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quarta-feira, junho 28, 2006

Arte e Moda

Foto: Divulgação do artista



Adriana Crisanto



As tentativas de aproximar moda e arte não é coisa recente. Diga-se de passagem que o Museu de Arte de São Paulo (MASP) guarda, em seu acervo, um vestido desenhado por Salvador Dalí. Nos anos 60, Lygia Clark e Hélio Oiticica criavam obras para serem vestidas. Nos 80, Leda Catunda e Leonilson também se valeram dos códigos da indumentária para compor seus objetos.
Aqui na Paraíba o artista plástico Amenemar Tenório desenha suas obras em roupas da moda praia e até tem uma griffe chamada “Perto da Lua”. Recentemente o artista plástico paraibano Tito Lobo teve algumas de suas telas impressa na coleção verão 2006 da marca Lygia & Nanny, das empresárias e irmãs Lygia Moreno e Nanny.
A griffe está presente na moda praia, fitness e sportwear há 25 anos e tem apresentando crescimento a cada coleção. Lygia Moreno, uma das empresárias da marca, em uma de suas viagens a João Pessoa para acompanhar o marido e o filho em competições de Kitsurf, disse que se impressionou logo que viu as telas de Tito Lobo.
O cruzamento das linguagens (artes plásticas e moda) criam artefatos híbridos – bem adequados ao momento contemporâneo. Como destacou, Lygia Moreno, que inspirada nessa possibilidade de cruzamentos, de contaminação dos meios. A coleção, segundo a estilista, terá número limitado. Para a coleção verão 2006 ela lança duas espantas e no próximo ano mais duas. “Quem comprou comprou, quem não comprou não compra mais”, comentou.
A outra novidade que Lygia Moreno traz, além da arte de Tito, é o fio da lycra da peças. O material utilizado se chama “amni” da empresa Rohia. A malha é mais macia e proporciona mais conforto. A coleção será lançada, segundo Tito Lobo, será lançada também em Portugal, na cidade de Viseu, na Natural Fashion e na cidade de Sino, com apoio do Cassino Vistoriu.
Para quem não a conhece Lygia Moreno começou a participar de competições de Windsurf em 1979, tornando-se campeã de sua categoria por vários anos, o que rendeu uma ligação com a Maio e a Lygia Campeã. Um dos fatores que contribui para propagação da griffe, foi quando a atleta competiu em adiantada fase de gravidez e consagrou-se vice campeã mundial. Lygia e Nanny tem conquistado um público fiel de todas as faixas etárias de idade.
Questionar a existência de uma moda autenticamente brasileira é como questionar a transparência de nossa cultura. Somos um produto de cruzamentos, uma cultura mestiça, dependente, em conflito com as nossas próprias vocações. A moda não poderia ter a seu cargo resolver um problema que o país e seu povo não resolveram. No livro a História da Moda no Brasil, editado pelo Centro Cultural Cândido Mendes e a TV Educativa, os estilistas Ruth Joffily e Luiz Antônio Aguiar revelam que haverá cultura e moda brasileiras quando o povo brasileiro for ideológica e economicamente autônomo o bastante para gerar seu estilo e circunstâncias próprios de vida. Para Tito Lobo o prazer de ver suas telas valorizadas desta maneira só o deixa mais animado a querer seguir em frente e produzir cada vez mais.
As peças em breve serão lançadas na capital com grande desfile com modelos. Por enquanto a estilista e o artista plástico estão divulgando os trabalhos na mídia impressa e eletrônica.
Tendência – Atualmente ligar a moda com música e atitude, por exemplo, é bem simples. Basta você ir num show e olhar à sua volta. Adeptos da música eletrônica se vestirão de uma maneira, rappers de outra, roqueiros e seus mais variados estilos (metal, punk, indie, rockabilly...) de uma outra bem diferente.
Já existem várias marcas que estão se mobilizando nesse sentido, e o rock é uma das grandes apostas. As próprias Triton e Ellus, conceituadíssimas, têm buscado um público mais jovem com esse estilo. Já em festivais alternativos que acontecem no Brasil, é usual darmos de cara com banquinhas que vendem roupas e acessórios que remetem ao rock´n´roll que também está sendo visto no palco. São marcas menos conhecidas, mas não menos descoladas.
Recentemente a jornalista Goretti Zenaide, que acompanha os eventos de moda pelo país, revelou em reportagem aqui no Jornal O NORTE, a perfeita sinergia entre a cultura e a moda durante do BH Fashion Music que aconteceu no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Os desfiles foram verdadeiros shows e a Cavalera, apoiada por um projeto do governo do Estado, apresentou a coleção primavera-verão com peças de rendas feitas no cariri paraibano e com shows simultâneos das Ceguinhas de Campina Grande e Zabé da Loca e sua banda de pífanos.

Apertando o parafuso

Foto: Divulgação da banda



Original e espontâneo é assim o som da banda de rock pernambucana Parafusa que acaba de lançar o disco “Meio Dia na Rua da Harmonia”, segundo trabalho do grupo totalmente independente. No álbum eles misturam sonoridades e saem na frente em termos de estrutura musical no pop rock.
A formação básica de qualquer banda de rock (bateria, guitarra, baixo, piano e percussão) em nenhum momento se aproxima de fórmulas convencionais neste trabalho. O que se pode escutar no CD são construções sonoras experimentais sem a sujeira convencional das novas bandas de rock que estão no cenário alternativo. Não é para menos, pois, as influências musicais vêm de nomes como Mutantes, Ave Sangria, Secos e Molhados, Jethro Tull, Beatles, Bem Folds, Chico Buarque, Cartola e outros afins.
“Meio Dia na Rua da Harmonia” têm doze faixas com letras de Diego Andrade, Tiago Araújo, Malu Allen, Lucas e Juliano. São marchinhas de carnaval, rock, sambas e música popular brasileira com arranjos criativos e diversificados. O maior mérito é escutar o disco prestando atenção nas letras, que não estão impressas no encarte, mas são carregadas de poesia cotidiana na voz personalística de Tiago Araújo.
O disco foi gravado pela própria banda no estúdio sala 7 da Escola de Música Cema, em Recife (PE). A quarta faixa do CD, “No Asfalto”, eles inseriram trechos de canções da cultura popular, como “Bendito de São João”, gravado na cidade de Aparecida, interior do Estado da Paraíba, pelos pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Marcos, Maria Ignez Ayala e Vlader Nobre, contido no trabalho “Responde a Roda Outra Vez”, coordenado pelo professor de etnomusicologia Carlos Sandroni, que traçou um panorama da música folclórica da Paraíba e Pernambuco hoje, tal como fez a equipe do escritor paulista Mário de Andrade em 1938 quando ainda era Chefe do Departamento de Cultura do Estado de São Paulo (1935-1938).
O fato é que a mistura de música folclórica, rock pop, MPB e marchinhas de carnaval são eficientes e prova como o cenário alternativo da capital pernambucana vem amadurecendo a cada ano. Hoje existe uma certa maturidade nos trabalhos das bandas alternativas que mesmo no meio daquele mangue sujo, conseguem tirar vida, provar a força que tem sua música e produzir trabalhos de qualidade sonora.
A banda Parafusa parece não ter recebido bons elogios da imprensa pernambucana que duvidam da capacidade do grupo entrar na máquina industrial do circuito “mainstream”. Mas, ao que parece o parafuso da parafusa está bastante apertado para cair na malha especulativa de uma mídia cega e surda que vive da espetacularização e unicamente dos produtos culturais que são lançados.
O grupo tem a mesma formação desde que surgiram em 2002, com Juliano Ribeiro (piano), Lucas Araújo (bateria e percussão), Diogo Andrade (guitarra e voz) e Tiago Araújo (baixo e voz). A intenção deles agora, segundo Juliano Ribeiro, é divulgar o trabalho em todo Nordeste.
Em João Pessoa, o disco poderá ser encontrado nas lojas Música Urbana (no centro da cidade) e em Oliver Discos (na praia de Manaíra) ao preço de R$ 12,00. Quem quiser se adiantar e conferir o trabalho da banda pode acessar a página do grupo (http://www.parafusa.com.br/) e baixar algumas canções que estão disponíveis ou então entra em contato através do e-mail parafusa@parafusa.com.br ou pelo telefone (81) 9146.2604/9282.1365.
Adriana Crisanto
adriana@jornalonorte.com.br

Serviço:
Parafusa – Meio dia na rua da harmonia
Preço: R$ 12,00
Informações no website http://www.parafusa.com.br/
Fones: (81) 9146.2604 ou 9282.1365

Oscar Wilde

Foto: arquivo jornal

No dia 30 de novembro comemora-se o estranho “aniversário de morte” de um dos mais polêmicos escritores da literatura inglesa, o irlandês Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde. Vários eventos estão acontecendo no mundo deste o dia 16 de outubro, data do seu nascimento, para brindar a obra de um dos mais famosos poetas, romancistas e dramaturgos do século 19.
Nas prateleiras das livrarias da cidade já circula o livro “Contos Completos – Stories” (Landmark, 2004, 256p. R$ 30,40), uma edição bilíngüe comemorativa, com treze contos escritos por Wilde, no período de 1888 a 1891, publicado posteriormente em quatro edições. O que chama atenção nesta versão é que o texto em inglês vem ao lado da tradução original.
Entre os contos mais conhecidos de Oscar Wilde estão o clássico “O Fantasma de Canterville”, que foi encenado no teatro por várias companhias, “O Pescador e Sua Alma” e “O Crime de Lorde Arthur Savile”. Durante a leitura o que se pode observar é a rapidez dos diálogos que vão evoluindo texto a texto e atingindo um grau de intensidade dramática invejável. No conto “O Crime de Lorde Arthur Savile” deixa bem claro nas falas a representação cênica, com atores entrando e saído do palco.
Uma das marcas literárias de Wilde é que seus textos passeiam entre o conto e o ensaio, e ele o deixa muito claro, principalmente numa época em que a sociedade era mais moralista do que hoje e que ser homossexual era crime e dava cadeia. O senso de humor burlesco e a alegria do autor deixam marcas no conto “Fantasma de Canterville”. Com riqueza de detalhes ele valoriza o trabalho do artesão que ele admirava bastante em detrimento a coisa massificada, industrializada ricamente descrita nas características físicas dos personagens masculinos.
Um dos aspectos que chama atenção na escrita do livro é a substituição do travessão (bastante utilizado para marcar os diálogos na gramática de língua portuguesa-brasileira) pelas aspas (“..”). Com este livro o leitor tem nas mãos não apenas a biografia de Oscar Wilde mais a obra mesmo do autor.
Mas, o que muitos leitores gostam e querem saber é quem foi esse escritor tão polêmico e mal-dito? Oscar Wilde nasceu em Dublin, na Irlanda. É o autor do romance “O Retrato de Dorian Gray”, de 1890, considerado sua obra-prima. Wilde se destacou pelo seu envolvimento com o Movimento Estético – A arte pela Arte – e pela adoção peculiar na maneira de se vestir e agir. Destacou-se no teatro e, por meio de sua ironia e humor, seus jogos de palavras e subentendidos, criou um novo tipo de comédia.
Foi um aluno inteligente e de temperamento forte. Casou-se com Constance Lloyd, com quem teve dois filhos, Cyril e Vyvyan. Oscar Wilde era filho de um médico, Sir William Wilde, morto em 1876 e uma escritora, Jane Francesca Elgee, árdua defensora do movimento da Independência Irlandesa, fazendo com que desde criança Oscar Wilde estivesse rodeado pelos maiores intelectuais da época.
Criado no Protestantismo, Oscar Wilde foi um aluno brilhante, sobretudo nos estudos de obras clássicas gregas e seus conhecimentos nos idiomas. Estudou na Portora Royal School de Enniskillem, ganhou vários prêmios com destaque no Trinity College, em Dublin, e no Magdalen College, Oxford, onde ingressou em 1874. Em 1978, ganhou o prêmio Newdigate, com a clássico "Ravena".
No ano de 1895 foi preso, condenado a dois anos de trabalhos forçados por seu envolvimento com o Lord Alfred Douglas (ou Bosie, como era apelidado), pivô de todo seu drama amoroso. O pai de Lord Douglas, Marquês de Queensberry, sabendo do envolvimento do filho com o escritor, envia uma carta aonde o ofende e recrimina toda e qualquer relação que viesse a ter com o jovem Lord.
O escritor processa o Marquês por difamação. Mas, as provas concretas de sua conduta sexual aparecem e um novo processo instaurado contra ele. A mais contundente prova é uma carta enviada por Wilde para Lord, peça chave no julgamento. Em 11 de abril, é transferido da Prisão de Bow Street, onde estava encarcerado, para a de Holloway, como réu de crime inafiançável. Em 1985, a sentença é decretada: Oscar Wilde foi condenado por sua relação dúbia com o Lord e suas práticas homossexuais a dois anos de cárcere.
Foi libertado em 19 de maio de 1897 e transferiu-se para a França, onde adotou o pseudônimo de Sebastian Melmouth, usando esse nome inclusive para o seu registro no Hotel d´Alsace, onde passou o resto dos seus dias. Mesmo após sua libertação, continua a manter contato com Lord, mas, sua relação já não era mais tão íntima. O escritor vive isolado em hotéis baratos, destruindo-se através do absinto, cuja cor lhe rendeu frases célebres.Oscar Wilde morreu vitimado por uma meningite e com uma infecção no ouvido, "cholesteotoma" (doença muito comum antes do advento dos antibióticos) em um quarto barato do hotel de Paris, às 9h50, dia 30 de novembro de 1900. Morreu sozinho, mas, não desmoralizado, pois havia deixado insubstituível obra que ainda hoje é admirada devido a sua genialidade. Suas últimas palavras foram "Esse papel de parede é horrível! Alguém precisa trocá-lo!", referindo-se ao papel de parede do quarto de hotel onde se encontrava.
Curiosidades sobre Wilde
  • Na internet pipocam páginas inteiras falando sobre Wilde. As turbulências e confusões de sua vida são eternas, desde o seu nascimento. A data mais defendida seria 16 de outubro de 1854, mas, existem divergências.
  • Wilde era o prisioneiro C-33 do presídio de Reading. E está sepultado no cemitério Père Lachaise, o mais célebre de Paris, onde estão os túmulos de outras 105 grandes personalidades, como Balzac, Chopin, Alan Kardec, La Fontaine e Molière. Seu túmulo fica no número 83 da Avenue Carette, entre a Transversal 3 e a Avenue Circulaire.
  • Lord Douglas, ironicamente, arca com todas as despesas do funeral do escritor e depois disso, casa-se, porém, não foi feliz em sua nova união, separando-se mais tarde.
    "Neste mundo há somente duas tragédias. Uma é não conseguir o que se quer, a outra é conseguí-lo" Talvez seja esta a frase mais conhecida de Oscar Wilde.
Adriana Crisanto
**** Texto publicado em novembro de 2004 no caderno Show do Jornal O Norte.

