino, 74, no Conjunto dos Bancários, na residência da escritora Nara Limeira.
A homenagem ao artista, que se fosse vivo completaria 61 anos, surgiu com a morte dele, em 1991, por intermédio de um grupo de amigas: a jornalista Fátima Sousa (Mana), Mary Bernardo e Cristina Araújo. Cinco anos depois do falecimento do artista, Fátima Sousa resolveu unir um grupo de pessoas para uma grande cantoria em homenagem ao artista. "Nunca pensei que tinha tanta gente que gostava de Gonzaguinha. Precisei desligar o telefone de casa por algumas horas de tanto que as pessoas me procuravam para saber onde seria a festa", disse a companheira Fátima Sousa.
A confraternização acabou se tornando uma marca e todos os anos os amigos e admiradores do cantor se reúnem para cantar, recitar e encenar a obra do moleque Luizinho, como era carinhosamente chamado.
O evento se tornou tão grandioso que artistas, intelectuais, poetas, escritores e jornalistas passaram a ser presença garantida no encontro. Já estão confirmadas as presenças da cantora Gláucia Lima, do grupo Voz Ativa, do músico Adeildo Vieira, Jesse Gel, João Jaguaribe, Kennedy Costa, Roberto Araújo, Alcântara, Débora Vieira, o instrumentista Eduardo Jorge, Márcio Bernardo, a artista Vilma Case, o cartunista Régis Soares, a fotógrafa Mônica Câmara, os jornalistas David Fernandes, Joanildo Mendes, Emmanuel Noronha ( que dizem estarem afinando as vozes) e outros.

Artista da poesia, do protesto e da vida
Luiz Gonzaga Júnior nasceu e cresceu no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro. Era filho de Luiz Gonzaga com a cantora de cabaré Odaléia, falecida nos primeiros anos de vida do artista, um dos mais fiéis e dignos compositores deste País, ao lado de nomes como Chico Buarque de Holanda, Ivan Lins, Aldir Blanc e outros famosos contemporâneos da Música Popular Brasileira.
Gonzaguinha, como ficou conhecido, teve uma carreira brilhante e com altos e baixos. Ele foi vítima da ditadura militar. Teve 53 músicas censuradas, muitos discos, inclusive, recolhidos da praça. Na opinião da jornalista Fátima Sousa, Gonzaguinha foi o grande porta voz do povo oprimido, do trabalhador explorado, das mulheres, das crianças de rua, das minorias deste país.
Infelizmente Gonzaguinha Júnior morreu no melhor de sua produção artística num acidente de carro, no dia 29 de abril de 1991. Outro grande fã do cantor é o empresário Paulo Vanderley, que criou o site www.gonzaguinha.com.br. Para ele não importa se a inspiração foi buscada nas ladeiras do morro do São Carlos, nas estradas do sertão, nas histórias de seu Lula, na cultura nordestina ou até mesmo nas agruras da repressão militar. O que interessa, de acordo com Wanderley, é que a MPB ficou mais rica a partir de então, e que hoje, se perpetua na mente de velhos e jovens que expressam sentimentos cantarolando e assobiando canções que sempre serão sucesso.
Gonzaguinha em uma de suas celebres frases dizia: "Uma coisa eu aprendi pelas estradas onde andei, e que eu sei que vou levar para estradas por onde eu vou andar. Eu aprendi que é fundamental que eu tenha respeito pela minha pessoa, para que eu possa, evidentemente, passar esse respeito para outras pessoas. Porque não há coisa ' mais maior de grande' do que a pessoa e porque somente juntos, somente unidos, é que vamos conseguir uma coisa bem maior chamada a nossa liberdade".

E foi seguindo uma das linhas desse raciocínio que Gonzaguinha compôs poesias que mais tarde viraram músicas, a exemplo de "O que é o Que é" - um verdadeiro tributo à vida e tantos outros sucessos.


Serviço:
12o Tributo a Gonzaguinha
Hoje, 20/10
Hora: 21h30
Local: Rua Antônio Laurentino Ramos, 74, Conjunto dos BancáriosPonto de referência: Entra no primeiro sinal dos Bancários, esquina Farmácia Rede Med, à direita, vai até o final da rua, dobra à direita, à esquerda e à direita.Informações: 8887.2006/3235.0306.
Adriana Crisanto
Repórter
Foto: Divulgação.
Matéria publciada no caderno Show do Jornal O Norte

sábado, outubro 13, 2007

I Mostra de Cultura Popular

I Mostra Popular do Nordeste traz grandes nomes da arte popular da Paraíba, Pernambuco e Ceará
As apresentações acontecem neste final de semana nas praças da Paz (Bancários), Coqueiral (Mangabeira) e Bela (Funcionários II) em João Pessoa.

