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domingo, julho 21, 2024

Um marco literário de Políbio Alves

 

    O  escritor paraibano Políbio Alves lançou no mês passado a obra "Outono - Memorial da Escritura", uma dissertação livre que mergulha na trajetória de Políbio Alves, revelando o árduo caminho percorrido desde a infância até se tornar um autor reconhecido. No livro, Políbio reflete sobre seu desenvolvimento como escritor e cidadão, revisitando a época da ditadura militar e sua luta incessante contra a injustiça social. A obra é dividida em duas partes: a primeira traz as reflexões do autor sobre a palavra e sua importância como semente, argamassa, fio de linha e fermento. A segunda parte apresenta uma fortuna crítica, com análises e comentários de outros escritores sobre o trabalho de Políbio Alves.

Detalhes do Evento

Livro: OUTONO - MEMORIAL DA ESCRITURA
Autor: Políbio Alves
Editora: Mídia Gráfica e Editora
Ano de publicação: 2024
Lançamento: 10 de julho de 2024, às 19h
Local: Usina Cultural da Energisa - Café da Usina
Endereço: Rua João Bernardo de Albuquerque, 243, Tambiá - João Pessoa - PB

Sobre "OUTONO - MEMORIAL DA ESCRITURA"

"OUTONO - MEMORIAL DA ESCRITURA" é uma obra que combina elementos autobiográficos com reflexões profundas sobre o processo de escrita e o papel do escritor na sociedade. Políbio Alves tece suas memórias pessoais com ensaios que abordam a palavra e a escrita como formas de expressão e resistência.

Estrutura do Livro

  • Parte 1: Ensaios e reflexões pessoais sobre a palavra, a linguagem e o trabalho literário.
  • Parte 2: Fortuna crítica, com textos de outros escritores que analisam a obra de Políbio Alves.

Sobre o Autor

Políbio Alves dos Santos, nascido em 1941, é um escritor, poeta e ficcionista paraibano. Formado em Administração, aposentou-se como servidor público federal. Sua paixão pela literatura o acompanhou desde a infância, apesar das dificuldades financeiras. Iniciou sua carreira literária na década de 1980 e, desde então, publicou várias obras, incluindo:

  • O que Resta dos Mortos (1983)
  • Varadouro (1989)
  • Exercício Lúdico – Invenções & Armadilha (1991)
  • Passagem Branca (2005)
  • Os Objetos Indomáveis (2013)
  • Os Ratos Amestrados Fazem Acrobacias ao Amanhecer (2014)
  • La Habana Vieja: Olhos de Ver (2016)
  • Acendedor de Relâmpago (2019)

Políbio é reconhecido por sua escrita engajada, que aborda questões sociais, políticas e existenciais com uma força poética marcante.

Reconhecimentos e Prêmios

Ao longo de sua carreira, Políbio Alves recebeu várias honrarias, como:

  • Medalha Poeta Augusto dos Anjos (2001)
  • Comenda Cidade de João Pessoa (2002)
  • Título de Doutor Honoris Causa pela UFPB (2002)

Legado

Considerado um dos escritores mais importantes da literatura brasileira contemporânea, Políbio Alves tem sua obra estudada em universidades e centros de pesquisa, com livros traduzidos para diversas línguas. O lançamento de "OUTONO - MEMORIAL DA ESCRITURA" representa um marco significativo em sua carreira e um presente para os amantes da literatura reflexiva e engajada.

 

Foto: Carlos Rodrigo

sexta-feira, junho 14, 2024

A jornada de um Redentor

 


Fui desafiada por um amigo a ler o livro “O Redentor” de Edgard Armond (Ed. Aliança, SP, 1979). Ao primeiro prólogo pensei que fosse uma obra parecida “O meu Cristo partido”, do padre Ramon Crué, que comunga narrativa complexa de vida com espiritualidade.

        O Redentor segue a trajetória de um personagem principal que busca a iluminação e a compreensão do verdadeiro propósito da vida. Em sua jornada, ele encontra diversos desafios e figuras que representam diferentes aspectos da sociedade e da condição humana. Através dessas interações, o autor explora temas como a redenção, o autoconhecimento e a evolução espiritual.

          Armond utiliza uma linguagem acessível, mas carregada de significados profundos, tornando a leitura tanto agradável quanto desafiadora. E para quem diz não gostar de filosofia o livro é permeado por reflexões filosóficas e espirituais que convidam o leitor a introspectar e questionar suas próprias crenças e atitudes.

            Mesmo sendo um livro bastante lido pelos espíritas, este pode e deve ser lido por qualquer religião ou desinência espiritual, ao integrar conceitos e ensinamentos universais que transcende barreiras religiosas e culturais. A narrativa é construída de maneira a conduzir o leitor por um caminho de autodescoberta, incentivando-o a buscar uma vida mais consciente e alinhada com os princípios espirituais.

            Como bônus track, o livro traz também desenhos ilustrativos, um mapa da cidade de Jerusalém ampliado e um bem pequeno (p. 35/36) da cidade da Palestina dos tempos de Jesus, com uma pequena mostra da cidade Nazareth, uma preciosidade para a literatura clássica românica cobiçada pelos arqueólogos americanos e egípcios por muitos anos. Como sofreram e ainda sofrem os palestinos, que hoje estão sob grande opressão de uma guerra brutal que une tráfico, mentiras, milicias, política, interesses escusos e religião.