Lya Luft e sua "Secreta Mirada"

Escritora relança pela Editora Record livro
com acréscimo de outros poemas

Foto: arquivo o norte



Adriana Crisanto

O amor em suas variadas formas, o drama da existência humana, as escolhas, encontros, desencontros ou fatalidades. Estas são algumas das temáticas trazidas no livro “Secreta Mirada e Outros Poemas” (Editora Record. 160 pág. R$ 24,90) da escritora Lya Luft, a mesma autora de Perdas e Ganhos.
O livro, que foi lançando originalmente no ano de 1997, chega para o leitor reeditado com acréscimo de outros poemas selecionados da obra “Mulher no Palco”. Os poemas vêm recheados de emoção e sensibilidade, uma característica da autora. Os mais sensíveis diriam. “Ela é maravilhosa, diz aquilo que estamos sentindo”. Antes mesmo de aprofundar na leitura do livro me veio uma dúvida: Mas, o que tem os escritores e poetas que traz na alma um pedaço do sentimento de outras pessoas?
Não demorou muito e a própria autora me respondeu no poema “Canção da Mulher que Escreve” (página 19): “Não perguntem pelo meu poema: nada sei do coração do pássaro que a música inflama (...) Não queiram entender minhas palavras: não me dissequem, não segurem entre vidros essas canções, essas asas, essa névoa. Nem eu ouso erguê-lo entre meus dedos e perturbar a sua liberdade”.
É assim que os escritores da alma da gente escrevem. É assim que escreve Lya Luft, sempre direta, certeira. Pronta a vencer a banalidade do cotidiano e entender o outro, sem pestanejar, sem um pingo de tédio. Os poemas da autora são como canções mesmo que ela as nomeou um a um de conformidade com as coisas que acontecem na sua vida.
São 160 páginas em que Lya Luft fala sobre o amor e também como anistiar os ressentimentos do passado, as mágoas, e como se sentir inteiro depois que tudo passou. Os poemas são bem dispostos, um por página, contados como num romance. O campo de visão da autora é vasto ao mesmo tempo em que se parece com uma folha no vento, que sai rasgando a liberdade.
Para os filhos (Susana, André e Eduardo) ela dedicou três poemas-canções. Para ela a maternidade é como encostar o ouvido na porta fechada sobre o mistério, se sente amor, ternura e uma espécie de medo.

Sobre a autora
Lya Luft nasceu no dia 15 de setembro de 1938, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Posteriormente, estudou em Porto Alegre (RS), onde se formou em pedagogia e letras anglo-germânicas. Iniciou sua vida literária nos anos 60, como tradutora de literaturas em alemão e inglês. Lya Luft já traduziu para o português mais de cem livros.
Entre outros, destacam-se traduções de Virginia Wolf, Reiner Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann. Na bibliografia da escritora consta os lançamentos de Canções de Limiar (1964), Flauta Doce (1972), Matéria do Cotidiano (1978), As Parceiras (1980), A Asa Esquerda do Anjo (1981), Reunião de Família (1982), O Quarto Fechado (1984), Mulher no Palco (1984), Exílio (1987), O Lado Fatal (1989), O Rio do Meio (1996), Secreta Mirada (1997), O Ponto Cego (1999), Histórias do Tempo (2000), Mar de Dentro (2000), Perdas e Ganhos (2003).

terça-feira, junho 27, 2006

Tocaia da Paraíba

Tocaia agora em "Botando pra Quebrar"

O grupo Tocaia da Paraíba acaba de lançar o tão esperado segundo CD da carreira, intitulado "Botando pra Quebrar". O lançamento oficial aconteceu na semana passada no Teatro Iracles Pires, em Cajazeiras, interior do Estado, de onde o grupo veio. Ontem, no MPB Funesc, eles abriram o show dos pernambucanos Dominguinhos e Nando Cordel, e deram uma mostra do que está contido no disco.
É complicado escrever sobre um grupo que está à cerca de dezoito anos fazendo música no alto sertão da Paraíba. O esforço para não se cometer erros é uma constante no trabalho do grupo. Tanto é verdade que mesmo com a entrada e saída de alguns integrantes eles continuam na ativa.
Mesmo sem querer utilizar metáforas para construir conceitos é inevitável perceber o quanto à música produzida pelo Tocaia da Paraíba está ligada às coisas o mundo. No disco, "Botando pra Quebrar", a sonoridade musical continua sendo a mesma, ou seja, cocos de roda, cirandas, baião, maracatus, bumba e todos os elementos constantes na cultura popular. Tudo isso aliado à nova ordem mundial da sociedade de massa, industrializada e tecnologicamente informatizada, o que faz com que o trabalho tenha uma especificidade, e estabeleça assim uma nova maneira de ser e estar no mundo da música.
No disco são encontrados 15 composições de autoria de Erivan Araújo, Naldinho Braga, Pedro Santos, Salvador Alcântara, Marcos Vinicius. A música para cinema é uma constante neste trabalho. A começar pela primeira faixa de Salvador de Alcântara (Desafio) que foi composta para o filme "O Sonho de Inacim", de autoria do cineasta Eliezer Rolim, que teve como locação a cidade de Cajazeiras. O grupo participa em uma das cenas do filme ao lado do cantor e compositor Flávio Eduardo (Fubá) que interpreta o personagem Zé das Antas.
Outra música que está na trilha sonora do filme é a canção Saóra (Naldinho Braga – faixa 3). Saróa é o nome do padeiro mais conhecido da cidade de Cajazeiras, falecido a pouco tempo, e foi composta para homenagear a personalidade mais popular da cidade, conhecido tanto pela qualidade do seu produto, como pelos gritos que dava pelas ruas da cidade anunciando a todos o seu pão. Os gritos viraram slogan na sociedade mundializada e se tornou refrão na música. "Eh! que pãozão de arroba. Corre que tá se acabando!", diz a canção que conta com a participação muito especial da cantora e compositora Cátia de França.
O pão produzido por Saóra continua sendo fabricado pelos filhos e, segundo Erivan Araújo, é bastante consumido pela população de Cajazeiras, por ser um pouco menor do que o pão industrializado das padarias, mais consistente e com menos fermento do que as massas convencionais. "Este disco tem vários personagens que estão no imaginário popular, fictício ou não", comentou Erivan que nasceu em Campina Grande, mas que fixou residência em Cajazeiras há cerca de doze anos para trabalhar como professor de música.
Neste trabalho três músicas são de autoria do maestro Pedro Santos, a exemplo de "Canção do Serviço" (gravada por Zé Rodrix - faixa 15) que foi produzida para o filme Salário da Morte em parceria com Marcos Vinicius, "Zefa Cajá" (Walter Lima Júnior e Pedro Santos - faixa 11), que também é personagem do livro Menino de Engenho, de autoria de José Lins do Rego, composta para o filme que leva o mesmo nome. A terceira canção, composta para o mesmo filme, se chama Zé Cutia (Walter Lima Júnior e Pedro Santos – faixa 2).
Os índios não poderiam ficar de fora deste universo cultural da Tocaia. A canção Tabajara (Erivan Araújo), um caboclinho, que está presente no disco da cantora Gláucia Lima, é uma música dedicada ao Jaguaribe Carne e a professora de Sociologia Ana Coutinho. "É uma homenagem que particularmente eu faço a tribo dos tabajaras, do qual eu tenho descendência. Minha mãe e minha avó são descendentes indígenas", revelou Erivan. Este bem elaborado projeto musical não pode ser considerado um trabalho de etnomusicologia, mas, de acordo com Erivan, é uma tentativa de entender a cultura popular através da antropologia.
As coquistas Selma do Coco e Lia de Itamaracá também são homenageadas neste trabalho com a canção Duas Gatas que conta com a participação do trombonista Radegundis Feitosa. Outro homenageado no disco é o escritor Ariano Suassuna com a música "João Grilo" (faixa 8), em que na visão do letrista Erivan Araújo, criador e criatura se misturaram tanto e se assemelham tão profundamente que ninguém mais sabe quem é o escritor e quem é o personagem. A música surgiu de um poema escrito pelo músico e em seguida musicado. Num processo completo de aliteração, o compositor brinca com o nome do autor do Santo e a Porca. O escritor, segundo Erivan, chegou a ver a letra e a escutar a música, e segundo o músico, disse que havia gostado. A música conta com a participação honrosa do grupo Quinteto da Paraíba num bem afinado coro de cordas.
Adriana Crisanto