Os mais importantes grupos de cultura popular da região nordeste estarão reunidos em João Pessoa, nesta sexta-feira (19), sábado (20) e domingo (21), na I Mostra de Cultura Popular – O Nordeste Mostra sua Arte, um evento promovido pelo coletivo cultural Muriçocas do Miramar que tem o objetivo de salvaguardar e valorizar o patrimônio imaterial dos Estados da Paraíba, Pernambuco e Ceará.
São grupos de coco, ciranda, repentistas, maracatus, emboladores, cavalo marinho, reizado, aboiadores e tribos reunidas para mostrar o universo de suas brincadeiras e tradições. As apresentações acontecem em três praças públicas da cidade de João Pessoa: Praça da Paz, do Conjunto dos Bancários, Praça Coqueiral, localizada no bairro de Mangabeira, e na Praça Bela do bairro Funcionários II.
Entre as atrações desta primeira mostra estão programadas as apresentações da dupla de repentistas Bebé de Natécio e Daudete Bandeira (PB), Chico do Canolino (CE), Maracatu Leão da Fortaleza (PE), Coral de Aboiadores (PE), as emboladoras Terezinha e Lindalva (PB), o grupo Caiana dos Crioulos (PB), Cavalo Marinho do Mestre Zequinha (PB), Selma do Coco (PE), Reisado de Zabelê (PB), Pandeiro do Mestre (PE), Marzuca do Mestre Zé Preto (PB) e Lia de Itamaracá (PE).
De acordo com o diretor executivo do bloco Muriçocas do Miramar, Marconi Serpa, a proposta é abrir uma nova possibilidade de entretenimento e vivência cultural, atingindo jovens, artistas, a população da cidade, turistas e com isso fazer com que mais um evento passe a fazer parte do calendário de eventos culturais da cidade.
A estimativa dos organizadores é de que compareçam em cada local cerca de duas mil pessoas. A realização da primeira edição da Mostra de Cultura Popular só foi possível graças ao patrocínio da Lei de Incentivo a Cultura do Governo Federal, da Eletrobrás e ao apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa e do Sebrae - Paraíba.
A intenção do diretor executivo do bloco Muriçocas do Miramar é que esse evento seja ampliado para outras praças do nosso Estado e cada vez mais a cultura popular dos brincantes seja salvaguardada no Nordeste. “Queremos fazer circular a arte, mostrar a dança, o canto e encanto de nosso povo”, acrescentou Marconi.

Artistas populares de Pernambuco, Paraíba e Ceará na Praça da Paz

As atividades da primeira edição da Mostra de Cultura Popular têm início nesta sexta-feira (19), a partir das 19h30, na Praça da Paz dos Bancários, com a apresentação dos artistas populares Bebé de Natércio e Daudete Bandeira, Chico do Canolino (CE), o Maracatu Leão da Fortaleza (PE) e o Coral de Aboiadores de Serrita –Pernambuco.
Bebé Natércio é compositor, poeta popular, cantador e contador de causos bastante conhecido no nordeste. Herdou das suas andanças pelos sertões e da vivência com grupos e mestres populares a proximidade com a rua e a cultura popular. Atualmente reside em João Pessoa e faz parte da cena cultural da cidade, sendo freqüentemente encontrado em pontos de convergência social e artística, onde diversos artistas, professores, estudantes e pessoas de diferentes categorias se encontram.
Nesta apresentação ele faz parceria com outro conhecido cantador Daudete Bandeira, que já declamou poesias com outros cantadores e tem um disco gravado com o cantador Oliveira de Panelas. O disco que se chama, Musique do Munde - Brazil Improvised Song, chegou ao Brasil com poucas cópias e teve vendas esgotadas.
Daudeth Bandeira se apresentou em vários festivais de repentes, uma de suas grandes apresentações foi no Festival de Cantadores de Pombal (PB), em que apresentou canções como Nordestinação, Brasil Virgem, Homem na 4a Ronda, Sonho de Leandro (uma homenagem ao poeta Leandro Gomes de Barros), Ladeira de Tambaú, Provocação de Vizinho, Manicure, Conversando com as Águas, entre outras.
Em seguida se apresenta Francisco Cassiano Nazaro, artisticamente conhecido como Chico do Canolino, de Baixio (CE). Chico é um músico popular, que toca um instrumento por ele criado, semelhante ao violino, feito de canos de PVC. Seu Chico do Canolino é um autodidata que toca sanfona e cavaquinho desde os oito anos de idade, quando inventou seu primeiro instrumento, um violão, feito de lata de doce. Com uma curiosidade incomum, ele aprendeu sozinho observando os músicos da sua cidade. Não freqüentou escola de música, toca de “ouvido” e confessa que desconhece os nomes dos acordes, mas quem prestigia seus shows fica encantado com o seu estilo.
Ele tem se apresentado nas principais festas populares, da padroeira, em praças e terreiros dos sertões cearense e paraibano. Anualmente mostra seu trabalho em Cajazeiras (PB), na festa da cidade ao lado do renomado sanfoneiro Chico Amaro e também tem tocado ao lado de Nonato Cearense no São João promovido pelas prefeituras da região.
Outra grande atração da sexta-feira (19) na Praça da Paz é o Maracatu Leão da Fortaleza (PE), fundado na cidade de Flecheiras (PE) e tem como dono o senhor José Beto da Hora. É formado por vários fogosões, a exemplo do caboclo de lança, mestre e o terno de seis, Burra, Mateu, Catirina entre outros. Logo após se apresenta o Coral de Aboiadores de Serrita, também de Pernambuco. O coral foi formado em 1999, pela Fundação Quinteto Violado e desde então não parou de realizar apresentações pelo país. O grupo foi convidado para participar do espetáculo “Além da Linha D´água”, em São Paulo, com a atriz Marília Pêra.
Em tão pouco tempo conseguiram gravar três CD´s e participar com oito músicas no CD tributo a Geraldo Regis. É formado pelos compositores e vocalistas Chico Justino, Cícero Mendes, Dedé, Quesado, Edgar, Murilo, Paulo Pedro, Cícera e Elonir. O repertório das apresentações é composto por músicas de aboios, toadas e capelas, além de muito improviso e interação pública.

