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quarta-feira, setembro 05, 2007

Discoteca tombada pelo Iphan

A antiga discoteca Municipal de São Paulo, discoteca Oneyda Alvarenga, foi está semana tombada pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O material tombado inclui documentação histórico-administrativa da discoteca, os acervos da Sociedade Brasileira de Etnografia e Folclore e os acervos da Missão de Pesquisas Folclóricas, organizada pelo escritor Mário de Andrade.
Este sem dúvida trata-se do primeiro tombamento de material áudio-visual do país, mas todo material ainda está aguardando a homologação pelo Ministro Gilberto Gil, ser publicado no Diário Oficial da União para poder entrar em vigor.
O acervo da discoteca é bastante variado e possui desde filmes, discos, desenhos, fotografias, cadernetas de campo, notações musicais, notações de coreografia e objetos de caráter religioso, como os usados nos terreiros de candomblé e ex-votos.
A discoteca Oneyda Alvarenga, possui, em seu acervo geral cerca de 65 mil discos (de 33 e 78 rpm), 30 mil partituras, 11 mil livros, além de CD´s e hemerotecas, sobre música brasileira e estrangeira, porém a parte tombada se refere apenas à documentação histórico-administrativa, ou seja, referente à produção de todo o material.
A discoteca foi criada em 1935, por Mario de Andrade, que era, na ocasião, diretor do Departamento de Cultura de São Paulo. O material foi o resultado de uma política que visava integrar o erudito ao popular e em visita recente ao Centro Cultural de São Paulo, todo ele está em processo de digitalização e organização em um banco de dados, o que inclui a disponibilização de fonogramas que poderão ser escutados na própria discoteca a partir de outubro deste ano.
Completam ainda do material os tombado os arquivos da Sociedade Brasileira de Etnografia e Folclore, uma associação que teve ramificações em diversos pontos do país e congregou pesquisadores do assunto. Há também a documentação sobre a Missão de Pesquisas Folclóricas, uma viagem feita por pesquisadores do Departamento de Cultura do Estado de São Paulo, em 1938, com intuito de recolher cantos e danças populares do Norte e Nordeste e documentá-las com filmes, discos e fotografias.

Adriana Crisanto
Repórter
Matéria publicada no caderno Show do jornal O Norte.
Foto: Centro Cultural de São Paulo onde se encontra o acervo da discoteca.