segunda-feira, junho 26, 2006

Cinema Paraibano



Sonho de Inacim tem locações no centro histórico de João Pessoa



O Convento da Igreja de São Frei Pedro Bento Gonçalves, no centro histórico de João Pessoa, foi o cenário para a etapa final das filmagens do longa metragem “O Sonho de Inacim – O Aprendiz do Padre Rolim” do diretor paraibano Elizer Rolim, que vai contar sobre a obra missionária do religioso, nascido no século IX e se tornou conhecido em todo sertão nordestino após a criação de várias casas-escolas no interior do Estado. Um dos estudantes de sua escola foi o Padre Cícero, que segundo conta a história, foi um aluno brilhante.
O longa começou a ser filmado na Fazenda Acuã, em Aparecida e também em Cajazeiras, municípios do interior do Estado da Paraíba, e retrata o passado e o presente da vida do padre Rolim. As gravações, no entanto, começaram sendo feitas de trás para frente. Na primeira etapa foram realizadas gravações com o ator global José Wilker que interpretou o padre na sua fase adulta. Durante os dez dias que esteve na região o ator percorreu os caminhos feito pelo Padre Rolim, onde interpreta o teólogo, educador, botânico e naturalista do século XIX, que revolucionou o interior nordestino.
Quem interpreta o Padre Rolim, na fase criança, é o estudante Gabriel Batistuta que foi selecionado, no ano passado, entre as 100 crianças, para interpretar o padre. Batistuta, que tem esse nome devido ao nome do jogador de futebol argentino, disse que essa é a sua primeira atuação em cinema e nunca havia participado de espetáculos de teatro “nem de brincadeira”. Ao lado de Gabriel participa também o ator mirim Lindon Johnson de 12 anos.
Gabriel Batistura será Inacim, um menino do século XXI, morador do morro do Cristo Rei, que atuará como "aviãozinho" dos traficantes de drogas da região. Após um sonho, ele tem uma série de visões, onde volta aos tempos de 1800, à antiga Vila de Cajazeiras. Gabriel estuda na 5ª série e revela ser um aficionado pela sétima arte: em especial, pelas recentes produções do cinema brasileiro, que ele conhece por intermédio do pai, o policial militar Raimundo Gonçalves André.
Sem muita noção do que está acontecendo com sua vida e achando tudo novidade como qualquer criança de sua idade ele comentou que contracenar com o José Wilker “foi legal”, mas que nunca teve essa coisa de assediar e ser fã de artistas como algumas crianças da sua idade possui. Gabrielzinho, como é carinhosamente chamado pela equipe de produção do filme, disse que já conhecia a história do padre porque já estuda no Colégio Diocesano de Cajazeiras, que teve como fundador o Padre Rolim e na escola Nossa Senhora de Lourdes da mesma congregação.
Na segunda etapa de filmagem encontramos no set de filmagem a atriz Marcélia Cartaxo que disse que Eliezer já vinha comentando com ela a respeito desse longa-metragem e tinha um personagem que se encaixava com seu perfil de atriz. Ela perdeu as contas de quantos filmes já participou atuando até mesmo em papéis secundários. Em “O Sonho de Inacim”, a atriz interpreta a mãe de Inacim, uma moradora da cidade de Cajazeiras, que fica aflita ao perceber que o filho tem visões e vai em busca da identidade do filho, dentro de uma realidade interiorana que a atriz conhece muito de perto por ser filha natural de Cajazeiras. Marcélia estreou no cinema em 1985, no filme Hora da Estrela de Suzana Amaral e se tornou a primeira brasileira a ganhar o Urso de Prata do Festival de Berlim (Alemanha).
Fazem parte do elenco ainda os atores Luiz Carlos Vasconcelos, José Dummont, Edílson Alves, Roberto Cartaxo, Suzi Lopes, Fabíola Teixeira, Fernando Teixeira, Criselide Barros, Zezita Matos, Cida Costa, Gal Cunha Lima, Ravi Lacerda, Clizenite Assis e Dadá Venceslau, e ainda cerca de 32 figurantes.
O longa-metragem está sendo apoiado pelo FIC Augusto dos Anjos e pela Saelpa/Celb, e contou com o apoio das prefeituras onde foram rodadas as cenas. O filme deverá ser concluído ainda este ano e pretende percorrer as salas de cinema e projeção de todo país.
Adriana Crisanto

quinta-feira, junho 22, 2006

Gastronomia e Cultura



Professor Carlos Manoel mostra abrangência

da gastronomia em livros

Adriana Crisanto

adriana@jornalonorte.com.br

Quem pensa que a gastronomia não tem nada a ver com cultura pode rever seus conceitos a partir de hoje. A arte de confeccionar alimentos evolui tanto que ter um prato agradável para comer em casa sem ter um custo tão alto não é privilégio apenas dos restaurantes, mas já passa a fazer parte do cotidiano das pessoas que moram nos grandes centros urbanos. E para mostrar a abrangência do ramo, o professor paraibano Carlos Manoel Almeida Ribeiro estará lançado o livro “Gastronomia: História e Cultura” (Ed. Hotec. São Paulo. 80 págs. 2006. R$ 20,00), nesta sexta-feira (21), a partir das 17h, no restaurante Empório Gourmet, na avenida Edson Ramalho, 504, em frente a Clinor, na praia de Manaíra.
Não se trata de nenhum livro novo de receitas culinárias, mas é o primeiro de uma série que está sendo lançada em todo Brasil pela Editora da Faculdade de Tecnologia em Hotelaria, Gastronomia e Turismo de São Paulo (Hotec) criados para atender as necessidades do ensino gastronômico no país, uma vez que a bibliografia na área ainda não se encontra como os estudiosos no assunto gostariam que estivesse.
O livro é prático e traz um conteúdo riquíssimo que vai desde o conceito básico do que seja cultura, o processo de mundialização da cultura, história e a gastronomia, um resumo dos principais acontecimentos que vai da pré-história ao renascimento. Além de uma dieta alimentar em países como Portugal, Itália, França, Japão e Brasil. Para dar um caráter mais didático a obra, o autor traz ainda exercícios, fichas técnicas e outros recursos que facilitam o aprendizado.
A professora Dra. Dilma de Melo e Silva, que escreve o prefácio do livro, diz que a obra é uma apurada reflexão sobre esse momento fundamental da vida social, durante o qual recebemos nutrientes para o nosso corpo e para nosso espírito. O livro teve lançamento oficial no restaurante do Instituto Tomie Othake, um dos lugares mais balados de São Paulo.
A gastronomia é um ramo que abrange a culinária, as bebidas, os materiais usados na alimentação e, em geral, todos os aspectos culturais a ela associados. Um gastrônomo (gourmet, em francês) pode ser um (a) cozinheiro (a), mas pode igualmente ser uma pessoa que se preocupa com o refinamento da alimentação, incluindo, não só a forma como os alimentos são preparados, mas também como são apresentados, por exemplo, o vestuário e a música ou dança que acompanham as refeições.
De acordo com Carlos Manoel, a culinária há tempos deixou de ser encarada como aquela ralação de barriga no fogão. Etimologicamente, a palavra gastronomia vem das palavras gregas gastros, que significa estômago e gnomos, que significa saber ou conhecimento.
Por essa e outras razões, a gastronomia tem um centro de múltiplas atividades e mais alargado que a culinária, que se ocupa mais especificamente das técnicas de confecção dos alimentos. Um provador de vinhos é um gastrônomo especializado naquelas bebidas (e, muitas vezes, é também um gastrônomo no sentido mais amplo do termo).
No livro “Fisiologia do Paladar”, o primeiro tratado sobre o assunto, de autoria do gastrônomo francês Jean Anthelme Brillat-Savarin já considerava a gastronomia como uma ciência ou uma arte. No entanto, não se deve confundir esta ciência com a nutrição ou a dietética, que estudam os alimentos do ponto de vista da saúde e da medicina, uma vez que a gastronomia é estritamente relacionada ao aspecto comercial (no que diz respeito à preparação de comida em restaurantes) e cultural (no que diz respeito ao estudo desta ciência).
A cozinha muitas vezes reflete outros aspetos da cultura, tais como a religião – a carne de vaca é tabu entre os hindus, enquanto que a de porco é proibido entre os muçulmanos e judeus – ou determinadas posições políticas, como o vegetarianismo em que não são consumidos alimentos provenientes de animais mortos para esse efeito.
O desenvolvimento industrial teve igualmente um grande impacto na forma como as pessoas se alimentam. Por exemplo, a maior incidência de pessoas trabalharem longe de casa ou terem mais horas de trabalho levou ao surgimento da comida rápida; por outro lado, a consciência da segurança alimentar e da qualidade dos alimentos levou à criação de regras, por vezes na forma de leis, sobre a forma como os alimentos devem ser vendidos.

Cultura gastronômica na Paraíba

Na Paraíba, principalmente em João Pessoa, a gastronomia ainda carece de bons restaurantes para propagar a cultura gastronômica, devido, sobretudo ao poder aquisitivo da população. Apesar de já existir faculdades que ministram cursos na área, a exemplo do Iesp e do Instituto (faculdade) Linaldo Cavalcante, localizada na avenida Monsenhor Walfredo Leal, no bairro de Tambiá.
No entanto, poucas são as casas onde pode se degustar um bom prato com o preço acessível ao bolso dos paraibanos. Uma das poucas casas onde isso é possível é, segundo professor Carlos Manoel, o Empório Gourmet, localizado na Edson Ramalho em Manaíra.
O Empório funciona no local a pouco mais de três meses. O empresário Bernardo Smith comenta que o segredo é usar sempre os melhores ingredientes para compor os pratos, primar pela qualidade no atendimento, mesmo que esse prato seja um sanduíche. A casa oferece sanduíches com preços que variam de R$ 1,50 a R$ 14,00. “As vezes as pessoas pensam que um ambiente agradável é sinônimo de comida cara”, disse Bernardo que comanda o restaurante-lanchonete com sua família (sua esposa Carla e uma cunhada Karina Pascoal).
Na opinião de Bernardo, que se considera uma pessoa simples e apenas interessada em comer, a gastronomia na cidade de João Pessoa cresceu muito nos últimos anos. “Sem querer menosprezar ninguém, mas, hoje temos bons lugares servindo uma boa comida, a exemplo do Degustar, Ipon, Casa Rosa e outros”, comentou.
Cada prato, mesmo que seja um simples, tem toda uma história. “O que temos que fazer é quebrar barreiras e pensar a comida como gastronomia”, disse Bernardo que estará abrindo ainda este um bistrô que irá funcionar na parte superior da lanchonete.


As culinárias regionais no Brasil

No Brasil, as comidas regionais são muito variadas de Estado para Estado. Minas Gerais é o Estado que concentra o maior número de diversidades de pratos, no qual em cada região há uma comida típica diferente, sempre usando ingredientes encontrados com fartura no meio rural.
Quase todos os pratos tem em seus ingredientes vegetais, frutos ou tubérculos nativos da região e dentre todos há dois pratos que se destacam como típicos da região, oferecidos nas mesas de todas as casas mineiras, principalmente no interior, o Angu, que muitas vezes é confundido com a Polenta do sul do país mas tem sua própria história, e o Feijão Tropeiro, pratos estes que não faltam, numa refeição caseira mineira.
O Angu, no fim do século XIX e início do século XX, o sal era taxado exorbitantemente, com isso, a iguaria de fuba de milho que era servida nas mesas bem temperada, passou a ser feita sem o sal, somente com banha de porco, fubá de milho e água, o gosto ficou um pouco desagradável "Insonso", que muito parecia com o "angu" oferecido aos porcos. Sua semelhança deu origem ao nome deste prato, nutritivo e saboroso, que serve de acompanhamento aos pratos principais.