Praça do Coqueiral recebe Selma do Coco

No sábado (20), a partir das 20h00, a Praça do Coqueiral do bairro de Mangabeira recebe a cantadora Selma do Coco (PE). A pernambucana Selma Ferreira da Silva ou dona Selma, como é mais conhecida, viveu no interior até os dez anos, quando travou contato com as festas juninas e as músicas da região, como o coco de roda.
Mudou-se com a família para o Recife, casou-se, teve 14 filhos e ficou viúva aos 30 anos, quando foi viver em Olinda (PE). Lá trabalhava como vendedora de tapioca, e nos horários de folga começou a promover rodas de coco em seu quintal, que ganharam fama e a fizeram viajar para se apresentar em eventos e casas de espetáculos.
Em 1996, participou do badalado festival Abril Pro Rock, que provocou uma guinada radical em sua carreira artística. O "hit" que impulsionou o sucesso foi "A Rolinha", gravada por outros artistas e muito executada no carnaval de 97. Foi convidada a se apresentar em São Paulo (SP) e de lá para a Europa, notadamente a Alemanha, onde fez diversos shows. Em 1998 a Paradoxx lançou o disco "Minha História", também lançado na Europa.
Outra atração da noite não menos importante são as emboladeiras, cantoras e compositoras Terezinha e Lindalva de Santa Rita (PB). Elas possuem um estilo satírico. As irmãs paraibanas tornaram-se conhecidas por apresentarem-se ao público no Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro, cantando suas composições e vendendo fitas cassete de suas músicas. Apresentaram-se em outros estados em festas como a de folia-de-reis em Alto Belo, em Minas Gerais. Em 1999, lançaram pela Eldorado/Pequizeiro o CD "Terezinha e Lindalva", na série "Grandes repentistas do Nordeste", onde interpretam, entre outras, as emboladas "Proseado", "Coco da baiana", "O rico e o pobre" e "Coco do seringueiro", todas de autoria da dupla, além de "O macaco e o ferreiro", de Zé Monteiro e Curió.
Está programada ainda a apresentação do grupo Caiana dos Crioulos de Alagoa Grande - PB. Eles são integrantes reconhecidos pelos Palmares como um dos 13 legítimos quilombos brasileiros teve os seus primeiros negros (Século XVIII), vindo de Mamanguape - PB, de uma rebelião ocorrida em um navio que aportou em Baía da Traição - PB. Há 20 ou 30 anos atrás usavam roupas coloridas, onde ainda hoje se vê as tradições herdadas dos seus ancestrais africanos.
A Caiana é um pedaço do continente africano nas terras do Paó. Os negros de Caiana já foram exemplos de pureza étnica. Alguns afirmam que Caiana surgiu por esses negros no passado terem fugido de Palmares. Seus instrumentos, suas músicas, danças e costumes, ainda guardam um pouco de sua cultura e de sua história. Até algum tempo atrás, era difícil o contato do povo da cidade com os negros, pois eles tinham medo do homem branco.
O Cavalo-Marinho de Mestre Zequinha se apresenta também no sábado (20) na Praça do Coqueiral de Mangabeira. O grupo é o único em atividade na Paraíba e dos mais importantes do Nordeste. É reconhecido por diversos pesquisadores como possuidor de um estilo ímpar na apresentação musical dos diversos gêneros que perfazem esse folguedo, como as toadas, abios e baiões.
O estilo é bastante diferente do encontrado em grupos semelhantes do Rio Grande do Norte ou Pernambuco. Esse folguedo, ou “brincadeira do cavalo-marinho”, como é denominado pelos seus membros, representa atualmente a continuidade de uma longa tradição advinda da zona rural e, no passado, encontrada em cidades como Guarabira, Santa Rita, Borborema, Mari, Bayeux e outros. Mestre Zequinha é o que mais diretamente dá continuidade de uma longa tradição dos mestres que o antecederam, como Mestres Paizinho, Raul, Gasosa e Neco. Por esse cavalo-marinho já passaram brincantes que hoje são mestres em folguedos semelhantes, como o Mestre Pirralinho, do Boi-de Reis Estrela do Norte, e João do Boi, do Cavalo-Marinho Infantil do bairro dos Novais.