            A obra cita e revisita vários personagens e eventos bíblicos, se utilizando de símbolos para ilustrar conceitos. Em um segundo momento pensei não houvesse nada escrito sobre Maria, a mãe de Jesus. Mas, logo nos primeiros capítulos, Armond introduz Maria como uma figura central no plano divino de redenção da humanidade. Ele destaca sua pureza, devoção e aceitação do papel de mãe de Jesus, enfatizando sua importância como um exemplo de fé e obediência à vontade de Deus.

            Outro momento que fala de Maria é na anunciação do anjo Gabriel. Está parte fica clara a aceitação de Maria como mensageira e mulher que soube cumprir sua missão na terra, ressaltando sua humildade e coragem. Maria como mãe educadora de Jesus na infância, sábia e espiritual. Às vezes chega-se a pensar que a história de Jesus não é sobre ele, mas sobre Maria, sua mãe.

            Outra parte do livro, ele explora o sofrimento de Maria na crucificação de Jesus. Ele descreve a dor imensa que ela sentiu ao ver seu filho sofrer e morrer, como se estivesse lá, mas também destaca sua força e fé inabaláveis. Este momento é utilizado para ilustrar o tema do sacrifício e da redenção, central ao argumento de Armond.

            Após a ressurreição de Jesus, Armond retrata Maria como uma figura de continuidade e esperança para os discípulos. Ela é vista como um pilar de fé, ajudando a manter viva a mensagem e os ensinamentos de Jesus. Sua presença confortadora e inspiradora é destacada como crucial para o fortalecimento da fé dos primeiros cristãos católicos no mundo.

            Edgard Armond utiliza a figura de Maria para reforçar os temas centrais de "O Redentor" – fé, sacrifício, redenção e amor incondicional. Sua representação de Maria vai além da mera figura histórica, transformando-a em um símbolo poderoso de espiritualidade e devoção. É uma obra que merece ser lida e relida, pois cada nova leitura revela camadas adicionais de significado e sabedoria, o problema é saber interpretar na dinâmica daquilo que creio e o que compreendo.

 

 

 

domingo, maio 26, 2024

Canções da Jovem Guarda invadem o Depois da Esquina com Guilherme Oliveira neste sábado (25)

         

         Fãs da Jovem Guarda preparem-se que neste sábado (25), a partir das 20h, no Depois do Esquina, no Bessa tem muita música boa. A atração é o cantor Guilherme Oliveira (ex-Tuareg´s) que trará um repertório com músicas que fizeram sucesso nas décadas de 1970 a 1980. Na play list estão incluídas músicas clássicas nacionais e internacionais do Bee Gees, ABBA, Roberto Carlos, Wanderleia, Michel Jackson, Elvis Presley, Elton John, Carpenters e muito mais.

Para quem ainda não conhece Guilherme Oliveira é um cantor que vem ressurgindo cenário musical paraibano e chamando atenção com sua voz nas redes sociais. Ele é um dos irmãos da lendária banda Tuareg´s, que fizeram bastante sucesso nos bailes e clubes de João Pessoa nas décadas de 1970, 1980 e 1990.

Hoje Guilherme Oliveira faz carreira solo após passar um tempo longe dos palcos e da música, em São Bento do Una (PE), terra de Alceu Valença. Retornou para João Pessoa e vem conquistando os ouvidos dos mais saudosistas e de pessoas que vivenciaram um período promissor das bandas de baile da cidade, onde eram constantes as festas chamadas de “assustados”. Recentemente ele se apresentou com o guitarrista Zé Filho em um restaurante local, que vendeu todas as mesas em menos de uma semana.

            Depois da Esquina – Mais do que um bar com cerveja gelada trincando nos dentes, petiscos de bar e drinks deliciosos é um espaço que respira música o dia inteiro, localizado no coração do bairro do Bessa, por trás do Colégio Pio XI. É comandado pelo músico, compositor e cantor Robério Jacinto, outro grande artista local, ex-integrante da banda Limusine 58, banda que fez muito sucesso em 1986 e que colocou quase 10 mil pessoas na Praça do Povo do Espaço Cultural, quando lançou o LP “Marcou Geral”, que tinha como backing vocal as Ratas Mecânicas.

            A banda Limusine 58 imprimia o estilo pop/rock e tinha em sua formação Ricardo Fabião, Robério Jacinto e Júlio Charles, falecido em 2008. Uma das músicas que ainda hoje faz sucesso e é sempre lembrada é “Mistério”, que tocou bastante em emissoras de rádio e televisão, além de Cara Pálida e outros sucessos.

            Prepare-se para uma noite de muita nostalgia e música boa!

 

Não perca!

Data: Sábado, 25 de maio

Hora: 20h

Local: Depois da Esquina (Bessa) – Rua Antônio de Oliveira Moura, 283, Aeroclube

Atração: Guilherme Oliveira (ex-Tuareg's)

Informações e reservas: 9.8684.9556

sexta-feira, maio 03, 2024

Simone Caetano lança segunda edição do livro “A Voz de Armandinho”

          Na onda do som e da história, a escritora baiana Simone Caetano desbravou os acordes e memórias para trazer à luz a segunda edição de "A Voz de Armandinho", pela editora "Garimpo Editorial". O lançamento da segunda edição aconteceu em abril, na livraria do Shopping Barra, em Salvador, mas prepare-se, pois os planos da autora se estendem para além dos limites da Bahia.