Sobre o autor

Carlos Manoel Ribeiro é doutor e mestre pela Universidade de São Paulo sob a orientação da Profa. Dra. Dilma de Melo e Silva/ECA USP, e graduado e pós-graduado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Sua história é diferente e inusitada. No ano de 1994, aproximadamente, largou o cargo de funcionário federal da UFPB, onde lecionava Relações Públicas e se mandou para São Paulo na tentativa de fazer a pós-graduação (mestrado e doutorado). Ao chegar, como todo nordestino, teve que trabalhar pesado. no Atualmente coordena e leciona no curso de Gastronomia na Hotec além de realizar diversos eventos relacionados com alimentação, como consultoria para restaurantes, festivais gastrônomicos temáticos, além de possuir uma Confraria de Vinhos, formada por um grupo de amigos que se reúne mensalmente para degustar vinhos e fazer harmonização de receitas.

quarta-feira, junho 21, 2006

Enigma de uma mostra em revista


Adriana Crisanto

Com o objetivo de levantar questionamentos sobre os aspectos técnicos e discursivos das artes visuais os artistas plásticos, Dyogenes Chaves e Rodolfo Athayde, montaram a exposição intitulada “Hwang” que será aberta nesta quinta-feira (9), às 20h30, na Usina Cultural Saelpa, localizado no bairro de Tambiá em João Pessoa.
No mesmo dia e local acontece também o lançamento da “Revista Primeira Pessoa” que recebeu o patrocínio do Programa BNB de Cultura e do livro “Núcleo de Arte Contemporânea da Paraíba/NAC (Edição Funarte). Em seguida, acontece o show da banda “The Sylvias”.

A Exposição

O enigma desta mostra está não apenas no nome “Hwang” que remete ao cientista sul-coreano Woo-Suk Hwang que protagonizou a maior fraude científica dos últimos tempos, ao insistir que possuía a tecnologia necessária para a chamada clonagem terapêutica e disse ter sido enganado por cientistas-júniores de sua equipe.
A exposição, de propósito, contém obras que nos remetem às questões técnicas das artes plásticas (fraudulentas ou não) caso da apresentação de algumas pinturas realizadas pelos dois artistas, individualmente, ainda nos anos 1990, ou de atuais fotografias digitais, manipuladas por modernos programas de computador, de autoria de Rodolfo Athayde, como também pela possibilidade de abordar questões conceituais e subjetivas, e que mesmo sendo pertinentes à arte podem também ser vinculadas a outros campos, como a política ou o bem-estar social da sociedade.
Mesmo sendo de gerações diferentes, Dyogenes e Rodolfo, expõe de forma proposital e praticamente tem o mesmo discurso. Algumas telas foram pintadas há tempos atrás, mas permanecem atuais nas suas propostas. Na opinião de Dyogenes Chaves no que se refere as questões da função e do significado da arte, hoje estão em sintonia com as transformações sociais, políticas e econômicas que atravessamos nos âmbitos local e mundial. “Para os artistas, a arte não está desassociada de jeito nenhum da vida (e de tudo que está em volta dela) e do planeta (e de tudo que está dentro e fora dele)”, comentou.
Rodolfo Athayde é um pintor premiado em vários salões de arte nas décadas de 1980 e 1990. “Somos herdeiros de todas as vanguardas do século vinte”, disse Dyogenes. E Rodolfo arremata: “Embora, a arte tradicional, como diria Hwang, só deixará de existir com a eliminação do futuro”. Rodolfo aproveita a ocasião para também mostrar algumas “fotografias” digitais, manipuladas recentemente, e cutuca o meio: “A fotografia de hoje, quando muito pode ser arte, mesmo, com a sedutora possibilidade de deixar de ser fotografia, ou não”.
Quanto ao título da exposição “Hwang”, os artistas dizem que embora, para eles, Hwang pode significar muita coisa. Desde a prova (ainda bem) de que “Deus existirá por toda a eternidade”, até a possibilidade de trazer à tona assuntos banais e locais: “Um dia a Lagoa transbordará e como um Tsunami ao revés umedecerá todas as malditas e repetitivas memórias locais”, diz Rodolfo. E deixam no ar uma pergunta (ou afirmação?): A pintura para ser atual tem que ser pintada hoje?

A Revista

A primeira edição da “Primeira Pessoa”, que também está disponível na internet, através do website www.primeirapessoa.com.br, é dedicada a memória do fotografo Marcos Veloso e do poeta anarquista Eric Unglas e idéias sopradas pelo músico Pedro Osmar.
O produto cultural “da casa”, nesta primeira edição, vem com concepção gráfica e visual inovadores. A mudança lingüística vai desde a embalagem em sacos plásticos de padaria, passando pela diagramação até a escolha dos gêneros jornalísticos, essencialmente “informativo e opinativo”.
Para quem se queixava da falta de um veículo especializado para discutir as artes “engajadas”, urbanas, modernistas e contemporâneas têm agora um espaço totalmente dedicado às artes plásticas. São 29 folhas em papel jornal claro, nas cores branca e preta, editada por Dyogenes Chaves e o jornalista Fábio Queiroz, que volta a escrever sobre o que mais gosta e preparou duas entrevistas para a Primeira Pessoa. Uma delas com o jovem artista Sidney Azevedo e outra com a professora Rosires Andrade, que criou o projeto Artes Visuais do Centro Cultural de São Francisco, localizado no centro histórico de João Pessoa.

Um dia de sol

A revista, segundo seus idealizadores, dá a maior importância aos relatos de experiências realizadas no Nordeste. Nesta primeira edição eles resgatam uma das mais polêmicas intervenções artísticas que aconteceu em João Pessoa, em 1978, quando o artista plástico Chico Pereira, em pleno verão daquele ano, recolheu todo o lixo produzido pelos banhistas nas praias de Cabo Branco, Tambaú e Manaíra, e colocou na frente do Hotel Tambaú, que representava, naquela época, o maior monumento turístico do Estado.
A intervenção foi reportada pelo jornal O Norte, no dia 4 de fevereiro de 1978 e republicado no Almanac numa edição da Funarte (NAC/UFPB), no mesmo ano. Apesar de todo mistério que envolveu a montagem, o público se presente e as reações foram as mais variadas.
Chico Pereira lembra que o lixo, que estava pendurado em sacos transparentes, confeccionados especialmente para intervenção, apareceu no outro dia espalhado na calçada da feirinha de Tambaú. A exposição foi documentada em foto e filmada em super 8 desde o amanhecer do dia, com as pessoas chegando na praia, até o final da tarde. Naquela época, disse Chico, o secretario de infra-estrutura do município era Antônio Augusto Almeida, que sensível a causa do artista, disponibilizou os funcionários da empresa de lixo para reconhecer o material.
“Em 1978 pouco se falava em preservação ambiental. Em arte e ecologia muito menos”, comentou o artista que consciente de sua posição de artista levou já naquela época a população a questionar também sobre a rapidez da informação e como sua digestão (e indigestão) representam um processo de absorção e rejeição natural como os efeitos dos materiais sintéticos.
Por outro lado, diz o artista, a praia num dia de sol representa um espaço físico de lazer para todos. O lixo resultante dessa ocupação serve de matéria prima para qualquer estudo ou análise social, econômica ou cultural do que ali possa ter acontecido.

Quem é Hwang?

Woo-Suk Hwang é um cientista sul-coreano que recentemente pediu perdão por ter fraudado estudos sobre clonagem humana, mas prometeu que apresentaria células-tronco embrionárias feitas sob medida se tivesse mais seis meses e um estoque de óvulos humanos à disposição.
O pesquisador, que protagonizou a maior fraude científica dos últimos tempos, insistiu que possui a tecnologia necessária para a chamada clonagem terapêutica e disse ter sido enganado por cientistas-júniores de sua equipe. Numa entrevista para imprensa americana disse também ter ficado "enlouquecido e cegado" em sua obsessão por fazer avançarem os estudos com células-tronco.
Na última terça-feira, um painel da Universidade Nacional de Seul, onde Hwang trabalhava, divulgou a conclusão de uma auditoria que afirmava que Hwang fabricara os resultados de um artigo científico seminal, publicado em 2004 na revista "Science", no qual descrevia ter criado o primeiro embrião humano clonado para a obtenção de células-tronco com o genoma do próprio paciente, sem risco de rejeição.
No fim do ano passado, o mesmo painel havia concluído que outro estudo de Hwang, mais recente, sobre células-tronco embrionárias humanas também havia sido falsificado. "Eu me responsabilizo inteiramente pelos dois artigos e lhes peço perdão", disse Hwang numa entrevista coletiva ontem na capital sul-coreana. "Eu me sinto tão triste que é difícil até pedir desculpas", afirmou. "Levarei o resto da vida corrigindo meus erros. Não posso pagar completamente essa dívida até morrer. Nós ficamos enlouquecidos com esse trabalho, e eu fui cegado", continuou o ex-herói nacional coreano, à beira das lágrimas.
Hwang, que havia se tornado um ídolo para muitos sul-coreanos e recebido US$ 65 milhões do governo para suas pesquisas, estava recluso desde 23 de dezembro, quando pediu demissão da Universidade Nacional de Seul depois que foi divulgado o primeiro resultado da auditoria.
Seus estudos alimentaram esperanças de pessoas que sofrem de doenças degenerativas porque pareciam ter aberto o caminho para o dia em que tecidos específicos de um paciente pudessem ser cultivados em laboratório para ajudar a reparar órgãos com defeito e tratar enfermidades até agora incuráveis.

Serviço:
Hwang - Exposição dos artistas plásticos Dyogenes Chaves e Rodolfo Athayde

Abertura nesta quinta-feira (9)
Hora: 20h30
Local: Usina Cultural Saelpa – Tambiá
Lançamento da Revista Primeira Pessoa
Show com a banda The Sylvias

Quando não é oito é oitenta


Para comemorar os 50 anos de carreira artística e os 80 anos de vida a cantora e compositora Francisca Januário Custódia, a Chiquinha Gonzaga, irmã do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, estará lançando seu segundo CD, intitulado “Oito e Oitenta” em João Pessoa neste sábado (13), às 21h, no Bar da Buchada, localizado na praia de Intermares, em Cabedelo. Os ingressos estão sendo vendidos no local ao preço único de R$ 10,00.
Chiquinha Gonzaga foi a primeira mulher a tocar uma sanfona de oito baixos, nos anos de 1950. Ela começou na carreira pelas mãos do irmão mais ilustre, que a levou para o Rio de Janeiro, onde logo se destacou na sanfona, que mais tarde viria a lhe garantir o título de Rainha dos Oito Baixos.
Em entrevista por telefone Chiquinha contou que o chapéu de couro sempre foi um instrumento certo na sua bagagem. Mesmo sob os olhares não muito amistosos do pai (Januário) e da mãe (Dona Santana) que diziam que sanfona não coisa para mulher, a jovem Chiquinha insistiu e partiu o irmão Luiz Gonzaga para seguir carreira no Rio de Janeiro. Chegando lá formou com os irmãos o grupo “Os Sete Gonzaga” que acabou sendo documentado em vídeo por uma televisão canadense em 1952.
Chiquinha diz que o irmão lhe faz muita falta, pois foi ele quem lhe ensinou a cantar, Zé Gonzaga lhe incentivou na sanfona e Severino Januário produziu o primeiro disco. Com família participou do lançamento do grupo na TV Tupi. Na discografia da artista constam cinco LP´s: Filha de Januário (1973), Xodó na Rede (1976), Penerou Xerém (1978), Chiquinha Gonzaga e Severino Januário e Forró com Malícia (1980). No ano de 2002 gravou o CD Pronde tu vai, Lui?, que contou com participação do atual Ministro da Cultura, o cantor e compositor Gilberto Gil.
A cantora já se apresentou em Nova York, em programa de rádios, mas revelou que sempre teve vontade de morar em João Pessoa, pois é uma cidade que lembra muito a sua Exu (PE). No entanto, a vida dessa mulher nunca foi muito fácil não. Em 1980, após a morte do seu marido se distanciou da música e da sanfona de oito baixos. Foi quando em 1990, a convite do cantor e compositor Gilberto Gil participou do filme “Viva São João!”, dirigido pelo cineasta Andrucha Waddington. O trabalho resultou na gravação em conjunto do CD “Pronde tu vai, Lui?”, com doze músicas incluindo seu maior sucesso, que dá nome ao disco.
Em “Oito e Oitenta”, ela mostra que não está enferrujada. Os solos da sanfona de oito baixo são muito bem pontuados e certeiros. É difícil encontrar pessoas que se interessem pelo fole de oito baixo, por ser um instrumento que oferece um certo grau de dificuldade para os principiantes. Chiquinha é autodidata no instrumento diz que aprendeu vendo o pai e os amigos tocarem nos forrós de latada no sertão de Pernambuco.
O disco contém 18 músicas. Boa parte das canções são de sua autoria e outras em parceria com outros artistas, além de canções de autoria do irmão Luiz Gonzaga. Participam do trabalho como convidados os músicos: João Cândido, Sérgio Gonzaga, Genaro, Marines, Dominguinhos, Joquinha Gonzaga, Bia Marinho, Walkyria, Nadia Maia, Ivan Ferraz e Júlio César. Acompanham a sanfoneira neste trabalho Fafá bezerra (triângulo), Apolo Natureza (violão e viola), Chico Botelho (cavaquinho), Toninho Tavares (baixo), Walkyria, Dora e Genaro (vocais). A produção é de Sérgio Gonzaga.
Atualmente a artista reside no Rio de Janeiro, mas está sempre em Pernambuco. Hoje ela tem três filhos (Sérgio, Anazili e Aparecida) e seis netos. O disco é todo ele dedicado a memória do filho Januário (Zuca) falecido aos 40 anos de idade e que segundo Chiquinha está no forró de Deus, junto com o pai José Custódio (ex-marido) e a maior parte da família Gonzaga. A artista se apresenta dentro do projeto cultural Identidade Nordestina, produzido por Orlando Camboim há mais de cinco anos, uma das figuras mais apaixonadas pelas cantorias de viola e trovadores.