Lia de Itamaracá na Praça Bela dos Funcionários II

Cirandeira de Itamaracá, ilha perto de Recife, Maria Madalena Correia do Nascimento é a grande atração da terceira e última noite da Mostra de Cultura Popular que terá como palco a Praça Bela do Conjunto dos Funcionários II, em João Pessoa. A apresentação cirandeira está prevista para começar às 19h00.
Lia de Itamaracá ficou conhecida por esse nome nos anos 60, quando a compositora e cantora Teca Calazans registrou a quadra "Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na ilha de Itamaracá". Lia canta e compõe desde a infância, e em 1977 gravou seu primeiro disco, o LP "A Rainha da Ciranda". Mas não enveredou pela vida artística e continuou trabalhando como merendeira em uma escola de sua cidade.
Na década de 1990 foi redescoberta pelo produtor Beto Hees, que a levou para participar do festival Abril Pro Rock em 1998, com grande êxito. Com repertório que inclui coco de raiz e loas de maracatu, além, é claro, de cirandas, acompanhadas por percussões (ganzá, surdo, tarol, congas) e saxofone, gravou o segundo álbum em 2000, o CD "Eu Sou Lia", lançado inicialmente pela Ciranda Records e depois pela Rob Digital. Por ocasião do lançamento, apresentou-se em outras capitais e ministrou workshops.
Além de Lia de Itamaracá se apresentam no local o Reizado de Zabelê, o grupo Pandeiro Mestre (PE) e Marzuca do Mestre Preto (PB).
O Reizado é uma das manifestações mais autênticas da cultura folclórica paraibana. Teve sua obra conhecida em todo mundo devido ao lançamento do primeiro CD da cantora Sandra Belê, outra artista de Zabelê que está mostrando seu trabalho para o mundo.
O Reisado teve início na localidade a partir da grande devoção ao Padre Cícero. A história começou em 1919, com a iniciativa do Senhor Manoel Venceslau, mais conhecido como Manoel João, que era praticante do Reisado na cidade de União dos Palmares em Alagoas.
Fazem parte ainda do elenco as figuras do Rei e da Rainha, do Mestre e do Contra-Mestre, dos Embaixadores, do Médico, do Boi, do Jaraguá, dos Mateus, da Burrinha, dos Soldados e outros membros secundários, todos com indumentárias e funções próprias ao evento. Em geral as indumentárias têm como base a cor azul (com calças e saias brancas, enfeitadas com miçangas, espelhos, fitas de diversas cores, coroas que representam a Igreja do Município), máscaras, botinas e sapatilhas. Os instrumentos musicais utilizados são o cavaquinho, alguns maracás, um violão, uma caixa e um bombo.

Serviço:
I Mostra de Cultura Popular – O Nordeste mostra sua arte

Dias 19, 20 e 21 de outubro
Locais: Praça da Paz (Bancários), Praça Coqueiral (Mangabeira) e Praça Bela (Funcionários II)
Hora: a partir das 19h00


PROGRAMAÇÃO

DIA 19 DE OUTUBRO (SEXTA-FEIRA)
Hora: 20h00
Local: Praça da Paz do Conjunto dos Bancários
Ø Repentistas Bebé de Natécio e Daudete Bandeira (PB)
Ø Chico do Canolino (CE)
Ø Maracatu Leão da Fortaleza (CE)
Ø Coral de Aboiadores (PE)

DIA 20 DE OUTUBRO (SÁBADO)
Hora: 20h00
Local: Praça do Coqueiral de Mangabeira
Ø Emboladoras Terezinha e Lindalva (PB)
Ø Caiana dos Crioulos (PB)
Ø Cavalo Marinho do Mestre Zequinha (PB)
Ø Selma do Coco (PE)

DIA 21 DE OUTUBRO (DOMINGO)
Hora: 19h00
Local: Praça Bela Funcionários II
Ø Reizado de Zabelê (PB)
Ø Pandeiro do Mestre (PE)
Ø Marzuca do Mestre Zé Preto (PB)
Ø Lia de Itamaracá (PE)

Realização: Muriçocas Eventos Culturais
Patrocínio: Lei de Incentivo a Cultura do Governo Federal e Eletrobrás
Apoio: Prefeitura Municipal de João Pessoa e Sebrae Paraíba

Adriana Crisanto
Repórter
Fotos: Divulgação.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Tragédia nos morros cariocas


"Tropa de Elite" é um retrato fiel do caos em que está mergulhada uma das mais importantes cidades do mundo