            Este livro, nascido do calor do curso de Comunicação da UFBA, é uma ode à vida e arte de Armandinho Macêdo, herdeiro musical de Osmar Macêdo, o visionário do Trio Elétrico. Entre as páginas, testemunhos valiosos de Durval Lelys, Yacoce Simões, Leandro Gazineo, Luiz Caldas e outros, além de preciosas fotografias que capturam a essência familiar e amistosa que permeia o enredo.

            Em nossa conversa exclusiva, Simone revela os bastidores da sua inspiração para mergulhar na trajetória de Armandinho, compartilhando os desafios e a magia do processo criativo. Descubra conosco como foi desvendar os mistérios e melodias por trás do virtuosismo da guitarra baiana e desvendar os segredos de um ícone da música brasileira.

            E como toda boa história tem seus momentos de tensão, Simone nos contou sobre a busca pelo lado menos óbvio de seu biografado, revelando até mesmo por que Nelson Motta, renomado crítico musical, não concedeu a nota máxima para Armandinho em sua estreia na televisão. No entanto, como o destino tem seus próprios acordes, essa nota fora do comum talvez tenha sido a faísca necessária para que Armandinho brilhasse ainda mais intensamente, transformando-se na lenda da guitarra baiana que conhecemos hoje.

            Então, prepare-se para uma viagem sonora e emocionante através das palavras de Simone Caetano, a mente brilhante por trás de "A Voz de Armandinho". O livro está disponível diretamente com a autora, pronta para compartilhar essa melodia única que ecoa pelas páginas. 

Simone qual foi sua inspiração principal para escrever "A Voz de Armandinho Macêdo"?  Pode nos contar um pouco sobre o seu processo criativo e como foi mergulhar na vida e carreira de Armandinho?
 

Tudo começou quando precisei fazer meu trabalho de conclusão do curso Comunicação em Jornalismo, na Faculdade Social da Bahia – FSBA, iniciei o processo em 2008, finalizei em 2010. Resolvi fazer um livro reportagem ou jornalismo Literario, pois amei a disciplina dada pelo professor gaúcho Leandro Colling, eu gosto de escrever desde criança, e também porque quis fazer um trabalho solo, eu sou Perita Criminal na Bahia, e, na época, não tinha muito tempo para reunir com outros colegas e fazer algum outro trabalho em equipe. Fiz tudo sozinha, escolhi fazer sobre um personagem artista baiano, e por intuição, escolhi Armandinho. Tinha visto ele tocar guitarra baiana e bandolim num DVD de 2005 da Cor do Som, percebi seu virtuosismo, que tanto encantou nos carnavais baianos e, isso, me chamou atenção quanto a sua performance. Então, entrei em contato com sua assessoria, falei com Margô Carvalho e marquei entrevistas com ele. Armandinho foi muito solícito e me deu contato de familiares e amigos artistas. Ele sempre muito simples, mesmo sendo virtuose e genial, gostou da ideia do meu livro e facilitou minha vida de entrevistadora e produtora do livro. Digo a ele até hoje que ele foi o melhor personagem que um escritor poderia ter, confiou no meu projeto e capacidade, mesmo eu sendo formanda. Ele nada me exigiu, além de ter sua música e forma de tocar seus instrumentos guitarra baiana e bandolim, descritos, explicados no meu livro, e assim eu fiz, pesquisei sua música através de livros especializados em música e fiz entrevistas com músicos formados e geniais como ele, como Fred Dantas, Yacoce Simões (seu diretor musical), Leandro Gazineo, Luiz Caldas, Durval Lelys, dentre outros, todos com espaço no meu livro A voz de Armandinho Macêdo. Escolhi esse título porque ele fala com seus instrumentos, ele se comunica com seu público, interagindo com suas cordas, de forma única, sem ler partitura, com seu virtuosismo e ouvido absoluto. Armandinho tem forma única de interpretar cada música que toca, ele cria e recria nas improvisações excelentes que faz, como exemplo na música Brasileirinho e no Hino ao Senhor do Bonfim. Eu acho que acertei em cheio na escolha do meu personagem tão talentoso, pois sou sua biógrafa exclusiva e consegui narrar sobre sua trajetória musical e profissional, sem perder o fio condutor, deste seu aprendizado precoce aos 8 anos com o pai Osmar Macêdo, músico autodidata, sua carreira mirim no Trio Elétrico Dodô e Osmar, depois, Armandinho, Dodô e Osmar, onde tocava também seus irmãos, Betinho, Aroldo e André que foi cantor. Além do Armandinho como integrante do grupo A Cor do Som e carreira solo, fazendo shows até os dias atuais. Ele ficou satisfeito com o resultado do meu livro e eu sou orgulhosa e feliz a ponto de, após a primeira edição em 2012, realizar a segunda edição, agora com a editora Garimpo, pois ele e meu livro têm público e pedidos dos fãs para uma nova edição, cujo lançamento foi dia 25.04, livrarei Escariz, no shopping Barra em Salvador.

 

Por que você sentiu necessidade de fazer uma segunda edição? Faltou algo no anterior que você contempla nesta edição?

