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terça-feira, maio 20, 2008

Filme de Glauber Rocha restaurado

O longa-metragem “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, do cineasta Glauber Rocha, nono de sua carreira, voltou a ser restaurado e já está sendo exibido em algumas salas de cinema de arte do país. A restauração só foi possível graças ao patrocínio da Petrobrás. No nordeste apenas Fortaleza (CE) teve a oportunidade de assistir o filme restaurado no Cine Dragão do Mar.

O filme havia sido destruído em um incêndio no Laboratório GTC em Paris, em 25 de junho de 1973. Os negativos foram restaurados em imagem digital a partir de uma cópia com versão sonora francesa. O trabalho foi feito no Laboratório Prestech, na Inglaterra, com curadoria de João Sócrates Oliveira e supervisão de fotografia de Affonso Beato.

Algumas cenas das canções, que não foram dubladas, contêm legendas em francês. Na reconstrução da versão sonora em português foi feita pela Cinemateca Brasileira e no Estúdio JLS, sob curadoria de José Luiz Sasso. Os créditos da equipe técnica e do elenco ocupam os letreiros finais do filme, devidamente traduzidos e corrigidos. Pelo valor documental, a curadoria decidiu preservar o texto introdutório do filme existente na versão francesa que serviu de base para a restauração, traduzindo na íntegra, o seu conteúdo.

Fizeram parte da equipe do Projeto de Restauração: Paloma Rocha (direção); Joel Pizzini (curadoria); Affonso Beato (supervisão de fotografia); Paloma Rocha e Daniela Arantes (produção executiva) e ainda: Coordenação de Produção: Tássia Milly; Assistente de Produção: Sara Rocha; Restauração Digital de Imagem: Prestech Film Laboratories; Curadoria e Supervisão Geral: João Sócrates De Oliveira; Restauração de Som: JLS Facilidades Sonoras e Cinemateca Brasileira;Restauradores: José Luiz Sasso e Alexandre De Marco Sobral. Coordenação do Laboratório da Cinemateca Brasileira: Patrícia De Filippi; Distribuição: Prefeitura do Rio / Riofilme; Uma Produção de Paloma Cinematográfica.

Sinopse do filme:

Numa cidadezinha chamada Jardim das Piranhas aparece um cangaceiro que se apresenta como a reencarnação de Lampião. Seu nome é Coirana. Anos depois de ter matado Corisco, Antônio das Mortes (personagem de Deus e o Diabo na Terra do Sol) vai à cidade para ver o cangaceiro. É o encontro dos mitos, o início do duelo entre o dragão da maldade contra o santo guerreiro. Outros personagens vão povoar o mundo de Antônio das Mortes. Entre eles, um professor desiludido e sem esperanças; um coronel com delírios de grandeza, um delegado com ambições políticas; e uma linda mulher, Laura, vivendo uma trágica solidão.

O filme conquistou os seguintes prêmios: Melhor Direção - XXI Festival de Cannes, França (1969), Melhor Direção - Confederação Internacional de Cinema de Arte e Ensaio, França (1969), Melhor Direção - Prêmio "Coruja de Ouro", Instituto Nacional de Cinema, RJ (1969), Primeiro Prêmio, Festival de Louvaing, Bélgica (1969), Prêmio do Público (Menção Especial), Semana Internacional de Cinema de Autor -Banalmadena, Espanha (1969), Troféu Coruja de Ouro - Prêmio Adicional de Qualidade, INC/1969, Brasil, Melhor Fotografia (Affonso Beato), Prêmio "Governador do Estado de São Paulo", SP (1969), Prêmio "Fipresci" (1969) e Prêmio Luis Buñuel.

Fazem parte do elenco os atores: Maurício do Valle (Antonio das Mortes), Odete Lara (Laura), Othon Bastos (professor), Hugo Carvana (delegado Matos), Jofre Soares (coronel Horácio), Lorival Pariz (cangaceiro Coirana), Rosa Maria Penna (Santa Bárbara), Emmanoel Cavalcanti (padre), Mário Gusmão (o negro Antão), Vinícius Salvatori (jagunço “mata vaca”), Sante Scaldaferri (Batista), Conceição Senna (Madalena).

Adriana Crisanto
Repórter
adriana@jornalonorte.com.br
adrianacrisanto@gmail.com
Fotos: Agência Petrobrás de Notícias. Cenas do filme Terra em Transe de Glauber Rocha