Eu não sou muito de fazer comentários sobre filmes, pois aqui na redação e no cenário intelectual-cinematográfico de João Pessoa existem pessoas muito mais gabaritadas para analisar, criticamente, a tonelada de filmes que são lançados no país e no exterior. Mas, chega a ser impossível não comentar sobre a mais nova polêmica cinematográfica brasileira, o filme "Tropa de Elite", do diretor José Padilha.
Para quem achava que eu não assistia filme, eu assisto, e fico também chocada e assustada com os inúmeros comentários que fazem sobre as obras e o emaranhado de situações que ocorrem depois que um filme é finalizado. Não está sendo muito diferente com Tropa de Elite. O filme não tinha ainda chegado nas salas de cinema do país e causou a maior polêmica entre produtores, críticos, mercado, cinéfilos e o que é pior, nos altos escalões da polícia brasileira. Sem falar no fato de que edições clandestinas circulam de norte a sul do país, antes mesmo dele ter sido exibido.
O filme, para quem ainda não assistiu, retrata o dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro (Bope), no ano de 1997, que deseja sair da corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente a isso, há a história de dois amigos de infância que se tornam policiais e se destacam por sua honestidade e honra. Eles ficam indignados com a corrupção no batalhão em que atuam e decidem entrar para o Bope para lutar contra isto.
As cenas de violência e humilhação são pesadas demais da conta e deixa a certeza que a polícia brasileira está preparada para guerra sem que para isso seja preciso encaminhar nossos homens para treinamento no exterior. O filme está inserido no gênero drama, mas bem que ele poderia ser lido como uma tragédia, pois termina com acontecimentos funestos que despertam o país para o horror que é o trafico de drogas e armas nas favelas do Rio de Janeiro.
Na opinião do jornalista e crítico de cinema, Alex Lacerda, as cenas de violência intensa, que permeiam todo o filme, não são o que mais chocam os expectadores e sim a angustiante sensação de reconhecimento de uma possível verdade sobre a corrupção nas instituições responsáveis por nossa segurança.
O filme, diz Lacerda, segue a tendência assumida pelo cinema nacional após o sucesso de filmes como "Cidade de Deus", "Carandiru e Amarelo Manga", que permeiam a crueza dos fatos com elementos de violência e da cultura marginal. "Como os demais, Tropa de Elite traz à tona uma realidade não usual e amargamente verossímil aos expectadores", disse.
Foi-se o tempo em que o cinema reproduzia os assaltos de bandidos a trens, aviões, e retratando de forma bucólica a vitória ou derrota dos bandidos. Os diretores estão virando suas lentes para direções contrárias para assim mostrar o que ainda não foi dito para sociedade abertamente. O cineasta Torquato Joel, que recentemente teve um dos curtas-metragens pirateados, disse que ainda não assistiu ao filme.
Torquato observa positivamente essa mudança de visão dos novos cineastas. "É uma outra realidade que estamos vivendo. O cinema não pode mais negar as coisas que estão ai. Ele tem mais é que sair das correntes do cinema americano e procurar encontrar outros nichos", comentou.
Em Tropa de Elite, o diretor, conta à história de outra maneira, apresentando a visão dos policias sobre o tráfico também de influências dentro das instituições de segurança no país. E essa é a pior parte, ou seja, ter a "certeza", de que a sociedade está entregue a esse monte de baratas que usam fardas, calçam botinhas de cor preta, desfilam em carros pintados e são tão malfeitores quanto os traficantes, agiotas e bandidos.
Se existe crime perfeito esse é um deles: homens abusando do poder dentro e fora de instituições de segurança pública e matando inocentes para também sobreviverem. Para pontear a história o diretor utiliza “Vigiar e punir”, uma publicação do teórico francês Michel Foucault. A obra é um estudo científico, em que o autor fala os métodos coercitivos. Métodos estes que vão desde a violência física ao poder das instituições de segurança pública. E fala muito da norma, da ordem e da disciplina rígida adotada por algumas instituições.

Saiba Mais

“Tropa de Elite” nasceu em meio à polêmica. Cópias piratas foram vendidas antes da estréia. O Bope tentou impedir a estréia na Justiça, mas não conseguiu. Parte dos espectadores que o assistiram consideram o filme é excessivamente “violento”.