A segunda edição surgiu porque até hoje recebo contato dos fãs de Armandinho Macêdo buscando o livro, que foi um sucesso no primeiro lançamento em 2012, na livraria Saraiva, com o próprio artista junto comigo autografando. O gerente na época disse que nunca tinha visto a loja tão cheia em um lançamento literário. E também porque meu amigo escritor Achel Tinoco, que prefaciou meu livro, me dizia que valia uma segunda edição, daí resolvi fazer, com a editora Garimpo, de São Paulo. Com nova capa, contendo uma foto minha, emblemática, de Armandinho tocando sua guitarrinha branca preferida, numa apresentação no Parque da Cidade de Salvador, em 2009, junto com a Orquestra Sinfônica da Bahia, foi um verdadeiro espetáculo, cujos músicos tocaram e se divertiram com as improvisações e interpretações das músicas clássicas e instrumentais tocadas junto com ele, que se divertia fazendo os solos incríveis. Inclusive, ganhou um capítulo à parte com a entrevista com Leandro Gazineo, tão explicativa sobre a música de Armandinho Macêdo, sobre sua performance de chorão da música instrumental brasileira, ficou muito legal. O resultado foi um bom livro, bem pesquisado, com muitas informações musicais relevantes e também sobre a história familiar de Armandinho, como o primeiro filho da alegria de um verdadeiro pai da música popular carnavalesca e baiana, Osmar Macêdo, um dos criadores do trio elétrico e do frevo baiano trieletrizado, muita riqueza que mereceu segunda edição.


Durante a pesquisa e a escrita deste livro, houve algum desafio específico ou algo surpreendente que você encontrou sobre Armandinho Macêdo que gostaria de compartilhar?

Sim, na faculdade de Jornalismo e na disciplina jornalismo literário, os professores queriam fatos e saber os dois lados da história, ou seja, eu precisava falar também do contraditório, dos pontos e opiniões desfavoráveis ao meu personagem. Porém, não encontrava ninguém para falar algo negativo dele, era unânime que os entrevistados só queriam falar coisas boas dele: por ser um gênio na música, por ser gente boa. A única pessoa que poderia falar algo ruim sobre ele, talvez, seria sua ex-esposa Ângela Falcão, mas ela não quis me dar entrevista. Somente o enteado de Armando e produtor, que falou sobre seus devaneios quando ensaiava, atrasando, às vezes, sua agenda. Só isso que consegui, mesmo tentando encontrar alguém que falasse algo menos fofo. Entrevistei Nelson Motta que não deu nota 10 a Armandinho no programa de talentos de Flávio Cavalcanti, quando ele se apresentou pela primeira vez com 15 anos incompletos. Nelson também jovem, mas já era jurado, deu nota 9 para Armandinho e 10 para uma cantora da Bossa Nova, isso porque Nelson gostava do gênero de música e queria ajudar na carreira da cantora mais experiente que Armandinho, porém ele me disse que se arrependeu, pois quem acabou fazendo estrondoso sucesso foi Armandinho, até hoje. Tem outro fato interessante sobre esse seu jeito de transcender quando Armando toca nos ensaios, desta vez foi Caetano Veloso que me relatou, porém está no livro, e só adquirindo para satisfazer a curiosidade do público leitor. Meu contato: IG: simonecaetanofa, celular Zap 71988223945.

 

Como foi a interação com Armandinho Macêdo durante a elaboração do livro? Ele participou ativamente do processo ou deu total liberdade para você explorar a história dele?

Ótima interação como já me referi. Ele muito simples e gentil mesmo sendo genial, capaz de tocar músicas clássicas e populares brasileiras, frevo baiano, pop, rock e solos incríveis que ele se inspirou em Jimi Hendrix e outros. Armandinho tem muita leveza e não teve pressa, somente muita disponibilidade para fazer mais de 10 h de entrevistas, só com ele, eu esmiucei suas lembranças familiares, com seu pai e irmãos, perda precoce de sua mãe aos 8 anos de idade, cronologia do seu aprendizado musical com seu pai e outros mestres como Jacob do Bandolim, além da sua trajetória musical. Foi muito legal fazer esse trabalho com o personagem atuante e saudável, com todas suas lembranças. Sua vida foi um livro aberto e sim tive liberdade nas perguntas inclusive pessoais, ele me deu todos os contatos necessários de familiares, amigos e colegas artistas.
 

Qual é a principal mensagem ou lição que você espera que os leitores levem consigo após lerem "A Voz de Armandinho Macêdo"?

