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domingo, abril 29, 2007

Dança de Salão


O salão da praça de eventos do Mag Shopping estará aberto neste sábado (14), a partir das 22h00, para os amantes da valsa, do bolero, cafieira, da rumba e outros gêneros da dança de salão. O primeiro Baile de Dança de Salão terá como atrações à cantora Márcia Ayres e Banda e o Dj Evandro Gonçalves. Os ingressos de entrada estão sendo vendidos ao preço de R$ 12,00 (individual) e R$ 40,00 (mesa). Pode ser encontrado também para venda antecipada na Anamar Turismo localizado na avenida João Câncio, loja 106, praia de Manaíra.
O organizador do evento, o professor de dança, Fabiano Pereira, disse que apesar da cidade de João Pessoa possuir cerca de oito academias de dança de salão para jovens e adultos os eventos ainda são poucos. A dança de salão tem origem nos bailes da nobreza européia, especialmente a valsa, dançada em casais, o que era um avanço comportamental em sua época.
A forma de dançar em casal como mero entretenimento e realizada em ambiente fechado (salões) foi levada pelos colonizadores para as diversas regiões das Américas onde deu origem às muitas variedades à medida que se mesclava às formas populares locais: tango na Argentina, maxixe, que deu origem ao samba de gafieira, no Brasil, “habanera”, que deu origem a diversos ritmos cubanos, como salsa, bolero, rumba etc, e até mesmo o swing americano, que ainda hoje é preservado na sua forma original por grupos de dançarinos nos Estados Unidos e Europa.
Os estudiosos da dança de salão e próprios dançarinos dizem que ela é vista atualmente como uma forma de salvaguardar as características culturais populares e não mais como mero entretenimento. No Brasil, de acordo com Fabiano, tem-se cristalizado a diferenciação entre dança de salão e dança de competição, o ballroom, muito em voga na Europa mas desconhecido no Brasil.
Atualmente os praticantes de dança de salão, aprendem todas as formas e ritmos. Hoje sete ritmos são praticados, tanto nos bailes como nas escolas especializadas, a exemplo do bolero, soltinho, samba, forró, lambada, salsa, souk e tango.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a dança de salão virou moda entre os adolescentes que retomaram o costume da dança dos avós. Para muitos jovens da região de Campinas, interior de São Paulo, a dança de salão deixou de ser apenas um passatempo associado a outra geração.
A estudante Míria Fonseca Krusch, 17 anos, que reside em Campinas, diz ser uma apaixonada pela dança de salão, freqüenta as aulas de dança de salão há um ano, desde que um amigo lhe pediu que a acompanhasse. A adolescente confessou que pensou duas vezes antes de aceitar o convite. Mas, desde então, muitos amigos de Míria aderiram à atividade e ela pretende continuar aprendendo.
Ter aulas de dança de salão era um rito de passagem inevitável para jovens das classes média e alta no interior de São Paulo, uma ferramenta necessária para eventos sociais, como casamentos e formaturas. A demanda diminuiu nas décadas de 80 e 90 com a entrada de outros ritmos e sons. A Revista Stern, especializada em dança de salão, diz que o ponto mais baixo se deu em 1996. Muitas escolas de dança não sobreviveram a essas décadas, as que superaram essa fase conseguiram se manter com aulas de hip hop e aeróbica.
A taquigrafa Cybelle Gadelha, 25 anos, disse que fez um curso de três meses de dança de salão numa academia na praia de Manaíra. “Foi o suficiente para começar a gostar de dançar”, contou Cybelle que hoje dança forró, bolero, salsa e soltinho. Ela disse que muitas pessoas procuram a dança como terapia outras como mais uma atividade física.

Influência dos reality shows da televisão na dança de salão

A popularidade da dança anda de mãos dadas com o surgimento repentino do assunto na telinha e na telona. Filmes como “Vem dançar comigo”, “Bolero”, “Dança comigo?” e “Mad Hot Ballroom” despertam o interesse do jovem. O último, um documentário, aborda um programa social para crianças desprivilegiadas de Nova York, que usa a dança de salão para ensinar habilidades sociais.
Os realitys shows nos programas de auditório que colocaram atores e atrizes competindo através da dança em pleno domingo, baseado na popular versão britânica do “Strictly Come Dancing” e na igualmente bem-sucedida americana “Dancing With the Stars Dance” que junta celebridades a profissionais de dança de salão.
Os pares se apresentam em uma competição, mostrando suas habilidades no foxtrot, paso dobles ou rumba para um júri profissional e telespectadores em casa, que também podem votar. O programa continua até que só um casal permaneça e ganhe a competição.
“Let's Dance” alcançou índices de audiências de até 20%, e os números são ainda maiores entre pessoas de 19 a 39 anos, segundo o grupo de marketing Quotameter.
O professor de dança de salão da Academia de Dança Coliseum, Victor Lucas de Andrade Sá, 18 anos, não descarta essa influência da televisão sobre a procura das pessoas pela dança de salão. No entanto, diz Victor, o que se apresenta na televisão em alguns momentos não é o que se ensina nas academias de dança, pois, de acordo com ele, a dança de competição os passos são mais aeróbicos e a dança de salão é mais no chão.