Diretor não poupa a classe média

José Padilha faz referência também à classe média. Para falar sobre ela, o autor utiliza os consumidores de maconha e cocaína de uma das faculdades mais conceituadas do Rio Janeiro. O diretor não cita o nome, mas o cenário é a Pontifícia Universidade Católica (PUC/Rio), onde se concentra o maior número estudantes universitários de classe média do Rio. A estudante Valéria Costa, 23 anos, disse que o filme assusta e que não muito diferente acontece em universidades públicas e particulares do nordeste brasileiro. "Uma parcela da sociedade, que hoje pouco se fala, e que financia indiretamente o consumo e tráfico de drogas nas favelas", comentou.
Tentei entrar em contato com as instituições de segurança pública federal e estadual para que os mesmos opinassem sobre o filme e até mesmo para saber como os órgãos de segurança estão fazendo para controlar pirataria do filme aqui no Estado, mas não obtive sucesso em nenhum dos contatos. Por medida de segurança eles não quiseram opinar a respeito.
O coordenador do programa de Pós-Graduação em Sociologia do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba (CCHLA/UFPB), o professor Ariosvaldo da Silva Diniz, após assistir três vezes ao filme, comentou que a abordagem dada pelo diretor José Padilha pode constituir numa armadilha unilateral das coisas, ou seja, a polícia vista apenas como de forma maniqueísta, mostrando o lado podre dela quando outros aspectos devem ser levados também em consideração, com o caráter humanitário que ele também presta a população e como essa mesma policia se encontra inserida em um sistema de repressão.
Outro dedo na ferida tocado pelo diretor é quanto ao papel das instituições de ajuda humanitária, as organizações não-govermentais, que estão inseridas nas zonas de risco social do Rio de Janeiro, que estão sujeitas a pressões tanto dos traficantes quanto da polícia. As Ongs são associações do terceiro setor que se declaram com finalidades públicas e sem fins lucrativos, desenvolvendo ações em diferentes áreas e que, geralmente, mobilizam a opinião pública e o apoio da população para melhorar setores da sociedade.
O professor do curso de jornalismo da UFPB, Pedro Nunes, chama atenção também para o vazamento de informações e quebra de confiança por parte dos integrantes da produtora do filme. No caso de “Tropa de Elite”, diz ele, isso é perfeitamente passível de punições. "A partir daí, temos uma cadeia de situações que por um lado se configura inicialmente como crime à propriedade autoral e, por outro, representa o acesso aos bens culturais. Temos a disseminação de uma proposta cultural que circulou por favelas, escolas, universidades, corporações policiais e, até, por tribunal onde foi vetada a liminar que impedia a exibição pública do filme. Essa situação paradoxal é uma realidade. A pirataria possibilitou projeção e discussão do filme, a criação de movimentos pela internet, gerou notícias e matérias polêmicas", disse.
Além do abismo de um país desigual, o filme é para Pedro Nunes uma espécie de recriação da realidade. "Tropa de Elite procura abrir os nossos olhos sobre a segurança pública no Brasil", finalizou.

Serviço
Filme: Tropa de Elite
Diretor: José Padilha
Estréia
Hoje
Local: Multiplex (Tambiá)

Adriana Crisanto
Repórter

adriana@jornalonorte.com.br
adrianacrisanto@yahoo.com.br
Fotos: Divulgação

terça-feira, outubro 09, 2007

Ednaldo do Egypto renasce e promove a 7a Mostra de Teatro Infantil


O Teatro Ednaldo do Egypto, que há bem pouco tempo estava ameaçado de fechar suas portas, foi definitivamente locado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa. De acordo com Fabiano do Egypto, o contrato de arrendamento do local será assinado ainda essa semana. No local, além do teatro, funcionará também o Centro Municipal de Artes (CMA) e terá como coordenador o ator e diretor Alberto Black.
O CMA estará vinculado a Secretaria de Educação e Cultura (Sedec) e pretende atender aos alunos das escolas municipais, com aulas de dança, teatro e música. As atividades do teatro continuaram funcionando normalmente, com a locação do espaço para as companhias de artes.
A casa voltou a funcionar ontem com a abertura da 7a Mostra de Teatro Infantil Ednaldo do Egypto que se estende até o dia 14 de outubro. A Mostra está inserida no evento “Outubro do Teatro”, que teve início no dia 2 de outubro com o lançamento oficial do DVD do espetáculo “Cordel da Paixão 2006”, no Teatro Lima Penante do Núcleo de Teatro Universitário da Universidade Federal da Paraíba (NTU/UFPB).
De acordo ainda com Fabiano do Egypto, serão apresentados sete espetáculos. Destes seis são locais e apenas um convidado, a peça Cinderela Com Lazanha e Raviolli. Nesta edição se apresentam os espetáculos: Brincadeiras de Criança (Cia de Bonecos de Cena), Os três mosqueteiros, Espantaram o espantalho (Cia de Teatro Pit Stoy), Os Três Porquinhos (Cia de Teatro Argonautas), Cinderela com Lazanha e Raviolli, A Ver Estrelas (Cia de Teatro Bom de Cena), O Gato de Botas (Grupo Tenda).