Com toda essa minha experiência acadêmica literária, acho importante ter produzido, sozinha, uma obra do jornalismo literário ou livro reportagem, principalmente, por ter sido o livro todo desenvolvido a partir de entrevistas diversas, com artistas e músicos especialistas, em busca dos fatos, muita pesquisa em fontes diversas como livros técnicos sobre música, bibliotecas, arquivos de jornais e revistas do gênero. Após as pesquisas e entrevistas, a próxima etapa foi organizar todo material, de forma cronológica, seguindo um roteiro já estabelecido por mim, então, mergulhei na música e história de vida de Armandinho e escrevi o livro durante quatro meses. No final do livro tem todas as referências bibliográficas que usei, a discografia do Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar, da A Cor do Som e carreira solo de Armandinho Macêdo. O livro tem muitas fotos históricas, da família, de fotógrafos avulsos e minhas também, nas duas edições. Nesta segunda, tem fotos que não tinha na primeira edição, algumas informações atualizadas, inclusive sobre o prêmio merecido que ele ganhou ano passado na UFBA pela sua obra. Nessa faculdade Armando fez vestibular ainda jovem, passou na fase prática com mérito, porém, por não ter alcançado nota suficiente na parte teórica, não foi classificado, então, ele seguiu sua arte musical sem universidade. Anos depois, a faculdade lhe ofereceu uma vaga, mas sua agenda não conciliava com os horários, e segundo Yacoce Simões, uma simples graduação não iria atender sua genialidade, só mesmo no nível de mestrado. Então, creio que é um ótimo livro para o jornalista ou escritor que quiser produzir uma obra desse gênero. Acrescento que o livro foi muito bem revisado pela professora Denise Hudson, acadêmica, doutora em literatura e fã de Armandinho Macêdo, consta na obra uma música poesia que ela fez para ele.
 

Após concluir um projeto tão significativo como este, você já tem planos para um próximo livro? Pode nos dar alguma ideia do que está por vir em seus futuros projetos literários?

Eu participo de coletâneas de contos e poesias com Neila Bruno, baiana e professora de literatura, especialista em carreira de escritor, com ela participei de seis coletâneas com diversos autores, e escrevo também para Editora Valleti Books, de Luiz Primati, publicitário paulista, com quem já participei de quatro coletâneas com diversos autores. Os dois são ótimos organizadores de livros, que foram muito bem diagramados e ilustrados com excelentes textos literários. Pretendo lançar um livro de poesias de autoria do meu pai Almir de Abreu Farias, já falecido, escritor, autodidata e ex-combatente da Marinha, amante dos livros com quem me inspirei a amar a boa leitura e escrever bem. Estou disponível para realizar outras obras de jornalismo literário onde me especializei ou romances, criatividade não me falta, graças a Deus. Penso também em novos trabalhos em assessorias de comunicação ou editoras literárias, estou preparada para trabalhos nesta área, pois amo escrever, revisar textos e editar para a leitura ficar mais fluida e criativa.

Fotos: Divulgação da autora.

domingo, abril 21, 2024

De João Pessoa para Syracuse: Maestros paraibanos encantam Nova York com música coral

            

Os maestros Eduardo Nóbrega e Yuri Ribeiro estiverem neste mês de abril levando o canto coral paraibano para as terras do tio Sam. Eles participaram de um concerto com o grupo Samba Laranja e o estudantes de canto da Universidade de Syracuse, no Estado norte-americano de Nova York. Também proferiram palestras sobre o canto de coros no Nordeste e a formação de coros nas escolas de ensino médio.

            Como senão bastasse os maestros foram convidados para participar do Worldstrides Festival, na Riverside Church, sob regência do maestro Peppie Calvar, que aconteceu no Setnor Showcase no Carnegie Hall, na cidade de Nova York. O coro de Concerto (Setnor AUD), da regente Wendy Moy conheceram de perto o forró, xote, xaxado e música popular brasileira.

            O professor e maestro Eduardo Nóbrega disse que foi uma experiência incrível participar desse intercâmbio. “Ao mesmo tempo que estamos aprendendo com uma cultura totalmente diferente da nossa vivenciando outras dinâmicas”, ressaltou o maestro. Já o maestro Yuri Ribeiro disse que essa foi uma das melhores experiências viveu. “Mostrar um pouco do que fazemos nas escolas fundamentais me deixa muito feliz”, contou Yuri, o qual é tecladista, ex-aluno de piano da UFPB e regente do Coral e Orquestra Armorial da Escola Marista Pio X, em João Pessoa.

            E outras articulações estão sendo planejadas, como a vinda do maestro e professor Jonh Warren à Paraíba para ministrar workshops e reger o Coral Gazzi de Sá no Fepac e outros compromissos.

 

Breve história do Canto Coral na Paraíba

 

            O Canto Coral no Estado da Paraíba é uma expressão artística rica e diversificada, e reflete hoje a profunda herança cultural do Estado. Em João Pessoa, a história do canto coral é bem antiga e para muitos se confunde com a própria história do canto Orfeônico de Gazzi de Sá e sua esposa Ambrosina Soares de Sá, conhecida como Dona Santinha, que vieram do Rio de Janeiro criaram um curso de música denominado Curso de Piano Soares de Sá. Gazzi era uma espécie de braço direito de Villa Lobos estava sempre por perto nas apresentações e confraternizações.

            Na década de 1950 chega em João Pessoa o maestro Pedro Santos, que foi o fundador do Coral Universitário da UFPB. Em visita ao site da Pró-Reitoria de Extensão Cultural (PRAC), o grupo foi criado em 1961 e denominado Gazzi de Sá a partir de 1983, e está diretamente ligado à Coordenação de Extensão Cultural (COEX) da PRAC.

Sobre o maestro Pedro Santos, que também regia Coral Madrigal, tive a honra de conhecê-lo na minha adolescência. Além de seu fundador, o Coral Universitário foi dirigido sucessivamente pelos maestros Arlindo Teixeira, Clovis Pereira, José Alberto Kaplan, Eli-Eri Moura, Antônio Carlos Batista Pinto Coelho (Tom K), Carlos Anísio. Atualmente, está sob a regência do maestro Eduardo Nóbrega, que busca a integração entre a música e o teatro, que teve por muitos anos como coordenador musical Tom K (falecido em outubro de 2023) e direção cênica de Eleonora Montenegro, todos professores do Departamento de Educação Musical da UFPB.

