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quinta-feira, janeiro 20, 2022

Música brasileira perde Elza Soares

    


E o assunto desta quinta-feira (20) foi um só na imprensa cultural. Faleceu Elza Gomes da Conceição, artisticamente conhecida por Elza Soares (91 anos), uma das maiores cantoras da música popular brasileira. Sua morte aconteceu em sua casa nova, no Rio de Janeiro, de forma tranquila, como relatou o seu empresário para imprensa brasileira. Dona de uma voz inconfundível com um vibration que só ela tinha deixa um vazio enorme para nossa música, que hoje se limita a sertanejos eletrônicos, bregas com pegadas de funk digital nas redes sociais.

A medida que a morte dela se espalhou na internet os fatos sobre a vida da cantora foram surgindo e um deles foi de que Elza faleceu no mesmo dia em que seu ex-marido, o jogador de futebol Garrincha, do clube Botafogo e autor de inúmeros espetáculos futebolístico da seleção brasileira da década de 1950. Neste mesmo dia fez 40 anos da morte do jogador.

O empresário da cantora conta que ela faleceu como queria, sem dor e sofrimento e que o dia parecia normal. Ela acordou, fez fisioterapia e foi descansar, pois, seus cuidadores achavam que ela havia se cansado da fisioterapia. Minutos depois ela mesma anunciou sua morte: “Acho que vou morrer” e desfaleceu.

Elza que em hebraico significa “Deus dá” sempre se entregou a tudo na sua vida com muita vontade, sempre foi inteira e autêntica como mostra a biografia escrita pelo jornalista Zeca Camargo, em 2018. Nas suas redes sociais, o biografo lamentou a morte da cantora dizendo que Elza simplesmente não era para existir, pois a vida jogou contra ela o tempo todo.

Quem ainda não leu essa biografia é uma oportunidade para conhecer a vida dessa grande mulher brasileira, que foi violentada por Garrincha, em uma época em que não se falava em violência doméstica, perdeu quatro filhos dos seis que teve. Negra, pobre ela passou por tudo de ruim que uma pessoa não precisa passar e foi extremamente massacrada pela sociedade. Se achou na música com “Se Acaso Você Chegasse", em 1959 e desde então se aproximou do samba e do sambalanço.

Tem 34 discos lançados em que mistura o samba com jazz, hip hop, funk e música eletrônica. Passou um período de ostracismo pensou inclusive e a desistir foi quando Caetano Veloso a convidou para cantar um samba-rap chamado “Língua” no CD Velô (1984). Uma das obras mais legais foi “Planeta Fome”, em 2019.

No ano passado em meio a pandemia ainda fez algumas lives e nos dias 17 e 18 janeiro gravou o DVD. Estava feliz e tranquila. O corpo da cantora será velado no Theatro Municipal do Rio, Centro da Cidade, na sexta-feira (21). A cerimônia será fechada para familiares e amigos, das 8h às 10h, e aberta ao público das 10h às 14h.

Depois um carro do Corpo de Bombeiros fará o translado pela avenida Atlântica, onde morou até cemitério Jardim da Saudade Sulacap, onde haverá velório na Capela VIP às 15h (restrito aos familiares e amigos) e sepultamento, às 16h, no setor do Cristo Redentor, em homenagem à cantora.

Fonte: Com assessoria da cantora