Programação Mostra Teatro Infantil

Nesta terça-feira (9), se apresenta o espetáculo “Os Três Mosqueteiros Atrapalhados” da Companhia de Teatro Ednaldo do Egypto, a partir das 16h00. Os bilhetes de entrada para a Mostra custam R$ 5,00 (estudante) e R$ 10,00 (inteira). Apenas no dia 12 de outubro que a entrada será aberta ao público.
O espetáculo é uma adaptação do livro do escritor francês Alexandre Dumas. A peça narra à história proveniente da Gasconha de três jovens atrapalhados que servem ao reino do Rei Artozio e tentam salvar o príncipe Túlipio, que foi transformado em sapo, das garras da bruxa Rugosa e do seu fiel ajudante Traquineo, que além de desastrado guarda um grande sonho de se tornar um mosqueteiro do reino.
De acordo com o diretor da Companhia, Tony Silva, a montagem tem o objetivo de ajudar aos educadores e pais na difícil tarefa de fazer as crianças compreenderem algumas necessidades básicas e fundamentais para o desenvolver o ser humano.
Quarta-feira (10), a partir das 16h00, se apresenta o espetáculo infantil “Espantaram o Espantalho” que conta a história de um garoto (Caio), um menino que tem de se acostumar com a situação de seus pais saírem todos os dias para trabalhar deixando-o com seus avós. Cansado de seus brinquedos um belo dia resolve criar um espantalho que tempos depois ganha vida e se torna o melhor amigo de Caio, mas o vilão, o senhor Corvo, tenta de todas as formas tirarem o espantalho do milharal e com isso comer toda a plantação de seu avô.
Ainda dentro da programação será apresentado o espetáculo “Os Três Porquinhos” da companhia de Teatro Argonautas. A peça será encenada, na quinta-feira (11) em dois horários, 15h00 e 16h00. O espetáculo é uma adaptação da conhecida fábula, em que o autor procura manter o tempo e a mensagem principal, ou seja, a importância de se ter bons amigos e de que a união faz a força.
A estória é contada de forma diferenciada da original e trazem surpresas encantadoras para o público infantil, pois são mescladas com humor, brincadeiras, com uma trilha sonora original e recheada de músicas animadas e muita mímicas. Os três porquinhos têm texto e direção de Tony Silva. No elenco estão os atores: Thiago Ferraz (porcão), Epitácio Souza (porcolino), Natanael Duarte (porquito), Evaldo de Souza (Lobão) e Erlaine Souza (Lili e Dona Tuca). Na seqüência da 7a Mostra de Teatro Ednaldo do Egypto se apresentam Cinderela com Lazanha e Raviolli, às 16h00. No sábado (13) se apresenta a montagem “A Ver Estrelas”, 16h00 e 17h00, e no domingo (14), o espetáculo “O Gato de Botas” do grupo Tenda.

Serviço:
7a Mostra de Teatro Ednaldo do Egypto

Período: 8 a 14 de outubro
Local: Teatro Ednaldo do Egypto – Av. Maria Rosa – Manaíra
Ingressos: R$ R$ 5,00 (estudante) e R$ 10,00 (inteira).

Adriana Crisanto
Repórter
adriana@jornalonorte.com.br
adrianacrisanto@yahoo.com.br
Fotos: Divulgação
* Matéria publicada no caderno Show do Jornal O Norte em outubro de 2007.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Livraria de Montaigne