Outro importante expoente para a prática vocal em João Pessoa é o Coral do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) que, conforme informações divulgadas no site desta instituição, foi fundado em maio do ano de 2001, numa iniciativa do Reitor Marcos Augusto Trindade. O grupo é formado por alunos de vários cursos desta instituição universitária e por membros do corpo docente. O coral tem se apresentado em diversos eventos, como encontros e festivais de coros estaduais e também de cunho nacional.

            Atualmente, o Coral Gazzi Sá tem dado exemplo da importância de prática coral na cidade é o Festival Paraibano de Coros (FEPAC), o qual se repete desde o ano de 2002, sob a coordenação do professor Eduardo Nóbrega. O evento é realizado pelo Governo do Estado, em parceria com a UFPB e empresas da iniciativa privada. Conforme informações obtidas no site do governo estadual, no ano de 2012 o festival foi realizado no período de 19 a 22 de setembro e reuniu 45 corais, de oito Estados e do Distrito Federal. Deste total, 18 corais pertenciam à Paraíba, sendo, em sua grande maioria, sediados na cidade de João Pessoa.

 

 

terça-feira, abril 09, 2024

Laboratório Muderno retorna aos palcos da música independente paraibana

       Após uma parada momentânea a banda Laboratório Muderno retorna a cena musical independente de João Pessoa nesta sexta-feira (12) no Parahybar, localizado no bairro do Castelo Branco. Os ingressos estão disponíveis no Sympla, com preços acessíveis, prometendo um espetáculo acessível e imperdível para todos os amantes da música.

            A banda surgiu em 2013, entre os guetos musicais da Universidade Federal da Paraíba e do centro de João Pessoa. O primeiro encontro aconteceu em uma jam sessions no beco da Cacharia Philipéia, um local conhecido pelos encontros após o "Sabadinho Bom". Semente germinada, a banda rapidamente se tornou sinônimo de inovação e diversidade musical na cena independente da cidade.

            Com um repertório que passeia por Rock, Samba-rock, Funk/Soul e Brega/Rock, a banda construiu uma identidade única, embalada pelas diversas influências de seus membros. Geanne Lima, com sua voz marcante, Kaio Cajon na bateria pulsante, Danilo no baixo groovado e Fabiano Silva com riffs de guitarra que capturam a essência do rock clássico, formam o núcleo criativo que impulsiona o grupo.

            Apesar da pausa em 2018 e dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19, em 2020, que adiou o tão esperado retorno da banda, 2024 marca uma nova fase para a Laboratório Muderno. Este ano, eles retomam os palcos não apenas com o vigor de antes, mas com novas composições e releituras audaciosas que prometem renovar e energizar o cenário musical.

            O repertório atual inclui homenagens a ícones da música brasileira como Tim Maia, Roberto Carlos e Jorge Ben, além de interpretações emocionantes de sucessos de Raça Negra, Marília Mendonça, Maysa e Diana. Essas releituras demonstram não só a versatilidade da banda, mas também uma profunda reverência pela rica história musical do Brasil.

            A volta da Laboratório Muderno não é apenas um evento musical; é um reavivamento da paixão e do compromisso com a música independente brasileira. Com os olhos no futuro e o coração nas raízes do passado, a banda está pronta para escrever o próximo capítulo da sua jornada extraordinária. Prepare-se para uma noite de celebração e renascimento musical no coração de João Pessoa!

 

Entre ruídos e harmonias


       A música independente no Brasil, como um reflexo da evolução artística e da transformação tecnológica, passou por várias metamorfoses ao longo das décadas. Cada período histórico trouxe suas características distintas, moldadas por contextos sociais e avanços tecnológicos. Ao comparar a música independente brasileira contemporânea com as de décadas anteriores, observamos tanto continuidades quanto rupturas significativas.

            A autonomia que se tem hoje em termos tecnológicos mudou bastante. Até os anos 90 e início dos 2000, produzir música de maneira independente era uma tarefa árdua e dispendiosa. O acesso a estúdios de gravação era limitado e caro, o que restringia a produção musical a quem pudesse arcar com tais custos ou tivesse acesso a esses espaços por conexões na indústria.

            Hoje com a tecnologia digital, a barreira do acesso à produção musical foi reduzindo. Softwares de produção musical, gravação em casa e plataformas de distribuição digital permitem que praticamente qualquer um com um computador e uma conexão à internet produza e divulgue sua música. Isso democratizou a música independente, expandindo o que é possível dentro desse espaço. Mas, mesmo com esse aparato todo as dificuldades ainda continuam.

Nas décadas de 1980 e 1990, a música independente brasileira estava fortemente ancorada no rock e suas vertentes, com bandas como Os Mutantes e Titãs dominando o cenário. Havia uma forte influência dos movimentos globais de rock, punk e metal. A diversificação de estilos é uma das marcas da música independente moderna. Além do rock, gêneros como hip-hop, funk, música eletrônica, e até sertanejo (vixi...) e forró ganharam espaço no cenário independente. Essa mistura de gêneros reflete a globalização cultural e a facilidade de acesso a diferentes tipos de música através da internet.

