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sexta-feira, junho 25, 2010

A arte e a cidade


“A Arte e a Cidade” é o tema da mostra individual itinerante do artista plástico paraibano, escultor e designer, Erickson Britto, que será aberta no primeiro pavimento da Torre Mirante, próximo dia 02 de julho, sexta-feira, às 19h00, na Estação Cabo Branco, Ciência, Cultura e Artes, localizada na Av. João Cirillo da Silva, S/N, Altiplano Cabo Branco. A entrada é gratuita com visitação pública de terça-feira a domingo das 10h às 21 horas.

A mostra tem a curadoria conjunta de Veras Barros e Lúcia França. A exposição reúne 30 obras inéditas do artista entre esculturas, maquetes de obras públicas, objetos e jóias em formas abstratas e geométricas com vocabulário próximo da tradição construtivista brasileira. Uma das peças de destaque é a ‘Saudação ao Sol’, composta de seis totens vermelhos que traz uma referência ao lugar onde o sol nasce primeiro, à natureza humana e sua relação com a divindade.

A obra “Saudação ao Sol” foi a grande vencedora do concurso público “obra pública Jackson Ribeiro”, promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), que será instalada na Av. Beira Rio, na confluência da avenida Rui Carneiro, local denominado Largo das Gameleiras, próximo ao Hotel Tambaú. Erickson Brito disse que tudo isso possui um aspecto subjetivo, pois será uma grande oportunidade, de devolver para João Pessoa, esse olhar inicial da volumetria, por meio dessa obra de arte pública. “É como um ciclo que se fecha em sua trajetória de vida, embora não se encerre ai, pois a busca é continua e as experiências com as formas é um exercício de possibilidades infinitas”, afirmou.

A exposição possui uma linguagem única da obra do artista Erickson Britto que celebra 30 anos de produção. Paralelamente será lançado durante a mostra o site com toda história do artista, desde as jóias, quando iniciou seu aprendizado no experimento das formas e do metal, até a produção contemporânea de objetos, esculturas e obras de grandes dimensões realizadas já este ano.

Erickson Britto é natural de João Pessoa, viveu em Recife (PE) e hoje reside em Fortaleza (CE), onde mantém ateliê. Em sua trajetória artística começou experimentando as formas através da criação de jóias. Mas, ao perceber as facilidades do ouro, fascinante por si mesmo, que invariavelmente toda obra produzida seria denominada de jóia, decide abandonar temporariamente aquele nobre mental, começando a laborar em prata, forçando-se a obter resultados, igualmente nobres, através da superação pelo design. Sua formação profissional é na área de comunicação, mas suas experiências e cursos passam também por outros seguimentos, como projetos gráficos, atividades de responsabilidade social, produção e direção de filmes institucionais, restauração de acervos de jóias, produção e curadoria de exposições. Cursos nas áreas de design, gestão da cultura, administração e preservação de reserva técnica, produção e montagem de exposições, e outros voltados para o aprofundamento da arte contemporânea. Atualmente é assessor de Comunicação do Banco do Nordeste.

Há 32 anos Erickson Britto mudou-se da Capital da Paraíba e levou consigo a observação do traçado da cidade, para a percepção da volumetria e das formas que caracterizam suas construções. As composições geométrica agrupadas, com inclinações e arquiteturas diferentes: o colonial, o barroco das igrejas, edificações dos anos 50 e entre outras. Levou consigo impresso na alma essa percepção que mais tarde trabalhou a tridimensionalidade das formas, experimentou diversos materiais como suporte, criou jóias, objetos, troféus, comendas, móveis e esculturas, viajou, conheceu ateliês na Europa e participou de Salões de Artes.

Conforme ele mesmo descreve, sua experiência de infância potencializou o destino de sua obra e ativou um mecanismo de observação da tridimensionalidade e a percepção da volumetria dos equipamentos urbanos, como, posteriormente, de outras cidades do Brasil e do mundo em que conheceu. “Quando criança, ao observar João Pessoa, a partir de uma vista aérea, ao subir no edifício mais alto da cidade tive uma sensação que me marcou: o traçado da cidade, ruas, casas, praças, edifícios, galpões, ginásios, placas sinalizadoras e fábricas formavam desenhos em blocos compactos com seus telhados de diversas águas. “Eu sempre tenho a sensação, no momento da criação, que todo projeto executado é sempre um protótipo de algo maior, para um espaço mais democrático, para o público que circula nas cidades”, disse.


O presidente da comissão julgadora do concurso Jackson Ribeiro, o escritor, artista plástico e dramaturgo W.J Solha, que também assina o catálogo de Erickon Brito afirmam que projeto Saudação ao Sol, empolgou de imediato a todos da comissão. São seis totens intensamente vermelhos, maciços e densos-evidentemente projetados para encararem o sol onde ele nasce primeiro nas Américas (João Pessoa) e que encheram olhos e a imaginação de todos, pela força de sua presença, além da clara mensagem de veneração à vida. “O coletivo sem especificação de cor, sexo, raça, representado por seis e não apenas um totem, o ambiente e o sol incorporados ao seu conceito. Impossível chegar mais perto da essência do que somos e do que precisamos: a vida e a luz. Impressionou a capacidade de dizer tanto com tão pouco. Tivemos, naquele momento, a certeza de que acabava de surgir um novo poeta da forma”, comentou Solha.

Da Jóia para a escultura - Aos poucos e como uma necessidade maior de expressão, os corpos que abrigavam jóias transformam-se em espaços públicos, e a jóia toma definitivamente a sua forma escultórica. Nascem as primeiras esculturas sob forma de pequenos troféus em prata, aço e outros materiais, que evoluem em suas formas e dimensões e invadem espaços, ambientes e cidades. “O resumo da obra desse artista pode ser conferido em ‘A Arte e a Cidade”, na Estação Cabo Branco até o próximo dia 01 de agosto.


SERVIÇO:
EXPOSIÇÃO: A ARTE E A CIDADE
Artista Plástico: Erickson Brito
Abertura: dia 2 de Julho (Sexta-Feira)
Hora: 19h00
Local: Segundo pavimento da Torre Mirante – Estação Cabo Branco, Ciência, Cultura e Artes – Altiplano Cabo Branco
Visitação pública: Terça a sexta-feira das 9h às 21h, e nos sábados e domingos das 10h às 21h
Até 6 de agosto