“Sou humano e considero que nada de humano me é estranho”. Essa é uma das frases impressas na exposição “Um passeio ao universo do escritor francês Michel de Montaigne”, que será aberta nesta terça-feira (9), a partir das 10h00, na Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Na mesma ocasião será lançado o livro do projeto de autoria do professor e coordenador José Alexandrino de Souza Filho.
A exposição faz parte do projeto Livraria de Montaigne, que trata de uma réplica, em miniatura, da torre que funcionou como biblioteca para o referido escritor, confeccionada em grossas folhas de isopor, cola e papel. A torre está exposta no hall da Biblioteca Central da UFPB e vem chamando a atenção dos estudantes, professores e freqüentadores da Biblioteca Central.
Ela tem seis metros de altura, três de diâmetro e oito de circunferência. Frases do escritor francês Montaigne estão fixadas no teto da torre em francês, grego e latim. O projeto é bilíngüe e abarca tanto lusófonos como francófogos. Essa não é a primeira vez que o projeto da Livraria de Montaigne é exibido ao público. Ela foi exposta pela primeira vez em 1997, mas como o professor Alexandrino teve que sair para o doutorado na França precisou guardar o material da exposição.
A idéia do projeto, de acordo com o professor Alexandrino de Souza Filho, surgiu quando foi ministrar uma disciplina no curso de especialização em língua e literatura francesa na UFPB e resolveu aprofundar os autores do século 16. O curso era sobre dois autores, em prosa, e um deles foi Montaigne. O resultado foi uma coletânea de trabalhos escrita pelos alunos e publicada pelo Centro de Ciências, Letras e Artes (CCHLA), em janeiro de 1997, todo em francês, com ilustrações da época.
Em seguida, os professores do Departamento de Letras foram convidados a fazer um mural dos escritores de sua preferência. Foi quando sugeriu o escritor Montaigne. “Como tinha conhecido a livraria dele na França decidi fazer uma réplica da livraria. Foi um ano de trabalho intenso. Na época tive apoio da Funape, da Embaixada de França, Prefeitura, Governo do Estado e empresas locais”, disse.
Na primeira exposição os índios da Baía da Traição foram convidados a participar do lançamento, onde fizeram um batismo ritual. “Essa parada do projeto, de certa forma foi bom, pois tive a oportunidade de ampliar o projeto”, comentou.
Nesta edição, o projeto inclui, além da torre, um portal em tamanho real, painéis com informações sobre o escritor e um jardim desenhado no chão que conduz o visitante ao mundo de Montaigne. A idéia é fazer com que o visitante faça um passeio pelo jardim e vá até a torre, que é o núcleo da exposição, tal qual acontece na França.
O nome, “Livraria de Montaigne”, era como se chamava, no século 16, na França, as bibliotecas, as livrarias, lugar de livros. Não se conhece na história da literatura e filosofia uma biblioteca semelhante a está de Montaigne, que além dos livros continham frases fixadas no teto para criar um ambiente sagrado, como se fosse um lugar privilegiado e para poucos.
As frases, impressas no teto, de acordo com o professor Alexandrino, foram tiradas da bíblia, outras são de autores gregos e latinos. É um mundo impregnado de filosofia, de pensamento, de ideais, de reflexão e meditação. Montaigne acreditava que o homem era feito para ação e para contemplação.
Ele também tinha grande interesse pelas culturas ditas primitivas. Foi o primeiro humanista a defender os índios, que eram acusados, pelos descobridores (espanhóis e portugueses), de serem selvagens e bárbaros, ou seja, povos sem cultura, sem civilização, mais próximos aos animais do que dos seres humanos. Montaigne desconstruiu esse argumento, que na verdade, era apenas uma desculpa para explicar o genocídio dos índios na sua época.
Montaigne, diz Alexandrino, tem uma ligação interessante com o Brasil, pois escreveu vários ensaios sobre os índios canibais brasileiros, em que dizia ter essa ligação e possuir objetos indígenas. “Ele transformou a biblioteca dele em um gabinete de curiosidades”, comentou o professor. Os objetos indígenas foram obtidos quando ele se encontrava na França, no século 16, com um grupo de índios brasileiros que para lá haviam sido levados pelos traficantes franceses do Pau Brasil que freqüentavam muito a Paraíba, pois, a Paraíba tinha um clima propício para o cultivo da árvore, uma vez que a planta gosta de muito sol. O melhor Pau Brasil do Brasil, de acordo com Alexandrino e Montaigne, era da Paraíba. Os colonizadores franceses penetravam pelo Rio São Domingos, como era chamado antes do Rio Paraíba, seguia até brejo paraibano em busca da árvore mais conhecida do país.
As histórias e situações sobre Montaigne estão espalhadas em vários websites na internet. Michel Eyquem de Montaigne nasceu em 28 de fevereiro de 1533 em château de Montaigne e faleceu em 13 de setembro de 1592, no mesmo lugar. Foi escritor e ensaista francês, considerado por muitos como o inventor do ensaio pessoal.
As suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo. É considerado um céptico e humanista.
Exerceu a função de magistrado em Périgoux (de 1554 a 1570) depois em Bordéus onde travou profunda amizade com La Boetie. Retirou-se para o seu castelo quando tinha 34 anos. Para se dedicar ao estudo e à reflexão. Levou nove anos a redigir os dois primeiros livros dos ensaios. Depois viajou por toda a Europa durante dois anos (1580-1588). Faz o relato desta viagem no livro Journal de Voyage, que só foi publicado pela primeira vez em 1774. Foi presidente da Câmara em Bordéus durante quatro anos. Depois regressou ao seu castelo e continuou a corrigir e a escrever os ensaios. Os seus Ensaios compreendem três volumes (três livros) e em três versões: Os dois primeiros em 1580 e 1588. Na edição de 1588 aparece o terceiro volume. Em 1595, publicou uma edição póstuma destes três livros com novos acrescentos.
Os ensaios são um auto-retrato de um homem, mais do que o auto-retrato do filósofo. Montaigne apresenta em toda a sua complexidade e variedade humanas. Procura também encontrar em si o que é singular. É autor de frase celebres como: “A palavra é a metade de quem a pronuncia, metade de quem escuta”; “Existem derrotas mais triunfantes que as vitórias” e tantas outras.

Frases de Michel de Montaigne

Montaingne

* Os homens tendem a acreditar, sobretudo, naquilo que menos compreendem.
* O homem não é tão ferido pelo que acontece, e sim por sua opinião sobre o que acontece.
* Não me encontro onde procuro, mas de repente, quando menos espero.
* Apenas pelas palavras o ser humano alcança a compreensão mútua. Por isso, aquele que quebra a sua palavra atraiçoa toda a sociedade humana.
* Ensinar os homens a morrer é ensiná-los a viver.
* Nós podemos chegar a ser cultos com conhecimento de outros homens, mas nós não podemos ser sábios com sabedoria de outros homens..
* Eu não recolhi um ramo de flores de outros homens, mas a linha que os liga é meu própria.
* O que o teme sofre, sofre já de seu medo
* A menos que um homem sente que tem uma memória bastante boa, ele nunca deve arriscar-se encontrar-se
* Eu sei bem do que eu estou fugindo, mas não o que eu estou buscando.
* Eu entendo que os prazeres devem ser evitados se as dores forem a grande conseqüência, mas se as dores forem cobiçadas, elas terminarão em prazeres mais grandes.
* É uma presunção perigosa e fútil, além de uma absurda temeridade, ter desprezo pelo que nós não compreendemos.
* Que eu sei?

Adriana Crisanto
Repórter
Fotos: Ovídeo Carvalho
* Matéria publicada no caderno Show do Jornal O Norte, em maio de 2007.