A distribuição de música independente era predominantemente física, por meio de vinis, fitas cassete e CDs, vendidos em shows, por correio ou em lojas especializadas. Isso limitava o alcance das produções a nichos específicos e geograficamente restritos. Hoje as plataformas de streaming e redes sociais revolucionaram a maneira como a música é distribuída e consumida. Artistas podem alcançar ouvintes em todo o mundo com apenas alguns cliques, e a descoberta de novos talentos é facilitada por algoritmos que sugerem música com base nas preferências do usuário. Isso ampliou enormemente o alcance potencial dos artistas independentes.

Mudou ou ficou “muderna” a relação com o público que antes tendia a ser intermediada por gravadoras, mesmo no cenário independente, com artistas dependendo de performances ao vivo e cobertura da mídia especializada para ganhar visibilidade. A interação direta nas redes sociais transformou essa dinâmica, permitindo aos artistas construir e manter uma base de fãs de maneira mais direta e pessoal. Isso não apenas facilita a formação de uma comunidade leal ao redor do artista, mas também permite que o público tenha um papel mais ativo no suporte à carreira do artista por meio de crowdfunding e outras formas de apoio direto.

A música independente brasileira de hoje beneficia-se das tecnologias digitais, tanto na produção quanto na distribuição. Isso possibilitou uma diversificação sem precedentes de estilos e uma democratização do acesso ao mercado musical. Entretanto, essa facilidade também trouxe desafios, como a saturação do mercado e a dificuldade em se destacar em um mar de novos artistas. Comparativamente, a música independente de décadas passadas tinha desafios logísticos e financeiros maiores, mas enfrentava menos competição. Em cada era, os artistas independentes continuam a desafiar os limites do mercado musical, adaptando-se e respondendo às mudanças do seu tempo.

Texto: Adriana Crisanto Monteiro

Fotos: Marcelo Rodrigo

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, março 25, 2024

Entre Luzes e Emoções: A Paixão de Cristo no Centro Cultural São Francisco

 

No palco do Centro Cultural São Francisco, no centro histórico de João Pessoa vai acontecer um espetáculo que transcende a mera representação teatral está prestes a desdobrar-se diante dos olhos ávidos por emoção e arte. A Paixão de Cristo 2024 da cidade tem início no crepúsculo do dia 28 de março, às 20 h. Este ano, as figuras sagradas de Jesus e Maria serão trazidas à vida pelas mãos talentosas do respeitado ator Leandro Lima e da cativante atriz Paloma Bernardi.

Neste ano, uma constelação de talentos locais se une à jornada, intensificando a magia. “Estamos mobilizando uma legião de artistas paraibanos, verdadeiros guardiões do espírito desta terra”, ele continua, “e é com alegria que contamos com Leandro e Paloma, os fios condutores desta história ancestral”.

Em cada ensaio, a vibração da cidade ecoa nos corredores do teatro, na harmonia das notas musicais, nos passos ritmados da dança. É um esforço conjunto, onde cada alma empresta sua luz para iluminar este épico. A encenação se desdobrará não apenas em uma, mas em três noites de glória. Além da estreia, as histórias sagradas serão encenadas na sexta-feira e sábado seguintes, duas vezes por dia, numa tentativa de capturar e envolver até mesmo os corações mais relutantes.


Com mais de quarenta artistas e uma equipe técnica incansável, esta produção promete transcender o teatro, tocando na humanidade de seus espectadores. É mais do que um espetáculo; é uma celebração, um chamado à alma, uma jornada que ressoa através dos séculos, encontrando eco nos corações de todos os que testemunham sua grandeza.

Teatro e Paixão de Cristo - O teatro e a encenação da Paixão de Cristo representam uma tradição profundamente enraizada na cultura cristã, trazendo à vida os eventos dramáticos da última semana de Jesus na Terra. Essas encenações muitas vezes envolvem comunidades inteiras, desde atores amadores até profissionais, trabalhando juntos para retratar os momentos cruciais da história sagrada. A riqueza de detalhes e a emoção transmitida nas performances transportam o público para os acontecimentos bíblicos, despertando sentimentos de piedade, admiração e reflexão. Os cenários elaborados, os figurinos autênticos e a música dramática contribuem para a atmosfera envolvente dessas produções. Além de sua importância espiritual, o teatro da Paixão de Cristo também desempenha um papel vital na preservação da herança cultural e religiosa de muitas comunidades.

Semana Santa - Mesmo com guerras acontecendo mundo afora, a Semana Santa é um período significativo no calendário litúrgico cristão, que marca a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Começando no Domingo de Ramos, celebra-se a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. A Quinta-feira Santa é marcada pela Última Ceia, onde Jesus partilhou o pão e o vinho com os discípulos. Na Sexta-feira Santa, recorda-se a crucificação de Jesus, um momento de profunda reflexão e penitência para os fiéis. O Sábado Santo é um dia de silêncio e espera, simbolizando o período entre a morte e a ressurreição. Por fim, a Páscoa, celebrada no Domingo de Páscoa, é o ápice da Semana Santa, representando a vitória de Cristo sobre a morte e o renascimento da esperança para os cristãos. É um período de devoção, reflexão e renovação espiritual para milhões de pessoas ao redor do mundo.
 
