
O ator Alessandro Tchê, que atua na Companhia Paraibana de Comédia, foi convidado para viver o personagem José Abelardo Barbosa de Medeiros, Chacrinha, (1917-1988), no programa especial “Por toda a minha vida”, que homenageará o comunicador e apresentador de auditório pernambucano Chacrinha, que este ano completa 20 anos de falecimento. O especial vai ao ar em agosto e tem a direção de Pedro Vasconcelos, redação de George Moura e Maria Camargo. Além de Tchê estão no elenco Hélio Venier (Chacrinha na fase adulta) e outros.
As gravações externas aconteceram na Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro e as internas no Estúdio A, Núcleo Ricardo Waddington do Centro de Produção da Rede Globo, Projac, em Jacarepaguá, no período de 28 de maio até o dia 15 de junho.
Alessandro Tchê interpretará o Chacrinha na fase jovem dos 19 aos 45 anos de idade. Ele é filho de pais portugueses. O codinome “Tchê” veio de seu pai e pelo fato de ter residido no Rio Grande do Sul. Só que Tchê é natural de Osasco, cidade localizada na região metropolitana da capital paulista. Residiu em Atalaia Velha (SE) e chegou em João Pessoa (PB) no ano de 1982.
Foi vocacionado e aspirante ao seminário católico. “Meu sonho era ser padre”, disse com extremo bom humor e respeito. Começou no teatro no ano 1986. O primeiro espetáculo que encenou foi “Auto da Cobiça” do dramaturgo Altimar Pimentel, já falecido. Fez escola no teatro infantil com Geraldo Jorge e Tadeu Patrício, e profissionalizou-se na Companhia Paraibana de Comédia, com o ator e diretor Edílson Alves, em que se destacou com um comediante nato, onde atua até hoje.
Uma de suas grandes participações como ator na Companhia destacou-se em “As Velhas” e “As Coroas”. Nesta última peça interpretou a personagem Dona Socorro. Alessandro Tchê também trabalhou nos Diários Associados, TV O NORTE, animando o programa do apresentador Sales Dantas e participou de várias esquetes teatrais na antiga 103 FM atual Rádio Clube FM. Em suas muitas participações e atuações interpretou José Américo de Almeida no espetáculo “Cifrado 110”, dirigido por Tarcísio Pereira e texto de Carmem Miranda. No cinema ele fez parte do elenco do filme “A Saga do Padre Ibiapina” e “O Sonho de Inacim”, ambos de Elizer Filho.
O ator acredita que foi descoberto no teste de seleção para a minissérie “A Pedra do Reino” pela produção da emissora. “Só me dei conta que era realmente parecido com o Chacrinha quando vi a foto na sala de maquiagem do Projac. Quando vi disse a mim mesmo: Sou eu! Eu vou fazer o teste mas sou eu gente, não tem para onde”, acrescentou.

O programa especial sobre o Chacrinha será composto por depoimentos de familiares e amigos, dramatização e trechos dos programas de auditório. O especial é baseado em fatos reais sobre a vida e carreira do apresentador, destaca os momentos mais importantes da trajetória do velho guerreiro, que aos 10 anos de idade, mudou-se com a família para Campina Grande (PB). Aos 17 anos estudou em Recife (PE), onde cursou Medicina (1936) e no terceiro ano teve o seu primeiro contato com o rádio ao proferir uma palestra sobre alcoolismo.
Na televisão Chacrinha estreou, no ano de 1956, como programa Rancho Alegre, na extinta TV Tupi, no qual começou a fazer também a Discoteca do Chacrinha. Em seguida foi para a TV Rio e, em 1970, foi contratado pela Rede Globo. Chegou a fazer dois programas semanais: A Buzina do Chacrinha (no qual apresentava calouros, distribuía abacaxis e perguntava "-Vai para o trono, ou não vai?") e Discoteca do Chacrinha. Dois anos depois voltou para a Tupi. Em 1978 transferiu-se para a TV Bandeirantes e, em 1982, retornou a Globo, onde ocorreu a fusão de seus dois programas num só, o Cassino do Chacrinha, que fez grande sucesso nas tardes de sábado.
Todos os anos Chacrinha lançava em seu programa uma marchinha para o Carnaval. Conhecido como Velho Guerreiro, em 1987 foi homenageado pela Escola de Samba carioca Império Serrano com o enredo "Com a boca no mundo - Quem não se comunica se trumbica", foi à única vez que desfilou numa escola de samba, surgiu no último carro alegórico, que reproduzia o cenário de seu programa, rodeado de chacretes, de Russo (seu assistente de palco) e Elke Maravilha.
No ano de 1988, já doente, foi substituído em alguns programas por Paulo Silvino. Ao voltar à cena, no mês de junho, comandou a atração com João Kléber, até que pudesse se sentir forte novamente. José Abelardo Barbosa de Medeiros faleceu aos 70 anos, no Rio de Janeiro, vitimado por infarto fulminante do coração.
Adriana Crisanto
Repórter
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Fotos: Divulgação da Cia Paraibana de Comédia