Adriana Crisanto

Beato de Vila Rica


Exposição de Nivalson Miranda reúne réplicas em azulejos vitrificados dos profetas de Aleijadinho

Adriana Crisanto
adriana@jornalonorte.com.br
Doze estátuas dos profetas do velho testamento, esculpidas pelo mestre Aleijadinho em pedra-sabão, que se encontram no Santuário Senhor Bom Jesus de Matosinhos, na cidade mineira de Congonhas do Campo (89 km a sul de Belo Horizonte/MG), foram replicadas pelo professor paraibano Nivalson Miranda, em azulejo vitrificado, transpostas para painéis, e agora estão expostas na mostra intitulada “O Aleijadinho – O Beato de Vila Rica”, que será aberta nesta quinta-feira (19), a partir das 18h00, na Associação Comercial da Paraíba, localizada no início da Rua Maciel Pinheiro, no centro histórico da Capital.
Na mostra podem ser encontradas 13 peças medindo aproximadamente 1,20m x 40 cm, desenhadas em azulejos, super aquecidos a 700 graus com uma substância oxidante (óxido de cobalto) que liquefaz a superfície e dá o efeito de vidro no plano branco do azulejo.
A idéia para composição de algo que deixasse viva a obra de Aleijadinho, segundo Nilvalson Miranda, surgiu quando visitou a cidade de Congonhas do Campo (MG), em 1970. Desde então ficou maturando a idéia de um projeto sobre o escultor, mas, só agora, cinco anos após, se debruçou nas pesquisas e leituras sobre Aleijadinho para composição da exposição.
As peças contêm o rosto dos doze profetas, pintados em azul português. Cada exemplar acompanha uma descrição, escritas em quatro idiomas. De acordo com o professor Nivalson Miranda foram quase cinco anos de pesquisas e leituras sobre Aleijadinho.
Uma exposição como está nos dá oportunidade de pesquisar com cuidado e conhecer um pouco mais sobre a obra de um dos maiores escultores brasileiros de todos os tempos. Muitas coisas foram ditas e escritas sobre Alejadinho. Nas bibliotecas, livrarias e a Internet o leitor pode encontrar textos e mais textos que falam e questionam sobre a grandiosidade da obra de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que nasceu em Vila Rica, hoje Ouro Preto (MG), por volta de 1730. Era filho natural de um mestre-de-obras português, Manuel Francisco Lisboa, um dos primeiros a atuar como arquiteto em Minas Gerais, e de uma escrava africana ou mestiça que se chamava Isabel.
A formação profissional e artística de Aleijadinho é atribuída a seus contatos com a atividade do pai e a oficina de um tio, Antônio Francisco Pombal, afamado entalhador de Vila Rica. Alguns historiadores dizem que a sua aprendizagem foi facilitada por eventuais relações com o abridor de cunhos João Gomes Batista e o escultor e entalhador José Coelho de Noronha, autor de muitas obras em igrejas da região. Na educação formal, nunca cursou senão a escola primária.
O apelido que o celebrizou veio de enfermidade que contraiu por volta de 1777, que o foi aos poucos deformando e cuja exata natureza é objeto de controvérsias. Uns a apontam como sífilis, outros como lepra, outros ainda por um nome cientifico esquisito: “tromboangeíte obliterante” ou “ulceração gangrenosa das mãos e dos pés”. De concreto se sabe que ao perder os dedos dos pés ele passou a andar de joelhos, se protegendo com pedaços de couro. Ao perder os dedos das mãos, passou a esculpir com o cinzel e o martelo amarrados aos punhos pelos ajudantes.
O Aleijadinho tinha mais de sessenta anos quando, em Congonhas do Campo, realizou suas obras-primas: as estátuas em pedra-sabão dos 12 profetas (1800-1805), no adro da igreja, e as 66 figuras em cedro que compõem os passos da Via Crucis (1796), no espaço do santuário de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
O Santuário do Bom Jesus do Matosinhos é constituído por uma igreja em cujo adro estão as esculturas em pedra sabão de 12 profetas: Isaias, Jeremias, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oséias, Jonas, Joel, Abdias, Adacuque, Amós e Naum. Cada um desses personagens está numa posição diferente e executa gestos que se coordenam.
Toda sua obra foi realizada em Minas Gerais e ainda hoje é admirada. A obra do Aleijadinho caiu, porém no esquecimento com o tempo, só voltando a despertar certo interesse após a biografia precursora de Rodrigo Bretãs (1858). O estudo atento dessa obra, como ponto culminante do barroco brasileiro, esperou mais tempo ainda para começar a ser feito, na esteira do movimento de valorização das coisas nacionais desencadeado pela Semana de Arte Moderna de 1922.
Antônio Francisco Lisboa, segundo consta, foi progressivamente afetado pela doença e se afastou da sociedade, relacionando-se apenas com dois escravos e ajudantes. Nos dois últimos anos de vida se viu inteiramente cego e impossibilitado de trabalhar. Morreu em algum dia de 1814 sobre um estrado em casa de sua nora, na mesma Vila Rica onde nascera.

Sobre o autor

Nivalson Miranda ou professor Nivalson, como é mais conhecido, é natural de João Pessoa, além de artista plástico, é xilogravurista e um dos primeiros na Paraíba a pintar com bico de pena aquarelado e bico de pena em vista de pássaro. Formado em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi bioquímico, atuou em vários laboratórios da cidade. É hoje professor aposentado da UFPB, onde lecionou as disciplinas de Física Industrial e Izimologia.
Ele conta que sempre teve paixão por arquitetura, mas, como na sua época não existia curso de arquitetura enveredou na área da farmacologia, o que foi de grande resultado, pois aprendeu a manusear com os óxidos, tirando deles técnicas para a sua arte. Nivalson Miranda já fez mais de 30 exposições. São dele os azulejos pintados com fortes do Brasil que estão expostos na Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, e a exposição sobre as aventuras do alemão Hans Staden, também exposta no mesmo local.
Um estudioso natural das técnicas xilográficas e um apaixonado pelo patrimônio arquitetônico do país ele diz que está sempre se aventurando em novos estudos e possui em sua casa de uma coleção em miniatura de brasões, todos pintados à mão. Atualmente vem se dedicando ao Memorial Iconográfico Histórico Brasileiro que deverá funcionar numa sala da Associação Comercial da Paraíba, ao lado do espaço destinado a exposição que ficará exposta no local até o dia 31 de março.

Serviço:
Exposição: O Aleijadinho – O Beato de Vila Rica de Nivalson Miranda
Abertura: Quinta-feira (19)
Hora:18h
Local: Associação Comercial da Paraíba, localizada no início da Rua Maciel Pinheiro, no centro histórico da Capital
Visitação: Horário comercial até o dia 31 de março

O capim ainda é cubano


Para quem pensava que a banda Capim Cubano havia saído do modesto circuito musical paraibano se enganou redondamente. Mesmo com a saída do ex-vocalista José Neto o grupo continua na ativa e recentemente lançou o DVD que leva o mesmo nome da banda e será uma das atrações do programa de auditório “Sabadaço” do apresentador Gilberto Barros que vai ao ar neste sábado (15) a partir de 12h30.
A banda surgiu em junho de 2003 de uma brincadeira entre amigos com a proposta de tocar música latina: salsa, merengue, cúmbia, música cigana, rumba, pop latino e outros gêneros. O grupo está em sua terceira formação. No início eram: Marcos Bita (teclados) e Marquinhos Jamaica (percussão), Stênio Alencar (baixo) e Lula Nicácio (bateria), mas, segundo o baterista Lula Nicácio, Bita e Marquinhos não estavam conseguindo conciliar com o trabalho na orquestra de baile Mistura Fina, do qual faziam parte. No lugar dos que saíram entram Clodoaldo Mucarvel (guitarra), José Neto (vocal e percussão), Francy (percussão) e André (teclado).
Na época havia o comentário de que eles tinham surgido devido ao modismo de uma novela. “Quando surgimos à novela ainda não estava no ar e ela nem faz tanto sucesso assim”, disse Lula, um dos grandes bateristas do Estado.
Quem mora em cidade litorânea sabe que a medida em que o verão se aproxima os ritmos latinos são tocados com maior freqüência e na cidade de João Pessoa não é muito diferente. A prova é a enxurrada de novos grupos que surgiram no ano de 2003, como foi mencionado na imprensa local.
Quem pensava que os pessoenses gostavam apenas de forró de plástico, música eletrônica e rock urbano se surpreenderam ao verem, por exemplo, grupos como Capim Cubano se lançando em palcos de boates e bares da cidade com suas blusas floridas, calças brancas e maracas nas mãos “desconstruindo” a música latina em sua essência e ao mesmo tempo reinventando estilos, fazendo os mais puristas reverem seus conceitos.
No ano passado, o vocalista José Neto resolve sair do grupo para se dedicar a carreira médica, embarca para a Argentina, onde tenta fazer, paralelamente, seu trabalho autoral. No seu lugar entra o jovem Yegor Gómez (voz, percussão e violino), um garoto muito bem preparado falando e cantando um espanhol sem embromação. Recentemente a banda ganhou um reforço nos metais com dois trumpetes e um trombone. O sonzinho mecânico do teclado ganhou vida e a banda ganhou força.
Atualmente o grupo é formado por nove músicos. Entre eles Yegor Gómez (voz, percussão e violino), Stênio Alencar (baixo e vocal), Clodoaldo Mucarbel (guitarra, violão e vocal), Lula Nicácio (bateria e vocal), André Ricardo (teclados), Francy Moura (percussão) e o trio de metais.
O recém saído DVD também já pode ser encontrado nas carrocinhas ambulantes dos vendedores piratas, assim como aconteceu com o primeiro disco da banda. A gravação, segundo Stênio Alencar, aconteceu em junho do ano passado na casa de shows Boullevard, em Natal (RN).
O CD contém dezessete músicas desde Eldorado, Yo Viviré, Vivir Sin Aire, Volare, Bay I love your way, até músicas clássicas como “Guantanamera”, um gênero musical muito popular nos campos de Cuba (a guarija ou punto cubano), na época em que os conquistadores espanhóis, depois de dizimar a população indígena, ainda sem os escravos negros, recorreram os índios da região de La Gurajira, entre a Venezuela e a Colômbia para trabalhar no campo.
Joseíto Fernández, conhecido trovador havaneiro, foi o primeiro cantador de guarijas e um dos responsáveis por disseminar La Guantanamera, em um programa de rádio da década de 1940, que levava o mesmo nome da música – cujos temas eram escolhidos nas páginas policiais dos jornais e os crimes dramatizados com partes cantadas.
O refrão “Guantanamera, guarija guantanamera...“ ficou tão popular que o povo adotou a frase “me cantó uma guantanamera...”, para falar que alguém contou um fato triste. Na terra de Jackson do Pandeiro, a música se adaptou, foi pasteurizada pelo teclado e popularizou-se. Sendo, muitas vezes, cantada da boca para fora, sem nenhuma noção do seu conteúdo, dançada como forró.
Hoje a banda se apresenta mais fora do Estado do que nunca. Entre 2003 e 2005, a banda Capim Cubano, por diversas vezes, dividiu o palco com grandes expressões do meio musical, tais como: Jota Quest, Babado Novo, Timbalada, Raça Negra, Ney Matogrosso, Reginaldo Rossi, Calcinha Preta, Limão com mel, Calypso, Zé Ramalho, entre outros.
O primeiro CD “Capim Cubano ao vivo”, lançado em Janeiro de 2004, vendeu mais de 60 mil cópias. O 2º. CD de nome “Tereza Bandolera”, foi lançado em Maio de 2005. O lançamento oficial do primeiro DVD da banda está com lançamento previsto ainda para este mês.
E falando em shows a banda está com agenda cheia. Eles tocaram em Recife no dia 13 de abril, em São Paulo dia 15 de abril, novamente em Recife nos dias 20 e 21 de abril. Em seguida em Cajazeiras (dia 22 a confirmar), em Salvador (BA) no Rock Rio Café (Rio Vermelho), e dia 29 de abril no Tequila Café na cidade de Aracajú.
Bem recentemente a banda concluiu o website do grupo (http://www.capimcubano.com.br/) com detalhes sobre a banda, blog, fotos, agenda, discografia, mp3, letras e vídeos. O site é bem animado e foi produzido pela BC 10, empresa especializada em construção de páginas para internet. Agora é só conferir.