Fotos: Secom/PMJP

quarta-feira, março 20, 2024

Zé Filho e Banda – A rapsódia de um guitarrista nordestino

E quem estará no Restaurante Recanto do Picuí, em Intermares, nesta sexta-feira (22), a partir das 20h, é o guitarrista Zé Filho e sua banda. Para assistir é necessário reservar uma mesa, que já tem poucas, tem que correr. No repertório músicas internacionais e nacionais das décadas de 1980 e 1990, do Symple Red, Elton Jonh e outros medlays do hard rock nacional e internacional que só Zé Filho e Banda sabem fazer. Neste show ele vem acompanhado de Bennett Oliveira (bateria) e Marcellus Alexandria (baixo).

Nesta apresentação Zé Filho convidou o cantor Guilherme Eurico, nova voz que vem surgindo no cenário musical paraibano e chamando atenção nas redes sociais de Zé. “Conheci Guilherme nos anos 90 quando toquei com a banda Canto Novo e ele era vocalista e sempre admirei ele cantando. Recentemente o encontrei na praia do Cabo Branco e ele estava cantando com um amigo nos teclados. Daí já convidei ele para gravar e fazer essa apresentação no Picuí nesta sexta-feira”, explicou Zé Filho. 

Zé Filho, para quem ainda não conhece, é um talentoso guitarrista nascido em Recife (PE), mas há muitos anos estabelecido em João Pessoa, na Paraíba. Iniciou sua jornada musical estudando violão clássico no conservatório de música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em 1984, ele mergulhou na guitarra, tornando-se autodidata no instrumento. 

Por mais de uma década e meia, Zé Filho tem sido um grande defensor e promotor da música instrumental, representando o Nordeste em todo o país. Seu álbum de estreia, “Guitar Performance”, lançado em 1997, recebeu aclamação da crítica nacional, estabelecendo-o como um nome a ser reconhecido.

Em 1999, teve a honra de se apresentar como músico convidado do grupo Jaguaribe e Carne no prestigioso Festival de Jazz de Montreux. Dois anos depois, em 2001, ele tocou no Rock In Rio 3 com a banda de pop rock Insight, ganhando destaque no palco da Tenda Brasil. No mesmo ano, Zé Filho lançou seu segundo álbum instrumental, "Q_Out", que também recebeu elogios do público e da mídia. Em 2002, relançou seu primeiro álbum, remasterizado e com material gráfico atualizado, além de quatro faixas bônus gravadas ao vivo em um pocket show em João Pessoa.

Em 2005, sua participação em uma coletânea da Nig, renomada empresa de produção de cordas para guitarra, consolidou ainda mais sua reputação no cenário musical. No ano de 2007, lançou seu primeiro DVD, gravado durante o festival Música do Mundo, promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa. O ano de 2008 marcou o lançamento de seu terceiro álbum instrumental, “Evolução”, que recebeu destaque em publicações nacionais especializadas em guitarra. Em 2011, durante um show no Teatro do SESI, em João Pessoa/PB, seu segundo DVD foi gravado e lançado no primeiro semestre de 2012.

O ano de 2012 trouxe mais reconhecimento para Zé Filho, com um contrato de endorsement com a Tagima Brasil, o maior fabricante de guitarras da América Latina. Em 2013, ele participou do concurso Play Crossroads, onde se destacou entre milhares de inscritos de todo o mundo, aumentando significativamente sua visibilidade e alcançando mais de 50.000 audições em sua playlist no site.

Tocou por algum tempo com a cantora Renata Arruda, com quem 2004 participa da gravação do DVD “Pegada” da cantora. O DVD foi produzido por Robertinho do Recife e as gravações foram no seu estúdio na cidade do Rio de Janeiro. Em 2011 apresentou-se com a Orquestra Sinfônica da Paraíba na 'Noite da Guitarra' no Cine Banguê do Espaço Cultural, em João Pessoa. O concerto encerrou a temporada 2011 da OSPB, sob a regência do maestro titular João Linhares e teve as participações dos guitarristas Alex Madureira e Léo Meira.


Inquieto e ativo como ele só não parou nem mesmo com a pandemia de 2019/2020. Neste tempo ele criou no Youtube a “JAM#0 – Mestres da Guitarra Paraibana”, que contou com a participação de nomes que ajudaram a escrever a história da música paraibana como Carlinhos Lira, Washington Espínola, Alex Madureira, JR Espínola, Doda, Fernando Sombra, James, Pilha, Letinho, Fabinho Cavalcanti, Doda e Zé Carlos Bicudo. Passaram por esse projeto um total de 70 (setenta) guitarristas, todos com um alto nível técnico e musical onde podemos concluir que a Paraíba hoje é o maior celeiro de guitarristas do Brasil.

Ao contrário do que pensam, Zé Filho não parou e não para. Ele tem agenda cheia até o final do ano com apresentações particulares, em eventos e ambientes fechados com música boa tocando de fundo para um público seleto e ávido por música de qualidade.

 

SERVIÇO:

ZÉ FILHO E BANDA

Convidado especial: Guilherme Eurico

Sexta-feira (22)

Hora: a partir das 20h30

Restaurante Picuí de Intermares

Mais informações sobre reserva de mesas: 83. 99924.8516