O moído de Stalimir Vieira


Para quem gosta de política, marketing e publicidade (ou tudo isso junto) um aviso: há um livro importante na praça. O título “O Moído de 2002 – Bastidores da campanha eleitoral que rachou a Paraíba” (Editora Livro Livre, 2006. 231 págs.) e o autor Stalimir Vieira, publicitário gaúcho. O lançamento oficial acontece nesta sexta-feira (24), no Mezanino II do Espaço Cultural José Lins do Rego, mais precisamente no stand da Estratégia Consultoria na Exposição de Marketing Político, a partir das 18h30.
O livro é um diário de bordo de como aconteceu, passo a passo, o desenvolvimento de uma estratégia de marketing político, bem com a definição de um conceito de campanha publicitária política. O texto não é urdido e para os acostumados a elaborações mais densas, lê-lo talvez seja fácil, uma vez que o autor não apela para críticas, reflexões fundamentadas.
Em um Estado em que tudo, mais tudo mesmo, cheira a política o livro chega estrategicamente em boa hora, em ano eleitoral. As questões colocadas pelo autor são fruto de uma experiência de 18 meses em que tentou eleger alguns políticos da região. No entanto, diz o editor na orelha do livro, fazer marketing político é fazer história, pois a história precisa ser contada, registrada, discutida.
O marketing político se transformou, nos últimos anos, em um instrumento indispensável para a sobrevivência dos empresários e de suas instituições. Segundo o papa do assunto, Philip Kotler, marketing é “a atividade humana dirigida à satisfação das necessidades e desejos através de um processo de troca”.
Toda campanha política necessita de criadores, onde cada passo é uma nova criação. A criação nasce do confronto. Opor-se a seu cliente é uma necessidade profissional. Todo político é muito cortejado, também não há candidato sem cortejo. Os seus assessores e aqueles que andam muito próximo a ele o cobrem de louvores que o sufocam. Mas, mesmo assim, ainda existem muitos políticos que, mesmo cercados de incompetentes assessores, bajulados o tempo todo, não conseguem abrir os olhos e enxergar o inverso da situação. Não conseguem sequer, perguntar para si mesmos, que produto estão oferecendo, que idéia estão transmitindo e que percepção os eleitores estão tendo.
Neste livro, Stalimir Vieira oferece em doses adequadas um medicamento chamado comunicação que se tomado conforme a bula pode salvá-los e em doses elevadas pode se tornar um veneno fatal. Uma outra questão levantada por “Stalim” (ir) – ou nome difícil - é o perigo da banalização da imagem do político, pois o marketing político está relacionado diretamente com a formação da imagem em longo prazo. É utilizado por pessoas e políticos que desejam se projetar publicamente. É preciso saber o momento certo para falar e com muita moderação.
As campanhas eleitorais envolvem uma série de profissionais de diversas áreas, pois não existe mais espaço para campanhas de improviso, feitas apenas na base da intuição e acordos políticos, principalmente na atual conjuntura em que se encontra o País, imersos em altas taxas de juros e com vários problemas sociais. Ou será que na Paraíba política intuitiva ainda existe? Bem, como aqui tudo é possível acontecer faz-se necessário então ter umas aulas com o publicitário político Stalimir Vieira.
O que chama bastante atenção na publicação é a ilustração, uma charge dos políticos envolvidos na campanha de 2002. Imersos em uma piscina, os candidatos, munidos de luvas de boxes se esbofeteiam como numa brincadeira de crianças. Na Europa uma charge dessa poderia virar motivo para uma guerra civil, mas como estamos no Brasil, graças a Deus, tudo é liberdade de expressão.
O título do livro “Moído” é outro ponto que chama atenção do leitor. Moído, para quem ainda desconhece, é uma expressão popular (gíria local) para se dizer quando um assunto já foi exaustivamente discutido, falado, mexido, maçado e fatigado pelos candidatos, assessores, eleitores e pela opinião pública, e que mesmo assim continua sem solução definitiva.

Sobre o autor

Stalimir Vieira tem um abastado currículo profissional. É publicitário há 31 anos. Dirigiu a criação na DPZ, na W/Brasil, na Bates, em São Paulo, e na DDB Argentina. Foi professor e coordenador da cadeira de criação e inovação da Escola Superior de Propaganda e Marketing, diretor do Clube de Criação de São Paulo, conselheiro-fundador da Escola de Criação da ESPM, diretor da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) e da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap). É membro do Conselho de Ética do CONAR.
Assina colunas na revista Amanhã e no semanário Propaganda & Marketing, além de ter artigos publicados em outros importantes meios de comunicação, como Folha de S. Paulo e revista Exame. É conferencista, com palestras e workshops realizados em todo o Brasil e no exterior. Professor convidado de pós-graduação em Comunicação Social pela Universidade de Havana. É autor dos livros “Raciocínio Criativo na Publicidade” (em terceira edição) e “Marca: o que o coração não sente os olhos não vêem (reflexões sobre marketing e ética), publicados pelas Edições Loyola e pela Editora PUC-Rio e co-autor do livro “Propaganda: profissionais ensinam como se faz” (em segunda edição pela Editora Atlas). É diretor-geral da Stalimir Publicidade e da Stalimir Marketing Político e Comunicação Institucional.
Adriana Crisanto
adriana@jornalonorte.com.br

Serviço:
O Moído de 2002 – Bastidores da campanha eleitoral que rachou a Paraíba

Autor: Stalimir Vieira
Editora Livro Livre
231 páginas
Lançamento: Sexta-feira (24)
Hora: Mezanino II do Espaço Cultural José Lins do Rego, mais precisamente no stand da Estratégia Consultoria na Exposição de Marketing Político.
Hora: 18h30.

terça-feira, junho 20, 2006

Versatilidade Cearense



Cacau Brasil trocou Minas Gerais pelo Ceará
e hoje equilibra rock com música regional
Para quem pensava que com o surgimento do rock aconteceria a grande ruptura estética e cultural da música e com isso estavam alteradas as formas de fazer música popular no século 20, hoje, se impressiona ao ver a mistura dos gêneros. A fusão de estilos, que para alguns não agrada na primeira audição, provocou o rejuvenescimento em algumas áreas da música e em todos os Estados do Nordeste. Foi assim nos Estados de Pernambuco, Paraíba e no Ceará com Cacau Brasil que acaba de lançar “Visionário”, um bem elaborado projeto musical produzido por Pantico Rocha (baterista de Lenine) e produção executiva de Airton Montezuma.
Neste trabalho Cacau Brasil consegue equilibrar as influências e deixa evidente a marca de forró nas dez faixas do disco, em que nove delas são de sua autoria. Este é o segundo CD do cantor e compositor mineiro, radicado no município de Aquiraz, um paraíso do litoral do Ceará que foi a primeira capital do Estado. Paralelo a música Cacau coordena uma associação cultural (Tapera das Artes) que trabalha com crianças e adolescentes em situação de risco social, no Ceará, num programa que atende cerca de 2000 jovens de Aquiraz.
É daí que vem toda inspiração para composição das letras das canções, em que remete toda sua relação com a arte, política de inclusão social, natureza, contradições, desigualdade, beleza e religiosidade. Como também temáticas que expressam os costumes locais, como nas músicas Jangada, Lagartixa e Capoeira.
Seguindo a linha visionária do paraibano Zé Ramalho e do pernambucano Alceu Valença, o músico e professor Cacau Brasil mistura xote, rock, forró, baião, maracatu e até uma balada romântica intitulada “Orvalho” (faixa 8), que tem a participação especial de Dominguinhos. “A canção é simples e grandiosa como o ciclo da vida, que recomeça a cada dia”, explicou o músico.
Uma das músicas de destaque é “Espelho Cristalino”, de autoria de Alceu Valença, em que propõe uma nova roupagem e utiliza as batidas do boi do Maranhão e o baião. Cacau explica que essa música é um encontro da natureza com a cultura popular, a batalha da selva de pedra e aço. “A arte é o único amuleto, que protege e ilumina. É o reflexo do próprio artista, o espelho cristalino, que o faz pleno”, disse.
A última faixa “Visionário”, que leva o título do álbum, o artista aparece como uma pessoa tentando encontrar respostas para o seu destino. “O caminho e o futuro levado na cruz”, diz a letra. Apesar da tarefa difícil de se viver o visionário Cacau Brasil procura uma luz no fim do túnel, ao mesmo tempo em que tem que ficar atento aos sons que surgem da vida.
Comentando sobre as canções do disco Cacau diz que a música “Lagartixa” (faixa 4) foi inspirada na obra do cordelista Leandro Gomes de Barros (1918-1968), “O Casamento e Divorcio da Lagartixa”, que consiste numa brincadeira com a figura das mulheres nordestinas e a forma brejeira de seduzir os homens e no rascunho de uma letra do pesquisador Silvio Romero, que utiliza a expressão nordestina “enrabichar”, que conota sedução e sensualidade.
Acompanham Cacau Brasil neste trabalho uma turma formada por jovens músicos, com idade variando entre 17 a 20, que foram descobertos no projeto social Tapera das Artes. Entre eles estão: Igo Abreu (berimbau e berrante), Hallison e Magno Miranda (percussão e efeitos). Os jovens estão ao lado de músicos como: Miquéias dos Santos (baixo), Lu de Souza (violão e guitarra) e Hot Júnior (percussão). Além de Waldonis (acordeon), Manasses de Souza (viola de 12 cordas), Márcio Resende (flauta transversal), Rodolfo Forte (acordeon) e Jair Dantas (acordeon).
Adriana Crisanto
adriana@jornalonorte.com.br

Serviço:
Cacau Brasil – Visionário
Distribuição Independente
Contato: 85. 3361.2704
Informações: www.cacaubrasil.net

G.R.U.E é o novo trabalho solo de Washington Espínola



Instrumentista apresenta novas composições e explora a voz em quatro gravações, num disco mais despojado de sua carreira

Foi a partir de uma palavra dita por seu filho mais novo Giulian que o agora cantor e instrumentista Washington Espínola extraiu o título de seu mais novo CD, G.R.U.E que estará lançando nesta sexta-feira (28), a partir das 20h, no Parahyba Café (Usina Cultural da Saelpa). Na quinta-feira (27) o guitarrista se apresenta com o gaitista Roberto Lira, num duo em que misturam música brasileira com canções do disco em que produziram em parceria.
Com uma sonoridade que explora desta vez a voz em contraponto com a grandiosidade instrumental que caracteriza a maioria de seus trabalhos, Washington Espínola apresenta um disco repleto de nuances, num álbum mais confessional de sua trajetória. “Sempre tive uma resistência muito grande a minha voz, por isso nunca cantei, mas agora resolvi colocar essa novidade”, comentou.
Como tem sido comum nos seus trabalhos, Washington Espínola apresenta um punhado de canções novas, são 18 ao total. Um dos músicos mais atuantes de sua geração ele nunca se acomodou e sempre tocou na mesma nota para defender a sua música autoral, provando aos mais descrentes que é possível viver de música instrumental, não dentro do Brasil, mas fora dele.
Mas, ele não vive de glórias, embora as tenha em quantidade que bastaria para mantê-lo entre os grandes compositores brasileiros. Washington Espínola mantém seu repertório sempre renovado, sempre arquitetando e alçando vôos como se fosse um principiante.
G.R.U.E traz 18 composições de sua autoria das quais quatro ele as canta junto com vocal de base suave de Remy Sepetoski, Martha Przekaza, Ariane Orlandi e Thaddeus Nsumpi. “Colégio Pio X” é a música que compôs para homenagear e lembrar sua adolescência no Marista Pio X, onde estudou na década de 1970. Em seguida, na faixa 13, a canção “Saudade” germina significados complementares de um artista que morre de saudade de sua terra natal. É assim também na faixa seguinte “De Kampioen” (parte III) e “Traveling” que vem uma emenda na outra.
Nos três últimos trabalhos Washington Espínola sai do básico: guitarra, baixo e bateria para incluir outros instrumentos, como o piano, acordeon e o violino, abrindo o leque para uma música mais universal, ou como dizem os europeus, a World Music. “Venho a cada trabalho experimentando novos instrumentos e o piano é um deles”, comentou o musicista.
Além do piano e voz juntos em algumas faixas, G.R.U.E conta com a participação de excelente músicos, a exemplo de Julian Azkoul (violino), Sébastian Dutruel (baixo), Kess Engelbarts (acordeon), Julien Gahwiler (baixo), Roman Hranitzky (guitarra acústica), Jean Pierre Lehmann, Maico Pagnano (vocal), Michelangelo Pagnano (guitarra elétrica), Eric Perret (saxfone e piano).
Para o músico é sempre muito bom retornar a Paraíba para visitar os familiares, rever os amigos. Há dois que o guitarrista não vinha em João Pessoa, devido, sobretudo a sua agenda de shows e apresentações em países vizinhos, a exemplo da França, Holanda, Amsterdam e Itália.
No show de sexta-feira (28), o músico se apresenta com Sérgio Gallo (baixo), Chiquinho Mino (bateria), Igor (teclado) e Stephan (sax). Antes de embarca para Genebra, onde hoje está radicado, faz outras apresentações com a banda Molho Inglês, que executa as canções dos Beatles, ao lado de Marcelo Jurema (bateria), José Crisólogo (baixo) e Abelardo Jurema (vocal e base) no dancing bar Musique em data a ser confirmada.

Vida e música

Para quem ainda não o conhece Washington Espínola é natural de João Pessoa. Começou a tocar guitarra aos 14 anos por influência do amigo e primo Júnior Espínola, também guitarrista. No ano de 1983, fundou a banda Prisma com Sérgio Gallo (baixo) e Glauco Andrezza (percussão). Nesse mesmo ano, começou a tocar no bar Vale do Timbó. Além de trabalhar em bares à noite, tocou também nos carnavais da cidade, em cima do trio elétrico Os Morcegos. O seu primeiro show solo foi no Teatro Paulo Pontes do Espaço José Lins do Rego.
No ano de 1986, fundou, com Stênio (baixo) e Luiz Carlos (bateria), o Washington Espínola Trio, com o qual acompanhou vários artistas, como Lis, Madruga, Sérgio Túlio, Tadeu Mathias, Gracinha Telles, Capilé, Diana Miranda e a banda Limusine 58, entre outros. O trio teve outra formação, com Chiquinho (baixo) e Léo (bateria). Tocou com vários artistas, a exemplo do cantor Emílio Santiago, Renata Arruda, Rosinha de Valença, Arnaud Rodrigues e outros.
Participou de vários projetos e festivais de música na Paraíba, como “Projeto Pinxinguinha”, “Projeto Boca da Noite”, “Projeto Pôr-do-Sol”, “Projeto Terça no Arena”, “Projeto Glória Vasconcelos”, “Festival de Arte de Areia”, “Festival de Inverno de Campina Grande”, “Festival de Música Instrumental da Paraíba” (MIP), “Festival de Música do Liceu Paraibano”, “Festival de Rock de Serra Branca”, “Fest Mar” e “Festival de Música do Colégio Pio X”, entre outros, e em festivais nacionais, como “Festival Banespa”, em São Paulo, e “Festival Nacional de Artes” (FENART).
Em 1992, participou da gravação da “Coletânea Aquarius vol. II”, com sua música “Fase III”. O LP foi produzido por Dércio Alcântara e dirigido por Lis. No ano seguinte, 1993, lançou seu primeiro disco “Manaíra”, contendo oito músicas de sua autoria. Gravou o CD “Quintal de Infância”, contendo 12 composições próprias, sendo três regravações, “Manaíra”, “Bluesão” e “À La Francesa”. No ano de 1995, gravou o CD “Contemporâneo” (Estúdio SG), registrando 15 músicas instrumentais, dentre as quais sua composição “Funk II”. O disco contém texto de apresentação de Herbert Viana. Em 1996, lançou, em dueto com o gaitista Roberto Lyra, o CD “Afinidades”, assinando também a direção musical e alguns arranjos.
Ao comemorar 10 anos de carreira, gravou, em 1996, o CD “10”, lançado no ano seguinte. Em seguida, viajou para Genebra, na Suíça, para atuar na banda da cantora paraibana Diana Miranda, radicada na Europa. Participou do “Festival de Mains” (Alemanha) e do “Festival Off de Montreux” (França). Tocou também na Áustria (Viena), Inglaterra, Itália (Moncalvi e Sicília) e Portugal (na “Expo 98” e no “Festival do Porto”). Formou, nessa época, um grupo com o baterista israelense Rony Man, o baixista italiano Enzo Criscuolo e o tecladista suíço Nicolat Currat, trabalho registrado no CD “Caliel”, lançado em 1998.
No mesmo ano, gravou, na Suíça, o CD “Sy’s Theme”, que teve a participação do baterista Nelson Ned Júnior, do guitarrista austríaco Roman Hranitzky, dos tecladistas italianos Nicolat Currat e Antônio Di Leo, e dos percussionistas Patrick Merz e Maico Pagano, além dos paraibanos Sérgio Gallo (baixo) e Paulinho de Tarso (percussão). Fez show de lançamento do disco em João Pessoa, em 1999, no bar Parahyba Café. Constam do repertório do CD suas composições “Sy’s Theme”, “Barrocos”, “Choro” e “Jonction”, entre outras. Nesse mesmo ano, gravou o CD “The 5th Change”. Em 2000, lançou o CD “Virgo”.

Serviço:
Lançamento: G.R.U.E. – Washington Espínola
Sexta-feira (28)
Hora: 21h
Local: Parahyba Café – Usina Cultural da Saelpa – Tambiá
Maiores Informações:
www. wespinola.comEmail: wespinola@mail.com

Entre Batatas e Livros

Autor do best seller “Ártemis Fowl” lança “Pânico na Biblioteca”
Adriana Crisanto
adriana@jornalonorte.com.br
O autor do best seller Ártemis Fowl, o irlandês Eoin Colfer, acaba lançar “Pânico na Biblioteca” (Editora Record, 96 págs. R$ 19,90), uma bem humorada estória de Eduardo e seu irmão Marcos que não gostam de ler e são condenados a passar as férias na Biblioteca de sua cidade ao lado de Dona Batata, uma bibliotecária de voz doce, com coque no cabelo que se revela um monstro quando alguém se atreve a fazer baderna no seu ambiente de trabalho.
A pequena obra, apesar de ser indicada para o público pré-adolescente, conquista até os adultos. O livro vem todo ilustrado com as cenas dos moleques Marquinhos e Duda que de tanto arrumarem confusão em casa acabam tendo o pior de todos os castigos do mundo. Além do temor da bibliotecária Dona Batata os garotos temem morrer de tédio, cercados por tantas obras e autores que desconhecem.
Em pouco tempo de estádia na biblioteca Marquinhos e Duda descobrem que as tardes na biblioteca parece ser um programa divertido. Num mundo cada vez mais descartável, a narrativa do livro segue o melhor estilo de James Bond, uma mistura de comédia e mistério, que de certa forma concentra grande poder de leitura e imaginação.
A obra é uma boa oportunidade para os pais e educadores despertarem nos filhos o gosto e o amor pelos livros, coisa que o autor Eoin Colfer faz de forma extremamente divertida.
“Pânico na Biblioteca” foi publicado com os direitos para o cinema e logo comprado pela Miramax, no qual tem um projeto de ter como personagem principal o ator Cameron Diaz, no elenco. O filme sofrerá algumas alterações e contará a história de uma família para lá de movimentada, com cinco irmãos muito levados e amigos cheios de planos infalíveis.
O autor Eoin Colfer se tornou conhecido ao publicar o romance “Benny and Omar”, que acabou virando best seller na Irlanda, e Artemis Fowl primeiro livro com o brilhante e jovem anti-heroi que acabou se tornando sucesso internacional. Com a mesma obra ganhou o WHSmith de Livro Infantil do Ano na escolha popular e do Livro Infantil do Ano do British Books Awards.
Sobre o autor – Colfer nasceu e foi criado na cidade litorânea de Wexford, localizada no sudeste da Irlanda. Começou a escrever algumas peças muito cedo, obrigando a seus colegas de turma a se vestir de vikings arruaceiros. Passou um tempo sem escrever e quando adulto, encorajado pela família, voltou a ter contatos com as escrita para adolescentes.

Serviço:
Pânico na Biblioteca
Autor: Eoin Colfer
Tradução: Ryta Vinagre
96 páginas
Editora Record
Preço: R$ 19,90

Dualidade Publicitária


Para entender os jogos verbais e lingüísticos que estão inseridos na publicidade, o escritor Marcos Nicolau publicou, no final do ano passado, o livro “Dualidade e Criação Publicitária” (Ed. Idéia. João Pessoa. 2005. 96 págs. R$ 15,00). A publicação não teve lançamento oficial, foi apenas distribuída para divulgação e alguns conhecidos do autor, mas, é um livro que não pode ficar esquecido na estante, uma vez que a cada página do livro, o leitor descobre que a publicidade também é uma arte e como todas as outras artes, precisa de talento, criatividade, imaginação, dedicação em tempo integral.
Neste estudo Marcos Nicolau prioriza a linguagem publicitária como num jogo criativo. Para o autor, a criação publicitária é comercial e tem como objetivo vender produtos e por isso precisa seguir o que está em voga, observar comportamentos e só então elaborar peças destinadas a influenciar e predispor as pessoas à compra de mercadorias que anuncia.
Muitos profissionais da área se utilizam da dualidade, um princípio lingüístico que proporciona um efeito nas pessoas a partir do uso de sua dupla forma: explicita e implícita, que se move no imaginário inconscientemente. Como exemplo desta dualidade basta assistir ao comercial do lingerie Valisére que diz: “Quando uma menina vira mulher, os homens viram meninos”. A idéia deste comercial, segundo o professor, se move pelas belas imagens e tem um apelo baseado no fato das jovens, nesse momento crucial da idade, desejarem se mostrar mulheres sedutoras para mexer com sentimentos dos homens.
A base do estudo está centrada na dualidade para criação publicitária da lingüística não da concepção filosófica. “Uma forma que criei para fornecer subsídios aos profissionais durante o processo criativo”, explicou Marcos Nicolau que é o atual coordenador do curso de Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba.
O livro contém apenas 69 páginas e dispõe de um bom conteúdo para análise, e é fruto dos cursos de especialização que o professor ministrou em faculdades de vários Estados do país. Em poucos capítulos, o autor explica sobre o poder que tem a palavra no ato criativo da publicidade, o caráter essencialmente dual da poética e a dualidade e sua eficácia na retórica. No último capítulo, o professor traz sugestões de exercício do processo de criação pela dualidade. A obra se destina a profissionais e estudantes das áreas de Marketing, Publicidade, Propaganda, Jornalismo, Relações Públicas e pessoas que estão ligadas às artes de uma forma geral, uma vez que em muitos comerciais as telas dos artistas servem de referência para uma peça publicitária.

A arte na publicidade

Com exemplo da arte inserida na publicidade é a inclusão de Picasso nos comerciais da Rimbaud. A empresa nunca pediu a aprovação dos clientes, não precisou de plataforma criativa e Michelangelo, artista pago pelo poder da Igreja, recusava-se a mudar suas concepções para agradar o cliente. Eles deixaram uma obra que vai durar pelos tempos afora e os anúncios devem durar no máximo o tempo de vida dos produtos que anunciam.
De acordo com Marcus Nicolau este processo de “apropriação” das obras de arte começou a acontecer no início do século XX, com a pop arte. “A publicidade não cria uma obra de arte. Ela apenas copia, porque a base dela vem da retórica e da busca do funcionamento do discurso”, comentou o autor. O que faz sentido porque se fosse uma grande arte, seus valores e princípios estéticos pertenceriam a seu próprio universo e nele se bastariam. O que faz uma grande arte é a militância do artista na arte pela arte.

Sobre o autor

Marcus Nicolau é coordenador do curso de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutor em Letras com teses sobre poesia e publicidade. È mestre em educação com dissertação na área de criatividade e especialista em comunicação social.
Ele é autor de Desígnios de signos: relação entre poesia de vanguarda e publicidade impressa (2001), Criação e personalização de marcas (2001), DeZcaminhos para a criatividade (1998), Educação criativa: ensinando a arte de aprender e aprendendo a arte de ensinar (1997) e Introdução à criatividade (1994).

Adriana Crisanto
adriana@jornalonorte.com.br
Serviço:
Dualidade e Criação Publicitária
Autor: Marcos Nicolau
Editora Idéia – João Pessoa – PB
96 páginas
R$ 15,00Vendas: Livraria Almeida (Shopping Sul), Casa do Livro (UFPB) e na Livraria da Editora Idéia.

Lirismo de Maria Juliana



Ao que tudo indica o cenário de cantoras mulheres da Paraíba vem se renovando. Uma mostra desta lenta mutação é o surgimento, no ano passado, da cantora Flávia Venceslau. Em 2005, a cantora Maria Juliana, surge como a mais nova jovem revelação da música paraibana, indicada pela crítica especializada. Com uma voz extremamente afiada para sua estatura Maria Juliana encantou a platéia do projeto Seis e Meia, em junho deste ano, ao abrir o show da dupla de cantores Antônio Carlos e Jocafi. Ela, que também é solista do Coral da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), embarca no final deste mês para Londrina, Paraná, onde participa com os integrantes do Coral do Festival Internacional de Cultura que acontece todos anos no local, representando o Estado.
Paralelo ao trabalho de solista do coral Maria Juliana, 22 anos, estuda Direito na UFPB e tem sua banda composta por: Michel Lucena (violão), Marcelino (baixo), Yuri Ribeiro (piano e acordeon), Herbert Pereira (bateria e percussão) e Victor Mesquita (violão, guitarra, cavaquinho e flauta). Nas apresentações “Maria Juliana e banda” cantam e tocam o repertório clássico da MPB, música regional e canções autorais. O diferencial é que tanto ela quanto os integrantes da banda tem formação clássica, ou seja, estudam música e possuem um trabalho mais orquestral.
Maria Juliana começou a cantar e atuar aos oito anos idade em peças de teatro da igreja do bairro José Américo. Quando completou 14 anos ingressou no canto lírico, no Coral Infantil da Paraíba, no Espaço Cultural José Lins do Rego, e em seguida no Coro Sinfônico da Paraíba. Fez alguns espetáculos musicais com a Orquestra Infantil, uma delas foi: “Os Tamancos”, uma peça de autoria da regente, a professora Norma Romano. Com a Orquestra Jovem, foi solista da peça “A Peste Intrigante”, uma fábula de Monteiro Lobato musicada por um maestro brasileiro.
Ainda na adolescência Maria Juliana foi convidada pelo pianista e regente do coral Unipê, Jean Carlos, para cantar em festas e eventos particulares. Apesar de ter ingressado para a música clássica e canto coral Maria Juliana contou que tem bastante influência da música popular, devido aos pais que são do interior do Estado. “Sempre escutei em casa, desde criança, músicas de Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Marines”, revelou.
Uma pequena amostragem da diversidade musical apurada de Maria Juliana foi dada no projeto Quintas Musicais, em que cantou uma mostra da Ópera Carmem, Dolores Duran, músicas do paulista Renato Braz, do paraibano Adeildo Vieira, um tango de Mercedez Sossa e canções autorias de sua banda.
Mesmo com o esgotamento progressivo das fórmulas brancas de se começar numa carreira musical e de se fazer música, as chamadas fórmulas clássicas, ao que parece, um novo “crossover artístico”, para citar um termo nem tão atual assim, vem sendo anunciada por cantoras dessa nova geração como é o caso de Maria Juliana e de tantas outras que vem surgindo.
Nesta “linha evolutiva das coisas”, como bem disse Caetano Veloso, a cantora até já recebeu convites para interpretar canções de artistas locais, a exemplo do cantor e compositor Marcos Farias e do maestro Durier. “Tudo ainda são projetos para o futuro próximo”, conta Juliana que em cada apresentação está sempre acompanhada pelo violonista Michel Lucena, com quem também desenvolve um trabalho autoral, em que ela canta e ele toca violão. A cantora e o violonista podem ser vistos diariamente num programa de televisão local, Delícias do Chef, dando uma pequena mostra do trabalho da dupla. Com força de sua juventude Maria Juliana ainda arranja tempo para assessorar o Coral Infantil São Francisco das Chagas (de uma Ong que funciona no bairro do Rangel), grupo que abriu o Festival Paraibano de Corais (Fepac), no mês passado. No momento, diz ela: “quero apenas cantar”.
Adriana Crisanto
adriana@jornalonorte.com.br

Dida - O Pensador Virtual


O cantor e compositor paraibano Dida Fialho está em João Pessoa na tentativa de captar recursos a gravação de um DVD/CD e para uma série de 27 shows pelo país, que irá contar um pouco de seus 30 anos de carreira artística. O projeto, segundo Dida, foi idealizado por Gilvan de Brito, inscrito e aprovado na Lei Estadual de Incentivo a Cultura do Rio de Janeiro.
O projeto se refere a um DVD/CD com doze músicas com vários temas, dirigido pelo cineasta Gilvan de Brito, responsável pela realização de vários curtas-metragens institucionais e longas no Rio de Janeiro, São Paulo e outros Estados.
O DVD/CD, que irá se chamar “Pensadores Virtuais”, será apresentado nas cidades de Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Cabo Frio, Búzios, Angra dos Reis, Nilópolis, Parati, Miguel Pereira, Petrópolis, Teresópolis, Resende, Macaé, Volta Redonda, Nova Friburgo, São João da Barra, Itaperuna entre outros municípios. A intenção, de acordo com o cantor, é inserir a Paraíba neste circuito também, com apresentações aqui.
No ano passado Dida Fialho lançou o disco “Pensadores Virtuais”, o primeiro de sua carreira, produzido em 2003. A demora, segundo o cantor, aconteceu porque sempre foi muito exigente e primou por um trabalho de qualidade. O disco foi produzido por Jota Moraes, gravado no estúdio Joala no Rio de Janeiro por Julinho Barbosa.
O trabalho traz uma seleção de músicas nunca antes editada em CD pelo artista. A maioria das canções são de sua autoria e outras em parceria com Livardo Alves, Deso Philho, Gilvan de Brito, Irani Medeiros, Humberto de Almeida e duas outras canções que interpreta, um delas de Chico César (Do Além, faixa 6).
São músicas possuem um alto grau de poesia e musicalidade que caracteriza muito bem a música popular paraibana. “Sol Maior” é canção dedicada a Gloria Vasconcelos, em que fala da dicotomia entre o amor e a paixão. Em Bossa Nova, faixa 10, é novamente o amor que ele canta, uma canção arranjada por Jota e Dodô Moraes. “Essa música foi composta na época das serenatas, coisa que hoje não existe mais”, lembrou o cantor.
Uma das músicas que chama atenção é “Cantador de Rua”, em que rende homenagem a todos os tipos de cantadores, daquele que grita para vender seus produtos no camelô a dobradiça de uma janela.
Dida Fialho fez parte da geração anterior ao Jaguaribe Carne. Foi integrante do grupo folclórico do Liceu Paraibano. Cantou no Coral Universitário da Paraíba que tinha como regente Clovis Pereira. No ano de 1975, participou da primeira coletiva de musica com o grupo Ave Viola, com quem gravou o disco "Requien para o Circo", com a participação de Zé Ramalho. Ele viajou todo o Brasil com a peça Teatral o "Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna, espetáculo dirigido por Fernando Teixeira.
Na sua caminhada musical percorreu todo o interior de São Paulo realizando shows de música produzido por Pedro Neves. Participou de vários festivais de música em São Paulo. Participou do Projeto Pixinguinha edição Nordeste. Há 12 anos tem residência fixa no Rio de Janeiro, o que ampliou o seu currículo artístico, fazendo parceria com músicos de expressão da Música Popular Brasileira (MPB), a exemplo de Jota Morais (maestro arranjador).
No teatro ainda integrou a montagem do espetáculo "Morte e Vida Severina", de autoria de João Cabral de Melo Neto, numa produção da Casa da Gávea e direção geral de Cristina Pereira. De volta a Paraíba, ganhou o 7º Forró Fest da TV Globo Paraíba com a música "Cantador de Rua".
Serviço:
Dida Fialho - Pensadores Virtuais
A venda no Sebo Cultural
Preço: R$ 20,00
Publicado no caderno Show do jornal O Norte em Fevereiro de 2006.